Capítulo 4 - Borboletas no estômago

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Heyyy, meus leitores! Esse capítulo é mais inspirado na Verônica, esclarecendo algumas dúvidas sobre a personagem, assim, vocês entendem um pouquinho sobre ambos os lados da história! 

AVISO: CONTÉM PARTES DE VIOLÊNCIA FÍSICA E PODE GERAR GATILHOS! 
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Verônica sentiu como se seu coração fosse explodir de felicidade, mas ela sabia que bem lá no fundo, havia um sentimento ainda reprimido por Denise. Afinal de contas, ela havia sido sua primeira namorada, seu primeiro beijo e também, sua primeira vez.

Decidiu dar uma chance a essa nova aventura.
Ela estava se apaixonando por Cat, suas manias de leitura, sua maneira de falar e como acelerava o ritmo das palavras quando contava sobre suas coisas favoritas. Seus detalhes a impressionavam, sua força era algo de se admirar. 

Mesmo que Verônica tivesse seus demônios internos, era como se Caterinne a fizesse renascer através das cinzas. Ela podia exibir suas músicas, debater sobre filosofia, falar sobre seu gosto musical aprimorado e suas ''bizarrices'', como Cat havia carinhosamente apelidado.

Mas algo a assombrava, Denise estava por perto, podia ser alcançada de uma maneira mais fácil, teria como tocá-la, ou ter seu colo para chorar quando quisesse.
Uma de suas linguagens de amor era o toque físico. E ter uma pessoa extremamente incrível, há mais de 355 km's, sem ter recursos suficientes para ir até ela, desanimavam Verônica.

Seu pai era o único que trabalhava, gastava quase todo seu salário em bebidas e prostitutas. Já a mãe, Vivian, cuidava deles e de todos os afazeres domésticos. Porém, o que tinha tudo para ser uma família feliz, tornou-se uma catástrofe.

O alcoolismo de seu pai, era um imenso empecilho em suas vidas. Quando ele chegava em casa, depois das crianças estarem na cama, Verônica podia ouvir os gritos abafados de sua mãe.
A cada estralo, seu corpo ficava rígido, imóvel.
Mentia para seus irmãos, dizia que eles estavam brincando de correr pela casa, ou qualquer outra coisa que os distraísse desse caos.

Até que em uma dessas noites, Verô resolveu pela primeira vez se levantar e enfrentá-lo. 

08 meses atrás...

No primeiro empurrão, sentiu seu rosto arder, seus poros formigavam e o gosto de sangue se misturava com sua saliva.

Ela olhava fixamente para os olhos castanho-esverdeados de seu genitor, um misto de raiva e mágoa invadiam seu peito.
Sua mãe estava estática no canto da parede, também ferida.

Verônica a ajudou com alguns curativos, sem se importar com o gosto amargo que sentia em sua boca. 

- Que bela dupla! - Disse aplaudindo a cena com sarcasmo.
- A monstruosa e a aberração! Nem sei como parte do meu sangue foi capaz de criar uma coisa dessas, tanto talento jogado no lixo! Tanto investimento para me causar tamanho desgosto, não é filhinha? - Tentou acariciar o rosto de Verônica que esquivou rapidamente o olhando com ira.

Os dias passavam e quando o efeito do álcool ia embora, ele se desculpava aos pés de sua mãe, implorando por misericórdia. Que por não saber o que fazer na época, se entregava novamente para aquele ser asqueroso.

Verô havia se assumido pouco antes desse acontecimento pois em seu pensamento, Denise não merecia ficar escondida.
E ela, inocentemente disse para os pais sobre sua amada. Sua mãe a recolheu rapidamente em seus braços, aos prantos, como se tentasse protegê-la. Já o pai, deu as costas e saiu batendo as portas.

- Não vai ser um caminho fácil, mas espero que seja feliz, minha doce Verônica. - Vivian a abraçou novamente. E por ali ficaram bons minutos.

Além das milhas - Romance LésbicoOnde histórias criam vida. Descubra agora