my kind love

treze

Kazutora parecia extremamente cansado quando o encontrei naquela manhã para ir para a faculdade.

Os olhos inchados indicavam um choro longo, e os ombros caídos mostravam a exaustão de uma possível briga que tinha dado errado. Não ousei perguntar sobre, já que o conheço o suficiente para saber que não iria querer falar nada sobre isso agora.

Caminhamos juntos pela calçada até chegar na instituição, indo até a sala em um silêncio confortável, cada um pensando em algo.

Ao entramos na sala, baji e chifuyu viram os rostos, os dois encolhidos no canto da sala.

Imagino o porquê.

Suspiro e me sento do lado de tora, pensando se deveria realmente me meter ou só seguir os conselhos de mity e me manter longe dessa confusão que não tem nada haver comigo.

A aula começou e com o tempo Kazutora foi melhorando o humor, mas ainda dava para perceber uma aura triste nele.

Ao chegar o intervalo, ele me pegou pela mão e saiu me puxando rapidamente dali, pela visão periférica eu pude notar que baji e chifuyu iam vir em nossa direção, mas tora nos tirou dali bem a tempo.

Suspiro bem fundo antes de começar a falar.

— Kazutora. — Ele me olha, também suspirando no processo.

— Eu vou te contar o que aconteceu ok? Eu só preciso me esconder deles, sério. — Respiro fundo e aceno, o deixando me levar até um canto escondido e abandonado da faculdade.

— Abre logo o bico, o que aconteceu? — Murmuro cruzando os braços. — geralmente vocês brigam mas não passam de discussões bestas e sem sentido.

— Eles me pediram em namoro. — Tora murmurou.

— E você?

— Não aceitei.

— Eu imaginei que faria isso tora. — Falo após alguns minutos em silêncio. — Não faz sentido que eles tenham feito isso, na realidade.

— Pois é! Tipo, eu não valho nada? — Me preocupo de verdade ao ver ele derramar lágrimas. — Só me pediram em namoro para garantir que eu não ficasse com mais ninguém? Qual o sentido?

Suspiro, soltando meus próprios braços do aperto que os mantinha abaixo do meu peito e dou alguns passos até chegar nele, o envolvendo e apertando em um abraço.

— Você sabe que não é assim, mas não posso dizer que eles estão certos em agir dessa forma. — Murmuro em seu ouvido, o sentindo tremendo ao finalmente se entregar ao choro. — A decisão é sua, eu vou te apoiar independente de qualquer coisa.

— Mas você conheceu o Baji primeiro, ele é seu amigo mais antigo e quem controla sua raiva. — Kazutora me encara, o rosto vermelho pelo recente choro.

— Você é um dos meus melhores amigos, e não é porque baji também o é que eu devo passar a mão na cabeça dele. — Falo com sinceridade. — Eu o amo muito, mas o que ele está fazendo não é certo, e além disso, você fala como se não estivesse comigo desde pirralho também.

— Mikey...

— Você se lembra? — Lhe ofereço um sorriso pequeno, segurando suas mãos. — Eu lhe prometi que tomaria sua dor, tudo o que você sente eu também sinto.

Kazutora voltou a se entregar as lágrimas, chorando como uma criança.

— Não vou me meter porque me pediu isso, e também porque é uma coisa de vocês, mas. — Dou uma pausa curta, o vendo levantar o olhar para me encarar novamente. — Mas eu irei te apoiar e ficar do seu lado, e se eu perceber que está agindo errado irei lhe repreender, mas nunca vou te deixar sozinho.