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Não é comum eu fazer comunicações desse tipo, mas gostaria de relembrar que no capítulo "f", Seungmin e Jisung são colegas de classe. Han é caracterizado como um jovem religioso, uma característica amplamente reconhecida por toda a comunidade escolar. Para Jisung, encontrar um colega de classe em um ambiente predominantemente frequentado por gays é motivo de constrangimento.

Espero que tenha ficado claro o ocorrido. Desejo a todos uma agradável leitura.

— ★

Naquela noite, houve jogos, brigas de casais e revelações de amor. Foi a melhor noite de Han Jisung, mesmo que isso seja um tanto dramático. Sempre com um sorriso arteiro no rosto, Felix se divertiu à vontade, contagiando a todos ali presentes. Agora, eles estavam assistindo a um segundo filme, um daqueles ruins, como ressaltava Seungmin. Já no final do filme, com tudo acontecendo, Jeongin estava deitado no colo de Changbin, que dormia profundamente no chão da sala. Felix e Hyunjin conversavam "secretamente" na mesa da cozinha, enquanto Christopher jogava no celular ao lado de Minho. Seungmin e Jisung estavam na varanda, onde Kim segurava um cigarro nas mãos.

- Não achei que teríamos os mesmos amigos. - Disse Seungmin, soltando a fumaça pela boca.

- Realmente. - Han levantou o olhar ao rapaz fumando. - E eu não achei que fumasse.

- É meu hábito ridículo. - Reclamou, jogando o resto do cigarro fora, logo pisando nele. - Christopher odeia isso.

- Vocês são um belo casal. - Han não mentiu, deixando um sorriso agradável sair dos lábios de Kim.

- Você e o Minho seriam um casal bonito também. - Disse, deixando as bochechas de Jisung totalmente rosadas, que se não fosse pela noite, daria para notar por todos. - Ele é um cara legal.

- É, ele é especial. - Ressaltou um apelido carinhoso.

- Eu nunca parei para pensar em você dessa forma, Jisung. -  admitiu, passando as mãos pelos cabelos em um gesto nervoso. - Mas, você gosta de homens? -  A pergunta saiu como uma bomba, atingindo Han de surpresa e fazendo-o contrair a boca rapidamente, seus pensamentos se agitando em meio à confusão.

O bochechudo ponderou, tentando não levar tudo tão a sério, embora as dúvidas tumultuassem sua mente. Com receio e um suspiro contido, ele não queria ser confrontado novamente sobre aquilo; era pecado! Como poderia um homem gostar de outro? Era horrível, nojento e parecia uma sentença de morte. Ele passou as mãos pelo rosto quente, deixando uma lágrima teimosa escapar. Han não conseguiu conter as emoções quando sentiu as mãos de Seungmin acariciarem seu corpo, envolvendo-o em um abraço caloroso. Ele fungou e chorou como um bebê, liberando toda a frustração e confusão. Virando-se, ele encostou a cabeça nos ombros do amigo, desabando completamente, soluçando sem controle.

O choro não era nada baixo, fazendo os outros rapazes pararem o que estavam fazendo e irem até a varanda. Felix foi o primeiro a chegar e com a preocupação no olhar perguntou:

- O que houve? Por que está acontecendo? - tentou falar com Han, mas o rapaz não parava de chorar.

- Não consigo explicar agora; vou levá-lo até o quarto de Hyunjin. - disse, fazendo um carinho na cabeça de Jisung. - Chris, você pode me ajudar? -  perguntou ao namorado, que prontamente pegou Jisung no colo e o levou para cima. Jisung não conseguia se mexer, não queria, estava envergonhado e chorando. Suas pernas bambas também não ajudavam.
Cristopher colocou o menino na cama e o cobriu.

Quando estava prestes a sair e deixar o rapaz em paz, Minho apareceu e fez um sinal positivo com a cabeça, indicando que ficaria com Jisung naquele momento. A atitude de Minho trouxe um alívio momentâneo para a situação, permitindo que os outros pudessem se ocupar com outras questões urgentes.

Lee se sentou ao lado do rapaz que estava coberto até o pescoço com o lençol. Ele fungava e tinha o corpo encolhido.

- Ei. - Disse em um sussurro. - É o Minho. - Passou aos mãos nos cabelos arrepiados do moreno.

- Seu cheiro denunciou isso. - Disse, fazendo Minho rir.

- Bom, você quer conversar sobre o que aconteceu? -  Lee se ajeitou na cama, fazendo um leve cafuné na cabeça do rapaz. O silêncio se instalou, pesado e denso, enchendo o ambiente com uma tensão palpável. Jisung ansiava por abrir seu coração, por compartilhar suas angústias, mas se via sem palavras, sem saber por onde começar. O simples gesto de carinho de Lee o acalmava, mas ao mesmo tempo o deixava ainda mais vulnerável, pois sabia que teria que enfrentar seus medos e confessar seus segredos mais profundos.

Ajeitando-se um pouco e virando-se, Jisung olhou nos olhos de Minho e sentou-se na cama. Ele se aproximou mais, conseguindo sentir os olhos de Lee se arregalarem um pouco com a proximidade. O coração de Jisung batia rápido, seu peito apertado pela ansiedade. Ele respirou fundo, reunindo coragem, mas não precisou muito para que ele pegasse no rosto de Minho e juntasse o lábios.

Certamente, Han não era o melhor em beijar, mas sentiu as mãos de Lee segurarem firme em sua cintura. O simples selinho começou a se intensificar, mas quando Lee tentou aprofundar o beijo, Han recuou. Ele ficou estático, tocando seus próprios lábios, sem acreditar no que acabara de fazer. O coração de Han batia forte, sua mente uma confusão de sentimentos. Ele queria se entregar ao momento, mas algo o prendia, um misto de medo e incerteza sobre seus próprios desejos e limitações.

- Ji, me escute. - Minho se aproximou do  bochechudo. - Está tudo bem com que você acabou de fazer, Ok?

- Eu... Eu beijei um homem. Isso está muito errado, devemos voltar agora. -  disse Jisung, levantando-se da cama rapidamente e passando as mãos pelos cabelos bagunçados, num gesto nervoso. Seu coração batia forte, a mente turbulenta com pensamentos confusos e conflitantes. Ele se sentia dividido entre a intensidade do momento vivido com Lee e os padrões sociais e morais que sempre o cercaram. A ideia de voltar atrás parecia a mais sensata, mas algo dentro dele ansiava por mais, por explorar o desconhecido e se permitir sentir algo genuíno e profundo.

- Ei, calma. -  foi interrompido pela voz alta de Han Jisung, que não conseguiu esconder a ansiedade em sua expressão.

- Tenho que voltar agora! Me leve para casa. -  As palavras saíram apressadas, quase como um pedido de socorro. Jisung sentia seu mundo desmoronar ao seu redor, a confusão e o medo o dominando. Ele sabia que aquilo não era o que era esperado dele, que suas ações poderiam ter consequências irreversíveis. A urgência em voltar para casa era também uma tentativa de fugir da realidade que agora se apresentava diante dele, uma realidade que o forçava a confrontar seus próprios desejos e identidade.

Encantados | MinsungOnde histórias criam vida. Descubra agora