Capítulo 1 - Banquete

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Olá, Leitoress! Como estão? Bom, aqui nasce a minha primeira obra nessa plataforma. Essa história tem um significado muito marcante pra mim. Estou fazendo tudo com muuito carinho e espero que vocês gostem! Prometo tentar postar os capítulos com frequência, ao menos uns dois na semana. A vida adulta é corrida, mas darei meu máximo. Beixuss

***

Domingo, uma noite gélida de outono e Caterinne estava de férias do colégio.

Outras famílias se divertiam nas praias e visitavam os parentes mais próximos. Mas numa cidade pequena, e morando apenas com sua avó, não lhe restavam muitas opções.

No fundo, nem a interessava tê-las.

Apenas mais uma adolescente no auge da puberdade. Dona de longos cabelos ondulados, olhos castanhos, um piercing no nariz, lábios bem desenhados e uma personalidade avassaladora.

Cat amava os livros, desenhar, ouvir músicas e até arriscava alguma composição ou outra.
Além de tudo, havia aceitado recentemente que gostava exclusivamente de meninas.

Na infância, já dava indícios que os meninos eram "desinteressantes" e "superficiais" para se apaixonar, ao menos, em seu jovem pensamento.

Exausta de sua própria existência, decidiu por mais um dia se distrair em seu celular.
Acessou uma de suas redes sociais e por ali ficou boa parte da madrugada.

Há poucos meses havia sido aceita em um grupo de poetas anônimos. O que não era de se estranhar, já que ela escrevia anonimamente para si mesma desde que aprendeu a formar frases.
Sua escrita funcionava como uma espécie de válvula de escape.

Caterinne perdeu sua mãe há pouco tempo, por consequência de um câncer terminal e devastador.
Se recusou a ir as consultas com a terapeuta e acabou ficando apenas com os medicamentos à fim de calar os fantasmas de sua mente. Ia duas vezes no mês mesmo relutante para acompanhar seu desenvolvimento através das pílulas e também, para de alguma forma, tranquilizar sua avó.

Começou a rolar a tela na busca de algo que a interessasse, até que se deparou com uma foto de um caderno de páginas amareladas composto por uma caligrafia parecida com as cartas de amor dos séculos anteriores. Felizmente, chamou sua atenção.

Era uma poesia, falava sobre amor, na realidade, o lado doloroso da emoção.

A maneira na qual aquela pessoa havia descrito ter o coração dilacerado, a impressionou. Não era nada clichê, impressionante, ou melancólico.
Continha a mais pura realidade. E aquilo acendeu uma faísca em seu peito.

Apesar de nunca ter se relacionado com ninguém, ela sabia exatamente qual era a sensação de vazio depois de ter uma ferida aberta. Sentiu-se familiarizada com o sentimento ali descrito.

Notou uma tímida assinatura no final da folha e tentou a decifrar em meio aos rabiscos, quem era o responsável por ter a livrado um pouco de sua escuridão particular.

Sussurrou as sílabas "Ve-rô", e resolveu inocentemente fazer um comentário naquela publicação:

''O amor, para nós poetas é como se mastigássemos as borboletas antes mesmo de mandá-las para o estômago. Sentindo e degustando cada sensação das emoções.''

Caterinne não estava esperando ser respondida, apenas quis em meio ao sono expor seu devaneio aleatório. Mas ouviu o som de uma notificação quando estava prestes a fechar os olhos.
Haviam lhe respondido, um comentário bobo, mas que a fez sorrir largamente.

Além das milhas - Romance LésbicoOnde histórias criam vida. Descubra agora