O lugar de um traidor é a sete palmos abaixo da terra

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Chuuya Nakahara odiava traidores

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Chuuya Nakahara odiava traidores.

As Ovelhas o traíram.

O pesquisador do laboratório que desenvolveu Arahabaki o traiu.

Até Dazai o traiu, qualquer que fosse o acordo silencioso entre os dois.

Mas ele mesmo traiu a Máfia. Isso foi culpa dele.

Por isso, quando se olhou no espelho no corredor que levava até o escritório de Mori, tudo que conseguiu sentir foi ódio. Ódio por ter aceitado se encontrar com Shirase, ódio por não ter verificado seus bolsos direito em busca de escutas, ódio por, mesmo estando em outra organização, ainda se preocupar com a segurança de pessoas que deveriam estar no passado.

Chuuya respirou fundo lentamente. Ele precisava se acalmar.

Havia sido convocado para se apresentar ao chefe há algumas horas, e já imaginava o que estava por vir.

Sua punição.

Na Máfia, as punições geralmente eram a morte. Porém, Chuuya teria sorte se fosse um simples tiro na testa. Ele sabia disso.

Chuuya deixou o corpo tombar contra a parede, pensando no que o aguardava. Ele não iria fugir ou lutar: merecia aquilo, e aceitaria seu destino como um homem. Ele poderia ser um traidor, mas jamais seria um covarde.

Na noite anterior, Chuuya resolveu todas as pendências. Deu dinheiro a Shirase, entregou o cachorro que tinha resgatado na semana anterior a um abrigo e pediu para um vizinho cuidar de suas plantas.

O garoto ruivo fechou o punho inconscientemente. Seus nós dos dedos ainda estavam vermelhos e inchados.

— Você deveria ter batido um pouco mais forte — disse uma voz rouca atrás dele. — Um pouco mais e você teria me matado.

— Eu sei. — Chuuya respondeu um pouco mais ríspido do que pretendia. — Mas pensei melhor e decidi não te dar essa honra.

Ele virou para trás e o viu. Dazai parecia que tinha sido atropelado por um caminhão. Uma das pernas estava quebrada, o braço esquerdo em uma tipóia improvisada, o rosto ainda mais enfaixado com ataduras. Ele mancava com dificuldade e retorcia a boca com dor a cada passo cambaleante.

Tudo cortesia de Chuuya.

Dazai parou ao seu lado, se apoiando nas muletas. Nenhum dos dois disse nada pelo que pareceram horas.

— Foi você quem me levou até o Hospital da Máfia? — perguntou Dazai, quebrando o silêncio subitamente.

Então ele não se lembrava de nada. Bom.

— Humpf, claro que não — Chuuya ajeitou o caimento do casaco, evitando olhar para o garoto machucado. — Eu liguei para Hirotsu.

— Ah. — Dazai apontou para as ataduras no rosto. — Eles fizeram um péssimo trabalho dessa vez.

Last Mistake - uma fanfic soukoku aos 17 anosOnde histórias criam vida. Descubra agora