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Melina💋
Rio de janeiro🇧🇷

Hoje eu to muito feliz, sem dúvidas nenhuma.

eu e a Garcia tá indo buscar a vovó no hospital de carro.

ela recebeu alta hoje pela manhã e logo ligou pra Garcia, nunca estive tão feliz em ver ela se recuperando bem, amo demais.

eu não conseguia parar de falar o quanto eu estava feliz.

-- nossa, que bom de verdade. -- eu tava dando surtinhos sentada no banco da frente, junto com a Garcia, ela só escutava mesmo

-- você não tá feliz, Garcia? -- ela concordou com a cabeça -- então sorri, mulher.

coloquei as duas mãos no rosto dela, esticando sua bochecha, um quase riso.

gargalhei e ela só sorriu sem mostrar os dentes

ela não tava tão felizinha, então deixei de encomodar, mas ficar quieta me faz ficar agoniada

mas isso só com pessoas que eu conheço, mas eu mal conheço a Garcia, mesmo assim não consigo ficar quieta perto dela.

ela parou no sinal e pegou o celular, ficou mexendo nele e praticamente ignorando minha felicidade

desde do dia do sofá que ela não apareceu mais, encontrava ela uma vez e outra no hospital, mas ela nem falava comigo.

--

Garcia🎭

Tô feliz pô, dona Ana ta se recuperando, mas não adianta demonstrar isso pra melina, não adianta aproveitar o momento, se depois ela vai embora, tá ligado?

e ela nem sabe quem sou eu, mas eu sei quem é ela e sei oque eu passei quando ela foi embora, mermo sendo só uma criança.

só tô cuidando da minha saúde mental, me mantendo afastada, esses dias foi mo correria no morro, cobrança, várias fita.

mal tive tempo livre e os que tive, preferi evitar de ver a Melina.

ultimamente eu tô me colocando em primeiro lugar, mermo que doa, tô tirando da minha vida tudo que possa me machucar, sem caô nenhum.

Melina tava quieta a alguns minutos e eu percebi a agonia dela daqui, não parava de mexer as mãos e eu já tava ficando agoniada com essa inquietação também

liguei o som, ela observava todos os meus movimentos, como se esperasse alguma coisa de mim.

-- deixa eu colocar? -- olhei pra ela confusa -- a música

assenti com a cabeça e deixei que ela conectasse o Bluetooth do celular dela.

ela colocou anavitoria, aquela lá, tu, que tem esse abraço casa

esses bagulho assim.

e agora tava cantando sem parar, eu não aguentava mais esse trânsito em plena segunda-feira, queria chegar no hospital logo.

ficar perto da Melina me fazia querer se jogar nos braços dela, como ela fazia comigo, e contar tudo que aconteceu durante o tempo que ela se foi, falar com ela sobre tudo mermo

e eu não tava mais suportando essa vontade louca.

sempre que eu me lembro dela acendo um, pra poder esquecer essa maluca

mas não fica fácil com ela cantando do meu lado.

desliguei o som, ela me olhou confusa

-- to com dor de cabeça, cara. -- menti

-- mas foi você quem ligou -- mas eu mudei de ideia, pensei, mas não disse. -- se fode então.

nem dei atenção, ela pegou a bolsa e tirou o celular dela e ficou mexendo em alguma coisa.

melhor assim!

assim que a gente chegou no hospital, Melina desceu afobada do carro, quase caiu, ela ainda tava irritada

foi andando na frente e me ignorando, sorrio internamente com a marra dela.

a marra enorme e o tamanho pequeno.

ela abriu a porta da sala e fechou na minha cara, que desaforo do caralho

abri a porta e olhei feio pra ela, que ignorou minha presente e começou a conversar com a avó dela

-- eu senti sua falta, minha menina.  -- Dona Ana já babando ovo dessa formiga.

revirei os olhos, Dona Ana não viu, mas a Melina sim

Dona Ana foi pro banheiro e Melina veio na minha direção

-- qual seu problema comigo, Garcia? -- ela perguntou com os braços cruzados e eu quase ri

-- nenhum, mandada -- ela levantou as duas sombrancelhas -- fiz oque contigo, porra

-- fica implicando o tempo todo, tô achando que é amor encubado, viu. -- fez uma carinha mo de debochada e foi sentar na poltrona de acompanhante.

na volta a Dona Ana veio na frente e a Melina no banco do carona

Dona Ana me encarava o tempo todo, eu já sei o porque.

com toda certeza ela queria saber de eu e Melina, mas eu vou ignorar esse fato e fingir que nem se quer existiu

se a Melina vai embora de todo jeito, pra que contar? Pra que me apegar a uma pessoa que eu sei que não fica? Ela tem a vida dela formada em Portugal, não trocaria tudo isso por mim.

E o morro é o lugar que eu me sinto perto do meu pai, não troco por nada

não adianta insistir em algo que não tem volta!

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