Capítulo 6 - Tempestade

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Hey meus leitores! Como vão?
Bom, como eu disse, não quis extender a adolescência delas, mas terão sim alguns flashbacks. É uma história longa, cheia de altos e baixos e o final é incerto.

Eu tenho um carinho enorme por toda essa história e me sinto na obrigação de compartilhá-la. Esse capítulo foi mais para virar a chave do tempo, por isso é mais curtinho. Muita água ainda vai rolar...

***

Naquela noite, Caterinne teve sua primeira crise em meses. Seu cérebro a sabotou e algo em seu coração estava lhe dizendo que alguma coisa estava errada, Verônica não havia retornado suas ligações nem respondia suas mensagens.

Inúmeros cenários haviam passado como um filme em sua mente, Verô se acidentou? Teve um coma alcoólico? As dúvidas a martirizavam.

Com a insistência de Dona Yrina e a ajuda de seus medicamentos conseguiu enfim pegar no sono.

Não conseguia expressar a razão de sua aflição. O trauma de ser deixada consumia cada átomo de seu corpo, perder Verônica seria como perder a si mesma, seus sentidos e sua felicidade.

355 km's distantes na tarde do dia seguinte...

Luz. Forte e radiante pela janela de seu quarto. Era tudo o que Verônica conseguia processar sem mal conseguir abrir seus olhos.

Estava sob seu tapete, com as mesmas roupas que havia saído no dia anterior, seu cheiro não enganava a quantidade de álcool que estava em seu sangue. Marcas de um batom escuro carimbadas na extensão de seu pescoço, em meio aos aromas uma fragrância adocicada se fazia presente.

Sentiu suas têmporas pulsarem enquanto se apoiava na tentativa de se levantar dali. Tomou um banho longo e frio, as memórias da noite passada a invadiam como balas de prata, mal se enrolou na toalha e correu em busca do aparelho celular na tentativa de ligá-lo.

Se deparou com dezenas de mensagens de Caterinne, ligações perdidas e foi exatamente ali que se deu conta de sua impulsividade. Como iria contar o que tinha feito?

Seu coração estava em pedaços, se sentia o ser mais repugnante de toda a face da terra. Não podia simplesmente fingir que nada havia acontecido. Discou o número e ligou algumas vezes, sem sucesso.

A porta do quarto foi aberta revelando o semblante diabólico de seu pai, naquele horário era para estar sozinha em casa.
Ainda envolta em suas toalhas, se entregou a tortura, afinal, ela merecia tudo aquilo, merecia ser espancada até parar de respirar. Verônica não esboçou reação qualquer, sentia sua pele sendo dilacerada enquanto o genitor emitia sons de satisfação a cada estralo. Um chicote de couro de porco estava entre seus dedos a marcava delineando a pele branca de Verônica. Naquele momento se deu conta, Caterinne não merecia fazer parte disso.

Após tomar outro banho a fim de reparar seus ferimentos, vestiu um moletom grande e uma calça no mesmo tecido. Sentou na beirada de sua cama e escreveu para Cat.

"Primeiramente gostaria de lhe pedir perdão por ontem, sei que foi infantil da minha parte, bebi além da conta e meu celular realmente descarregou, nada do que eu diga pode justificar minhas ações, Denise me beijou enquanto eu esperava por você, e eu retribuí, Cat. Sinto muito, mas não sou do tipo de pessoa que consegue ficar com alguém a distância. Você sempre será a pessoa mais fantástica que já conheci. Não mereço você, me perdoe."

Apertou o enter e logo caiu em lágrimas agarrada com seu travesseiro. Tudo isso era na tentativa de proteger Caterinne de todo o caos que era sua vida e sua mente.

Além das milhas - Romance LésbicoOnde histórias criam vida. Descubra agora