Capítulo 13

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   Acordo pensando: Será que o encontro novamente na varanda?... E foi com este pensamento que fui conferir em seguida, o que está acontecendo comigo?...

  E lá estava ele sozinho concentrado em um ponto do mar, pensativo, seu corpo e face estão relaxados, sentado na poltrona com uma xícara de café nas mãos, ( hoje ele está de short e chinelos ), fico o observando atrás das cortinas brancas...

— Bom dia — Apareço no seu campo de visão — Faz tempo que acordou?

— Bom dia, senhorita! — Cumprimentou, virando se para mim — Não muito..., vai uma xícara de café para acordar?

— Estou com cara de sono? — Passo as mãos no rosto, meu Deus, nem escovei os meus cabelos, simplesmente acordei e vim para varanda.

  Ele confirma com a cabeça.

— Mas continua linda! — Informou, mostrando um meio sorriso nos lábios. Meu rosto corou no mesmo minuto.

— É... — Limpo a garganta, tímida — Tá bom, aceito uma xícara de café — Corro para pegar uma caneca no meu quarto.

— Está com açúcar — Ele estendeu a garrafa, colocando café para mim.

— Obrigada! — Me apoio na grade.

— De nada!... — Disse, fechando a garrafa — Tem planos para hoje? — Perguntou.

— Até agora nenhum — Tomo mais um gole de café.

— Quer sair comigo agora?...

— Sim, só deixe-me arrumar.

— Ok, vou estar esperando por você no corredor.

— Tá bom.

  Passei uma maquiagem leve no rosto, vesti um short jeans claro, uma regata roxa-clara e chinelos nos pés. Saio do quarto e para Lorena não surtar, deixei uma carta na cabeceira da sua cama, avisando que sai com o Ethan.

  Nos encontramos no corredor como avisado e descemos para a praia.

— ...Sabe, a praia é um dos meus lugares favoritos no mundo, ela renova, é quase uma terapia — Ele conversa, enquanto caminhamos no calçadão de madeira.

— É muito bom estar na praia, ela acalma. E todo mundo precisa de um momento assim... Queria te agradecer novamente por ontem, a um bom tempo eu não tocava violão, e voltar a tocar aqui no pôr do sol, junto aos meus amigos, virou um momento muito especial para mim!

— Somos amigos!?

— Sim, somos amigos! — Ficamos nos olhando...

— Eu que agradeço, você cantou e tocou perfeitamente! — Sorrio. Continuamos andando...

— Olha o que temos aqui! — Apontou para uma loja: "Aluga-se bicicletas".

— Não, não, não, e não — Recusei, mexendo as mãos.

— Vamos eu te ensino, não vou deixar você cair, confia em mim – Se aproximou.

— Ai..., não sei não — Franzi o rosto.

— Uma bicicleta por favor — Pediu ao atendente, o mesmo pegou uma bicicleta na cor roxa — Obrigado — Agradeceu, fazendo o pagamento.

— Não precisa Ethan.

— Pensa assim — Apoiou as mãos nos meus ombros — Eu vou aprender a andar de bicicleta na praia, em minha viagem dos sonhos. Olha que legal! Não é? — Posicionou a bicicleta ao meu lado.

— Tentador, mas e se eu cair?

— Se cair, levanta.

— Simples assim?

— Simples assim — Repetiu — Vamos lá? — Me arrumei, enquanto Ethan explica como se equilibrar, para quando eu começar a pedalar não cair no chão.

— Entendeu?

— Acho que sim — Apoio os pés no pedal.

— Pode começar, estou aqui atrás — Começo a pedalar.

— Acho que isso não vai dar certo — Estou bamba.

— Vai dar certo, continue assim, está perfeito!

— Assim? — Minha nossa, pareço estar pedalando em uma corda bamba.

— Isso!

— AH, estou conseguindo Ethan! Não me solta.

— Está sim!

  Não sei descrever a sensação..., apenas sinto a brisa do mar e meus cabelos balançarem ao vento, tento tirar as mãos do guidão, mas isso seria radical demais e eu não quero parar num hospital. Quando vocês se sentiram livres, sentiram a liberdade?... Eu estou sentindo neste momento!

— Que sensação boa Ethan! — Ele não me respondeu — Ethan? — Olho para trás e percebo que ele não estava me segurando a um bom tempo, desequilíbrio e caio — Ai.

  Ele se aproxima com um sorriso encantador.

— Você conseguiu!

— Consegui!

— Se machucou? — Verificou o meu joelho esquerdo — Um arranhão feito pela queda de bicicleta! — Declarou, sorrindo.

— Estou crescendo! — Levanto rapidamente — Vamos de novo!? — Pergunto, empolgada.

— Claro!

EU APRENDI A ANDAR DE BICICLETA!

   Aconselho todos a terem essa experiência, não é tão difícil como aparenta ser.

  Deixo lhes contar das tentativas: Na primeira vez eu e a minha linda amiguinha Lorena Cardoso tivemos a brilhante ideia de aprender na areia, ( O que tínhamos na cabeça?... ). Na segunda vez tentamos no asfalto sem nenhuma proteção, ( Percebem a merda que aconteceu? ), Lorena não me segurou e a queda veio, me arranhando toda. Depois do ocorrido cheguei em casa e meus pais disseram: "Crianças quando estão quietas, é porque estão aprontando", e sempre estavam certos, duas carinhas de anjo como as nossas inventava cada coisa na infância, ( ainda continuamos né...), que só pelo homem lá de cima e os anjos na terra para nos salvar!

  Depois do belíssimo aprendizado, o nível subiu, agora falta aprender a pilotar moto e carro, mas dessa vez eu vou ser esperta, Lorena não se aproxima, ( fiquem tranquilos ). Entregamos a bicicleta, passamos conhecendo loja por loja de roupas, artes, boias e pranchas, compramos algodão doce e sentamos por debaixo da sombra de um coqueiro..., os minutos seguintes em silêncio olhando para o mar não foram constrangedores... Ethan começou a contar histórias de sua infância, e como informada: Nas férias de verão ele e a sua mãe passavam na casa de praia da bisavô, hoje ela não está mais entre nós, mas as memórias boas ficaram registradas com a sua presença, chega os teus olhos brilharam ao contar. Mas fiquei me perguntando: E o seu pai?...

 Mas fiquei me perguntando: E o seu pai?

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O homem da jaqueta de couro - Júlia Rodrigues (Degustação)Onde histórias criam vida. Descubra agora