Da próxima vez você não terá tanta sorte

1K 99 417
                                    

Enquanto Chuuya e Dazai caminhavam pelas ruas frias e escuras de Yokohama, Chuuya só conseguia pensar em uma coisa: Adam Frankenstein não era uma boa pessoa

Ops! Esta imagem não segue nossas diretrizes de conteúdo. Para continuar a publicação, tente removê-la ou carregar outra.

Enquanto Chuuya e Dazai caminhavam pelas ruas frias e escuras de Yokohama, Chuuya só conseguia pensar em uma coisa: Adam Frankenstein não era uma boa pessoa.

Isso não significava dizer que ele era ruim, muito pelo contrário. Adam era extremamente atencioso e prestativo todas as vezes que Chuuya entrava em contato. Sempre oferecia sua ajuda mesmo quando não era solicitado, frequentemente enviava mensagens para perguntar como Chuuya estava e nunca se esquecia de mandar cartões decorados com animais fofos nas datas comemorativas.

Adam Frankenstein não era uma boa pessoa por um simples motivo: ele não era uma pessoa, literalmente falando. Adam era apenas um robô, um ser feito de metal e tecnologia de ponta, que por alguma razão conseguia ter mais bondade dentro de si do que qualquer humano que Chuuya tivesse conhecido.

Ele era simplesmente bom, sem se importar se era ou não um robô. Adam era bom mesmo que não houvesse nenhum motivo para ser. Mesmo que não fizesse o menor sentido.

E, para Chuuya, isso era suficiente.

— Ei, Dazai — chamou Chuuya. A luz prateada da lua era a única responsável por iluminar o beco ermo e apertado que eles andavam com dificuldade. O vento frio estava cortante, e ele precisou enfiar parte do rosto debaixo da gola da blusa para se proteger. — Por que a gente teve que combinar de se encontrar com Adam naquele buraco? — Chuuya fez uma careta quando uma mecha do seu cabelo ruivo entrou no olho. — Lá é uma merda.

Dazai, que ainda caminhava apoiado nas muletas e precisava tomar o dobro de cuidado para não cair, quase perdeu o equilíbrio quando ouviu o que Chuuya disse. Ele se virou para trás com os olhos arregalados.

— O quê!? Não ouse falar assim do Bar Lupin!

Chuuya revirou os olhos.

— Por que não? Você é dono dele por acaso?

— Não, mas não foi por falta de vontade ou dinheiro. É só que... — Dazai mordeu o lábio e voltou a olhar para frente. Seu cabelo castanho esvoaçava com o vento, jogando sua franja para trás. — Deixa para lá.

— Heh? Por que não comprou? — questionou Chuuya.

Dazai hesitou por alguns segundos antes de responder.

— Odasaku não deixou. Ele disse que eu sou novo demais para ser dono de um bar.

Chuuya precisou segurar uma risada.

— Ah tá, como se você já não bebesse.

— Eu sei — Dazai concordou, dando um suspiro pesaroso. Uma nuvem branca escapou de sua boca por causa do frio. — Quem sabe ano que vem.

Mesmo que estivesse escuro e Dazai olhasse para frente, Chuuya pôde sentir que havia algo a mais naquelas palavras. Talvez fosse o jeito que Dazai pareceu encolher os ombros quando as disse, o modo como sua voz falhou um pouco ou como ele ficou tão distraído que nem percebeu quando uma das muletas ficou presa em um buraco na calçada.

Last Mistake - uma fanfic soukoku aos 17 anosOnde histórias criam vida. Descubra agora