Acordo pensando: Será que o encontro novamente na varanda?... E foi com este pensamento que fui conferir em seguida, o que está acontecendo comigo?...
E lá estava ele sozinho concentrado em um ponto do mar, pensativo, seu corpo e face estão relaxados, sentado na poltrona com uma xícara de café nas mãos, ( hoje ele está de short e chinelos ), fico o observando atrás das cortinas brancas...
— Bom dia — Apareço no seu campo de visão — Faz tempo que acordou?
— Bom dia, senhorita! — Cumprimentou, virando se para mim — Não muito..., vai uma xícara de café para acordar?
— Estou com cara de sono? — Passo as mãos no rosto, meu Deus, nem escovei os meus cabelos, simplesmente acordei e vim para varanda.
Ele confirma com a cabeça.
— Mas continua linda! — Informou, mostrando um meio sorriso nos lábios. Meu rosto corou no mesmo minuto.
— É... — Limpo a garganta, tímida — Tá bom, aceito uma xícara de café — Corro para pegar uma caneca no meu quarto.
— Está com açúcar — Ele estendeu a garrafa, colocando café para mim.
— Obrigada! — Me apoio na grade.
— De nada!... — Disse, fechando a garrafa — Tem planos para hoje? — Perguntou.
— Até agora nenhum — Tomo mais um gole de café.
— Quer sair comigo agora?...
— Sim, só deixe-me arrumar.
— Ok, vou estar esperando por você no corredor.
— Tá bom.
Passei uma maquiagem leve no rosto, vesti um short jeans claro, uma regata roxa-clara e chinelos nos pés. Saio do quarto e para Lorena não surtar, deixei uma carta na cabeceira da sua cama, avisando que sai com o Ethan.
Nos encontramos no corredor como avisado e descemos para a praia.
— ...Sabe, a praia é um dos meus lugares favoritos no mundo, ela renova, é quase uma terapia — Ele conversa, enquanto caminhamos no calçadão de madeira.
— É muito bom estar na praia, ela acalma. E todo mundo precisa de um momento assim... Queria te agradecer novamente por ontem, a um bom tempo eu não tocava violão, e voltar a tocar aqui no pôr do sol, junto aos meus amigos, virou um momento muito especial para mim!
— Somos amigos!?
— Sim, somos amigos! — Ficamos nos olhando...
— Eu que agradeço, você cantou e tocou perfeitamente! — Sorrio. Continuamos andando...
— Olha o que temos aqui! — Apontou para uma loja: "Aluga-se bicicletas".
— Não, não, não, e não — Recusei, mexendo as mãos.
— Vamos eu te ensino, não vou deixar você cair, confia em mim – Se aproximou.
— Ai..., não sei não — Franzi o rosto.
— Uma bicicleta por favor — Pediu ao atendente, o mesmo pegou uma bicicleta na cor roxa — Obrigado — Agradeceu, fazendo o pagamento.
— Não precisa Ethan.
— Pensa assim — Apoiou as mãos nos meus ombros — Eu vou aprender a andar de bicicleta na praia, em minha viagem dos sonhos. Olha que legal! Não é? — Posicionou a bicicleta ao meu lado.
— Tentador, mas e se eu cair?
— Se cair, levanta.
— Simples assim?
— Simples assim — Repetiu — Vamos lá? — Me arrumei, enquanto Ethan explica como se equilibrar, para quando eu começar a pedalar não cair no chão.
— Entendeu?
— Acho que sim — Apoio os pés no pedal.
— Pode começar, estou aqui atrás — Começo a pedalar.
— Acho que isso não vai dar certo — Estou bamba.
— Vai dar certo, continue assim, está perfeito!
— Assim? — Minha nossa, pareço estar pedalando em uma corda bamba.
— Isso!
— AH, estou conseguindo Ethan! Não me solta.
— Está sim!
Não sei descrever a sensação..., apenas sinto a brisa do mar e meus cabelos balançarem ao vento, tento tirar as mãos do guidão, mas isso seria radical demais e eu não quero parar num hospital. Quando vocês se sentiram livres, sentiram a liberdade?... Eu estou sentindo neste momento!
— Que sensação boa Ethan! — Ele não me respondeu — Ethan? — Olho para trás e percebo que ele não estava me segurando a um bom tempo, desequilíbrio e caio — Ai.
Ele se aproxima com um sorriso encantador.
— Você conseguiu!
— Consegui!
— Se machucou? — Verificou o meu joelho esquerdo — Um arranhão feito pela queda de bicicleta! — Declarou, sorrindo.
— Estou crescendo! — Levanto rapidamente — Vamos de novo!? — Pergunto, empolgada.
— Claro!
EU APRENDI A ANDAR DE BICICLETA!
Aconselho todos a terem essa experiência, não é tão difícil como aparenta ser.
Deixo lhes contar das tentativas: Na primeira vez eu e a minha linda amiguinha Lorena Cardoso tivemos a brilhante ideia de aprender na areia, ( O que tínhamos na cabeça?... ). Na segunda vez tentamos no asfalto sem nenhuma proteção, ( Percebem a merda que aconteceu? ), Lorena não me segurou e a queda veio, me arranhando toda. Depois do ocorrido cheguei em casa e meus pais disseram: "Crianças quando estão quietas, é porque estão aprontando", e sempre estavam certos, duas carinhas de anjo como as nossas inventava cada coisa na infância, ( ainda continuamos né...), que só pelo homem lá de cima e os anjos na terra para nos salvar!
Depois do belíssimo aprendizado, o nível subiu, agora falta aprender a pilotar moto e carro, mas dessa vez eu vou ser esperta, Lorena não se aproxima, ( fiquem tranquilos ). Entregamos a bicicleta, passamos conhecendo loja por loja de roupas, artes, boias e pranchas, compramos algodão doce e sentamos por debaixo da sombra de um coqueiro..., os minutos seguintes em silêncio olhando para o mar não foram constrangedores... Ethan começou a contar histórias de sua infância, e como informada: Nas férias de verão ele e a sua mãe passavam na casa de praia da bisavô, hoje ela não está mais entre nós, mas as memórias boas ficaram registradas com a sua presença, chega os teus olhos brilharam ao contar. Mas fiquei me perguntando: E o seu pai?...
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O homem da jaqueta de couro - Júlia Rodrigues (Degustação)
RomanceNo romance: O homem da jaqueta de couro, duas jovens brasileiras de 19 anos, realizam a tão sonhada viagem a Nova York. Lá elas realizam novas amizades, que com o tempo compartilharão suas vidas e se aventurarão em meio a cidade mais populosa do mun...