Melina🎀
RJ | sábado.Não aguentava mais escutar minha avó gritar no telefone, já tava ficando com medo de ser coisa ruim.
-- A menina não vai, eu já falei, qual problema ela crescer em uma favela, você cresceu aqui e se não fosse pelas pessoas daqui, que te ajudou, você não estaria ai -- vovó suspirou, ela chorava. -- Sabe oque você é? Mal agradecida! Cuspindo no prato que comeu.
Escutei uns gritos saindo do telefone, mas eu não conseguia entender oque a pessoa falava
-- Quando você passou fome, quem te deu de comer? O pessoal da favela que você tanto despreza, graças a Deus minha filha não sofre com isso, ela tem tudo do bom e do melhor. --
Pensei em falar alguma coisa, mas não deu tempo, minha avó falou primeiro:
-- A filha é sua, que você não quis criar. --
📍
Já tinha se passado horas, minha avó ainda brigava
Ela desligou o celular do nada, veio em minha direção, com uma cara não muito boa
-- tá tudo bem, vó? -- perguntei com medo.
-- filha, eu te amo muito, tá bom? -- eu concordei com a cabeça. -- mas você sabe, que você tem sua mamãe, lá em Portugal e lá é muito legal -- eu negava várias vezes com a cabeça, meus olhos encheram de lágrimas
-- não, não é legal, aqui eu tenho a Bruna, você e a tia Raquel -- passei minhas mãos pelo rosto da minha avó.
-- mas eu não posso te tirar da sua mãe, meu bem. -- lágrimas caiam descontroladas, não só pelo meus rosto, da minha avó também. -- me desculpa, tá?
Eu saí correndo, coloquei minhas sandálias e escutei minha avó me chamar, mas não quis voltar.
Fui correndo pra casa da minha docinho, bati no portão, já que ninguém escutou, eu gritei
-- TIA, BRUNA -- não conseguia parar de chorar.
A Bruna abriu o portão e eu pulei em seus braços, procurando conforto e eu achei.
Eu sempre acho com ela.
-- Bruna eu vou embora, minha mãe vai me levar, por favor, não deixa. -- Bruna sempre me fazia se sentir segura, porque não agora?
-- Dengo, entra e me explica --
A gente entrou, sentou no sofá e eu continuei agarrada em Bruna, não posso sair daqui, eu não quero.
Expliquei pra ela, tudo, enquanto ela me pedia calma.
Mas agora ela tava chorando também, mas a Bruna não chora, exceto quando se tratou do seu pai.
Aí que eu vi, que ela não poderia fazer nada, eu vou embora
-- Dengo, você é minha menina, tá bom? Não importa quanto tempo passe, você sempre vai ser. -- ela segurou meu rosto, com as duas mãos e colou nossas testas, eu senti sua respiração perto e a abracei forte.
O mais forte que eu pude, mas eu não tenho tanta força assim.
Quando se soltamos do abraço, Bruna aproximou seu rosto da minha bochecha e eu virei sem querer, e seu beijo foi na minha boca
Eu a olhei com os olhos arregalados e ela sorriu.
Então eu sorri também.
Ela colocou o dedo nos lábios e sussurrou um "xiiu"
--
🤏🏻
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Destino | ⚢
FanfictionTodos nos precisamos de alguém pra se sentir em casa, você sempre foi a minha casa. Mas a casa desmoronou, mas agora a gente vai fazer dar certo, vamos construir a casa de novo, não é? - não aceito adaptações ou que repostem a história de minha aut...