n (fim).

18 6 0
                                    

Jisung despertou ao romper da aurora, envolto em uma sensação de torpor, agravada pela dor de cabeça que o acometia com intensidade. Ao se virar, sentiu um alívio profundo ao deparar-se com o corpo sólido de Minho ao seu lado. Uma das mãos do rapaz agarrava sua cintura com firmeza, como se temesse que Jisung pudesse escapar a qualquer momento. Han se remexeu na cama, aproximando-se do rosto de Lee, que despertou com o movimento do amigo bochechudo. Um sorriso leve brotou em seus lábios, compartilhando um momento de proximidade e timidez.

- Você está lindo até com os cabelos bagunçados. - disse Minho, com a voz rouca pela recém-despertada. Han levou a brincadeira na esportiva, formando um leve bico e passando os dedos pelos cabelos do moreno à sua frente. O gesto simples carregava consigo um afeto genuíno, consolidando a intimidade e cumplicidade entre eles.

- Promete não cortar o seu cabelo? - Han perguntou, continuando a fazer carinhos suaves, quase como um cafuné, gesto ao qual Minho não se opunha.

- Quer que eu seja a Rapunzel? - Han riu com um tom anasalado a resposta do companheiro. - Se eu cortar, você ainda vai me amar? - A leveza na voz de Lee contrastava a brincadeira.

- Posso pensar sobre isso. - disse, provocando uma leve gargalhada do casal. Eles se aconchegaram novamente, fechando os olhos e sentindo ainda mais a presença um do outro.

- O que você vai fazer enquanto tudo isso acontece? -  Perguntou Minho, suavemente depositando um beijo na testa do recém-acordado. Seus olhos brilhavam com uma mistura de preocupação e carinho, enquanto sua voz carregava um tom suave e reconfortante. A presença de Minho ao seu lado era como um bálsamo para a alma, dissipando qualquer vestígio de preocupação.

Jisung suspirou baixo, sentindo o peso da situação sobre seus ombros, mas logo respondeu com determinação: - De qualquer jeito vou ter que enfrentar isso, o que é frustrante. - Seus pensamentos giravam em torno da inevitável conversa que teria com sua mãe. - Agora, parece que tudo se encaixou, e eu vou ter que encarar isso de frente..- Ele mordiscou a bochecha por dentro, uma tentativa de conter a ansiedade que ameaçava dominá-lo.

Após algumas carícias, Han se levantou, mas ainda se sentindo sonolento, ele logo se arrumou para descer. Suas roupas da noite anterior o incomodavam, mas ele teve que descer, deixando Lee descansar um pouco mais. Cada passo em direção à porta da frente parecia pesar mais do que o normal. Ele queria ficar, queria demorar mais um pouco ao lado de Lee, mas as responsabilidades chamavam. Suspirando, ele saiu, deixando para trás o calor reconfortante da cama e o conforto da presença de Lee.

Quando finalmente desceu, deparou-se com Hyunjin e Felix na cozinha. Os dois estavam imersos em uma conversa animada, soltando risadas contagiantes. Ao perceber a presença do primo, Felix prontamente o abraçou com força. Quando finalmente se soltaram, Han encontrou o olhar afetuoso de Hyunjin, que transbordava carinho.

- Como dormiu? - Hwang perguntou, lançando um olhar sugestivo que fez Jisung soltar uma risada anasalada.

- Com certeza. - Jisung entrou na brincadeira, provocando risos graciosos de todos ali. -Félix...- Han se virou para o primo. - Vou passar em casa rapidamente, preciso resolver algumas coisas.

- Agora? Han... Podemos deixar isso para depois. - Ele afirmou, bastante preocupado com o primo.

- Eu não consigo. É uma pressão muito grande. Além de que preciso honrar meus pais, e principalmente meu pai! - Jisung passou as mãos pelos cabelos, tentando conter sua ansiedade. - Eu tenho certeza que vai se resolver, Lee. - Abraçou o loiro, tentando trazer tranquilidade, mesmo que não tivesse nenhuma.

Han sentia um medo profundo ao voltar para casa, especialmente ao pensar em encontrar sua mãe. Ele ansiava por uma vida normal, algo que parecia inalcançável para ele. O medo o consumia constantemente, desde sempre, e ainda o assombrava. Seu pai não tinha sido o herói que ele esperava, mas mesmo assim o amava. Sua mãe não fora exatamente sua amiga, mas mesmo assim ele não conseguia dizer um não a ela. Amar seus pais e sentir-se rejeitado por eles era uma das piores dores que ele poderia suportar. Chegando em frente ao quintal de sua casa, as memórias de sua infância vieram à tona. Ele se lembrava de correr desenfreado atrás do cachorro do vizinho, que sempre tentava entrar em sua casa. Naquela época, ele amava tudo aquilo e não ansiava pelo crescimento, mas infelizmente seu desejo não foi concedido. Como sempre.

Encantados | MinsungOnde histórias criam vida. Descubra agora