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Bruna🎭
2024, rio de janeiro.


Acordo sentindo o sol no meu rosto, olho em volta e estou na casa da menina de ontem, pós baile.

Pra mim tem que ser emocionada mermo, pessoas rasas são chatas pra caralho.

Mas eu não encontrei ninguém com reciprocidade e intensidade, então sou rasa e chata pra caralho.

Deixo duas notas de cem encima da cama e coloco minha blusa indo embora dali, hoje vou almoçar com a dona Ana

Mo cota que não vou na casa da véia, passo em casa pra tomar banho e coloco uma roupa simples


📍

Estaciono a moto em frente a casa da dona, abro o portão e quando vou abrir a porta percebo um silêncio suspeito

Ela adora uma música antiga, um barulho, dona Ana é barulhenta

Talvez ela não esteja em casa, abro a porta e  me deparo com ela desmaiada no chão, não sei a quanto tempo.

Corro em direção a ela, balanço e chamo seu nome, mas ela não acorda.

Pego o rádinho na cintura

-- visão, castro. -- falo e a vagabunda não responde -- castro, caralho.

-- qual foi -- escuto sua voz ofegante

-- manda um carro pra rua 10, casa da dona Ana, rapidão. --

-- aconteceu oque? -- ela ainda acha que eu tenho tempo pra pergunta besta

-- quando você vim vai saber, porra, a mulher morre e você não chega. -- já tava ficando com muita raiva.

-- marca 5 --

Em menos de cinco ela chegou com o carro e um vapor pra pegar a dona Ana

Pelo menos ela pensa.

📍

Dona ana foi levada pelos médicos e eu tava aqui, esperando notícias dela.

-- Familiares de Ana Duarte Barbosa. -- levantei e falei "aqui" -- oque você é dela?

-- é minha avó, ela tá bem? --

-- a pressão alta demais foi causada pelo excesso de gordura e sal, ela tornou e está acordada, se não tivesse socorrido rápido, poderiamos ter perdido. -- ele explicou e eu só consegui pensar em quanta sorte eu tive em chegar a tempo.

-- posso ver ela? --

-- ela vai ficar aqui no hospital sendo acompanhada, visita entra de dois em dois. -- eu assenti, dona Ana era sozinha, no máximo só vem eu e a minha mãe. -- ela se encontra na sala 112

-- já é. --

Chego lá e ela tá encarando o teto, seus olhos indicava que ela estava longe.

-- Dona Ana? -- chamo ela e ela me olha e sorri.

-- meu bem, você tá aqui. -- sorrio pra ela -- que bom, cadê meu telefone? Preciso ligar pra minha neta, se eu morrer eu quero ver minha menina antes.

-- a senhora não vai morrer, você tá bem, mulher. -- seguro a mão dela -- tuas coisas ficou em casa, pô, vou pedir pra castro trazer.

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