Capítulo 7 - O céu da sua boca é um país

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Virou-se rapidamente, encontrando uma mulher de estatura alta, pele extremamente branca com no mínimo 20 tatuagens.

Ela tragava um cigarro e exibia seus longos cabelos tendo uma das laterais raspadas.

- Olá, vou bem! Desculpe o inconveniente, mas, eu conheço você?! - Respondeu já alterada pela bebida tentando fazer com que a música alta não a atrapalhasse.

A mulher a olhou fixamente, o que a fez arrepiar dos pés a cabeça.

- Ainda não nos conhecemos, mas seria um prazer... - Piscou e sorriu.

- Oh, entendi. E qual seria o seu interesse? - Disse no mesmo tom

- Te pagar mais um drink, querida.

Elas se olharam como se já soubessem onde aquilo acabaria. Depois de muitos drink's e danças com os corpos colados, quando o dia estava prestes a amanhecer Tokio sugeriu no ouvido de Caterinne para que elas fossem até seu apartamento para ver um filme.

[Papai, estarei na casa de Lucas, ele não passou muito bem, mais tarde chegarei por aí] - Enviou para despreocupar o pai.

Chegando no apartamento da nova ''amiga'', ela tomou um banho livre de qualquer modéstia por conta da grande quantia de vodka e foram assistir filmes de terror no sofá. Mesmo relutante, aceitou o convite de Tokio de se deitar em seu braço. As duas se olharam ainda com o álcool se fazendo presente em sua corrente sanguínea, seus corpos estavam fervendo em desejo, então, o previsível beijo aconteceu.

As mãos de Tokio apalparam com calma as coxas de Caterinne que sentia sua intimidade já pulsante, subiam até sua cintura na procura de mais proximidade. Cat agarrava sua nuca com força, dando liberdade para ela continuar a fazer o que bem desejasse. Ainda em seu colo, sentiu sua calcinha ser empurrada para o lado, expondo toda a região que já pingava em prazer.

Sem pestanejar, Tokio a segurou com uma das mãos pressionando sua boca contra seu ombro afim de abafar o som, passou a mão por algumas vezes antes de introduzir sem pena dois dedos na intimidade de Caterinne que gemeu em alívio. Seus quadris balançavam no ritmo da respiração da maior, o que a deixava mais excitada em prosseguir com mais agressividade.

Caterinne explodia em prazer, seu corpo nunca havia experimentado algo intenso e agressivo dessa maneira. Ela havia gostado disso. Mal sabia que viraria um vício.

Após tomar mais um banho e vestir as mesmas roupas, informou que deveria voltar para casa. Tokio apenas assentiu em concordância e disse:

- Poderíamos sair algum dia desses, não acha?

- Sim, seria maravilhoso... - Mordeu os lábios e entrou no carro.

Se despediu de Tokio que a deixou a alguns metros do portão da casa de seu pai, era sábado, portanto não precisaria ir para o trabalho. O cumprimentou, tomou um longo banho ainda se lembrando da madrugada deliciosa que obteve e dormiu até o entardecer acordando para se alimentar e estudar um pouco.

Havia recusado todos os convites para sair que Lucas havia a feito, estava exausta.

Mesmo assim, se lembrou da incerteza de mandar alguma mensagem para Verônica, faziam tantos anos. Será que Verô se arrependia do que havia feito? Irrefletidamente entrou no ícone de conversas e teclou:

[- Oi, sei que é estranho estar te mandando mensagem após tanto tempo, mas, como vai a vida?] - Rapidamente largou o aparelho e fechou os olhos enquanto sua respiração ofegava, não daria mais tempo para voltar atrás

- Você é uma idiota, Caterinne! - Esbravejou

- Não entendi, filha! O que disse? - Seu pai gritou de volta da sala

-Não é nada, pai! Falo sozinha!

- Uh, ok!? Vou sair com Roberta, tudo bem por você? - Disse já na porta de seu quarto

Roberta era a ''colega'' de academia de seu pai, uma mulher beirando os 50 anos, de traços negros e lindíssima.

- Sem problemas! Divirtam-se! - Sorriu amarelo tentando evitar seu nervosismo

Assim que seu pai saiu pela porta, desfez seu semblante e colocou as duas mãos em seu rosto. Várias lembranças vieram à tona, sua avó a confortando por meses a fio desde que Verônica a machucou, de noites em claro, do vício que adquiriu em bebidas...

Mesmo assim, o tempo havia passado, quem sabe, Verônica ainda sentisse interesse por sua amizade, não é?

Esperou por algumas horas e nem sinal da mensagem ser visualizada.

[Tokio, estou sozinha em casa, gostaria de maratonar alguma série?] - Enviou

[Hey, Catzinha! Bora lá! Quer que eu leve algo?]

''Catzinha''...

Naquele instante, ela quis chorar, esse apelido só havia sido incrivelmente usado por uma única pessoa. Verônica.

[Não tinha o interesse em beber hoje, mas, uma garrafa de vinho serve pra nós duas?]

[Estarei aí em 20 minutos!] - Tokio escreveu juntamente com um emoji sorridente

Caterinne sabia que era errado tecnicamente usar Tokio para esquecer a frustração de não ter sido refutada por Verônica. Mas ela parecia não se importar, pelo jeito, não era do tipo em que desejaria alguém para um relacionamento sério.

Pouco antes do tempo previsto ela já estava em sua porta segurando um Cabernet Suavigon exibindo um sorriso malicioso. Cat a puxou para dentro aos beijos enquanto as duas riam da situação. Tokio havia sido recepcionada com uma porção de frios junto de amendoins em pequenos recipientes de bambu muito bem organizados. O sofá estava com todos os assentos reclinados e haviam cobertores e almofadas espalhados pelo mesmo.

- Isso é um encontro? - Perguntou Tokio com humor

- Ahn, eu não sei, exagerei? - Respondeu coçando a nuca em sinal de timidez

- Você fica adorável quando está com vergonha, sabia? - Disse se aproximando lentamente enquanto a olhava fixamente seus olhos. - Me dá mais vontade ainda de beijar seus lábios... Todos os seus lábios. A última frase havia sido dita no pé do ouvido de Caterinne, o que fez suas pernas perderem o equilíbrio.

Tokio a deitou suavemente no sofá, beijou seu pescoço, percorreu suas costelas, lambeu suas coxas com a ponta da língua até quase alcançar sua genitália. Cat a olhou como se implorasse para ela continuar, o que fez surgir um olhar vitorioso junto de um sorriso indecifrável. Aquele seria o jogo de Tokio?

Depois de muito insistir e brincar com as reações de Caterinne, o ato foi consumado.

Com Tokio adormecida em seus braços, foi verificar o horário. Para sua surpresa, Verônica tinha dado as caras.

[Caterinne! Quanto tempo! Você mudou, está ainda mais adorável... Vou bem, e você? Ainda está escrevendo?]

O coração de Cat errou uma batida. Ela ficou em dúvida se responderia ou não a mensagem. Seu pai a avisou que voltaria no outro dia, obviamente a noite para ele iria render bastante. Não teve coragem de acordar a mulher ao seu lado, ela parecia estar cansada.

Suspirou, e decidiu que não responderia Verônica, ao menos, não agora.

***

Eita que esse capítulo foi de tirar o fôlego, não? Será que Caterinne vai se deixar levar novamente pelo sentimento de infância? Veremooooss!

Qualquer erro, verifico depois!

Com amor, Clara.


Além das milhas - Romance LésbicoOnde histórias criam vida. Descubra agora