Capítulo 2

68 6 0
                                    


Me virei na cama, abracei o travesseiro, estranhando minha cama que parecia mais macia e larga do que de costume. Afundei o rosto no travesseiro macio e cheiroso, estranhei o excesso de conforto, me virei para ficar de barriga para cima, não aguentando mais a sensação de estranheza, abri os olhos.

— CARALHO! — Soprei ao me deparar com um dossel de madeira, cuja pintura remetia a anjos peladinhos voando e atirando flechas, tipo aquelas pinturas de igreja, me sentei, olhei ao redor, o quarto era literalmente gigante, dava um caminhão e sete carros dentro. Engoli em seco, olhei meu corpo nu, não era o meu corpo exatamente, meus peitos haviam encolhido, minha barriga sumiu e o meu cabelo castanho escorrido foi substituído pelo ruivo ondulado de Afrodite.

— Ou seja, não foi um sonho. Eu transei com o deus do fogo, ou melhor, eu casei com o deus do fogo no lugar da deusa do amor. Que lindo Luiza, que lindo. Sabe como os deuses são vingativos, agora terei o ódio de Hera e Hefesto, vou tomar literalmente no cu depois de três dias.

Resmunguei me levantando, envolvi o lençol ao redor do corpo e fui até a janela, no jardim o povo festejava, muitos deuses dançavam e outros tocavam. Um jovem ruivo ergueu uma taça de vinho no alto antes de engolir todo o conteúdo goela a baixo, lambi os lábios secos, devia estar delicioso aquele vinho. Voltei para perto da cama em busca de algo para beber, quando derrubei um sino.

Não demorou muito a porta se abriu e as ninfas da noite anterior entraram, traziam comida e roupa.

— Senhora, preparamos seu banho — assenti e entrei na banheira que a alguns minutos atrás estava vazia, elas me olharam finalmente e uma delas soltou um grito antes de começar a chorar, as outras a acompanharam.

— O que foi? Por que tanto desespero? — Uma delas arrastou um grande espelho até mim, meu corpo estava cheio de marcas de chupões e mordidas, eu corei de vergonha, em seguida cobri o rosto, pois a aparência de Afrodite era sedutora até envergonhada.

— Senhora, gostaria da poção do esquecimento?

— Por quê?

— Pela horrível noite... com o monstro filho de Hera — Eu analisei o rosto das três ninfas de aparência delicada como anjos.

— Não quero esquecer. Ele é meu marido, meu delicioso marido.

— Oh! Por Zeus! Senhora, ele a seduziu?

— Não interessa. Me lavarei sozinha, podem se retirar.

Joguei algumas pétalas de jasmim manga ao meu banho, preferia o perfume de jasmim que ao de rosas, depois agarrei o vestido que as ninfas deixaram, era um vestido branco com detalhes dourados. Tentei amarrar as cordinhas, porém quando eu puxava de um lado, um seio ficava de fora. Suspirei, irritada.

— Só por que é uma deusa, acha que pode viver sem calcinha e sutiã? Por Deus! Que roupa ridícula — reclamei me atrapalhando com as cordas do vestido.

A porta se abriu, olhei primeiro para os pés da pessoa, usava uma sandália de tiras, dava para notar que uma de suas pernas tinha má formação, ele mancava. Ergui o olhar, sua bata não cobria seus músculos, nem os peitos. Ergui ainda mais o olhar, seu queixo coberto por uma suave barba, seus lábios grossos com uma cicatriz no canto do lábio inferior, seu nariz, cheguei até seus olhos severos e tentadores, olhos dourados, âmbar, ainda não consigo explicar como aquele olhar podia ser perturbadoramente atraente, capaz de me incendiar por inteira, seus olhos desceram até meus seios expostos, ele se aproximou, prendi a respiração abaixando os braços, aguardando suas grandes mãos grampearem meus seios enquanto me lança na cama e me rasga inteira.

Porém, para minha decepção ele simplesmente amarrou as cordas do vestido.

— Já comeu? — Perguntou sem me olhar nos olhos.

CINCO NOITES COM UM DEUS GREGOOnde histórias criam vida. Descubra agora