14 CAPÍTULO.

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* Mal.

  Caminho à passos lentos pela Praça da Ilha... ninguém me vê sob o véu de invisibilidade ou aos meus enfeites.... acomodo-me sobre o trono de opala que invoquei a minha espada, ainda tingida com o sangue dos sentinelas, esta apoiada na lateral do encosto do meu pulso esquerdo, mas ao alcance da minha mão esquerda (não que eu precisasse dela para incutir o medo em seus corações, mas era um aviso silêncioso.

   Já é noite, e os habitantes noturnos estão
saindo para brincar, como sempre fazem. Eu mantenho tudo invisível, até todos chegarem... esse ainda é o ponto de encontro das gangues e, sem o meu grupo (Jayson, a Eve e eu), as coisas estão muito perigosas para qualquer um.

  Não que eu me importe, penso ao me recostar no trono, enquanto observo a multidão se reunir a minha volta sem se questionar porque ninguém se aproximava daqui.

  Eu não precisava fazer isso, sabia aonde a minha presa estava e quem eram os seus cúmplices. Mas os moradores da ilha precisavam se lembrar quem é a rainha nessa porra.

  Quando surjo sentada em um trono diante deles, todos na Praça são tomados pelo terror. Bom.

  Uso um feitiço para amplificar a minha voz e falo para que todos na ilha inteira me ouçam. Por agora, não serei desnecessariamente cruel.

  - Ouçam-me todos... a rainha Mal é quem fala. Eu quero Harry Gancho aos meus pés em duas horas ou sairei à caça e, enquanto não o encontrar, matarei a todos nesta maldita pocilga. Apenas para me livrar do tédio, fui clara? - digo, e sorrio.

  As pessoas me encaram com expressões de medo e pavor, então veem a espada ensanguentada próxima a minha mão. E, como os ratos apavorados que realmente são, correm pela escuridão...

  Quase meia hora depois, Morgana arrasta
a sobrinha e a joga aos meus pés. A ex bruxa-do-mar, faz profunda reverência para mim.

  - Senhora de Auradon, eu não sei aonde o filho do Gancho está, mas trouxe alguém que talvez saiba. - diz Morgana, em um tom de voz falsamente servil.

  Inclino a cabeça para o lado e, sorrio.

  Sem nem me mover no trono, deixo a bruma negra circular e prender Morgana pela garganta, então a suspendo à alguns metros bem acima do chão, a bruxa grita de medo e chuta o ar, sem sair do lugar.

  Enquanto a observo lutar, estalo a língua (tsc, tsc, tsc) lembrando da vez em que a minha mãe me disse que, em terra de vilões não há "justiça", nem lealdade ou mesmo sinceridade, e que nunca se deve dar as costas à um deles.

  De repente, Morgana fica imovel, a patética mesma se matou enquanto ela esperneava contra a sobra, quebrando seu pescoço.

  Largo ela no chão, e lanço um olhar frio para a "Uma", que encara a tia e logo em seguida a mim, petrificada de medo.

  Ela parece querer sair correndo, esquecendo-se completamente que não há como sair da Ilha. E, quando ela se levanta para fugir, travo o seu corpo e ela se debate como um peixe no anzol.

  Imobilizo ela, não quero que morra, ainda.

  Eu sorrio, tão à vontade quanto estaria diante de uma peça de comédia em um teatro.

  Gesticulo para o mural, e permito que todos na praça vejam os 'enfeites' logo atrás de mim.

  Cruzo as pernas, e encaro a garota-polvo, que estremece.

  - Eu não vim aqui como a rainha de Auradon, mas como a Rainha da Ilha; sou a sua rainha agora. - revelo à todos, que olham em volta asssustados. - Uma, seja útil, ou virará o meu próximo enfeite de Solstício de inverno. Aonde está Harry?

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