12 CAPITULO.

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*Bella.

  O som de algo se espatifando no chão me faz despertar num pulo, ainda tonta de sono, olho pra janela da cabine e vejo que a lua ainda está no céu; volto a minha atenção para o outro lado da cama e não vejo Adam, apenas um emaranhado de lençol em seu lugar... deve ter ido buscar água ou algo assim, mas sem ele eu não consigo dormir, então decido ir atrás dele.

  Desço da cama e ando até o aparador de casacos que tem o meu roupão de cetim pendurado; Eve havia me mostrado as peças para "dormir" que confeccionava para si mesma e para a Mal; e, gentilmente, fez cinco jogos para mim com: vestidinho, roupão, calcinha e sutiã; Adam estranhou de início e eu também, mas depois de um
tempo admitiu que era bonita em mim, mesmo aquelas que mal cobriam o meu
traseiro; Eve ficou feliz em ouvir isso.

  Pego o roupão e o visto, mas ao chegar à porta paro um instante para fechar o laço quando um grunhido soa às minhas costas. É como um pesadelo ganhando vida e prestes a me devorar.

  Olho para trás e vejo, de contro à pouca luz da pequena janela da cabine, uma fera me encara... ele não fala nada enquanto se aproxima de mim, apavorada, grito e disparo para fora da cabine, o medo toma conta de mim e eu corro do monstro em busca de Adan.

   Servos, marinheiros, soldados; despertam com o URRO furioso e eu paro de correr, já na proa.

  "Eu conheço bem este som."

  - Adam? - digo, com um tremor na voz.

  Eu me volto para trás e vejo o caos que se formou.

  A Besta ruge enquanto ataca aos homens que tentam contê-lo, enquanto outros quatro dão passagens às servas que saem do corredor da ala de servos e as direciona para os botes, todas gritam apavoradas.

  Os guardas lutam contra o monstro. Mas as pessoas que estão aqui hoje não fazem parte daqueles servos que viraram objetos-vivos, e viram o seu amado e arrogante Príncipe ser amaldiçoado. Não, esta geração vai matá-lo sem titubear.

- Adam!!! - grito.

  - Senhora! - exclama Berenice, minha dama pessoal ao correr até mim, parecendo muito alíviada. Ela me alcançar e me abraça por dois segundos antes de me puxar para onde estão preparando os botes. - Vamos, senhora, aqui não é seguro!


  Mas não me mexo. Não porque eu estou apavorada, o que de fato estou, mas porque a Fera, os guardas e marinheiros seguem com a luta sangrenta... alguns, eu espero, estão inconscientes; outros estão sangrando e/ou mancando, vão morrer se eu não fizer nada. E a Fera...

  Não!!! É o Adam, e está sangrando e furioso.

  - Solte-me!!! - grito, puxando o braço para longe do seu alcance, Berenice me obedece com um olhar de choque, pois nunca gritei com ninguém. Encaro os guardas agitados e apavorados; uso a voz, o mais firme que consigo. - Recuem, já!!!

  Um dos homens recua até mim. Dexter, o meu guarda pessoal, me estende a mão. A Fera, ruge ainda mais alto, e tenta furar o bloqueio de sentinelas.

  - Alteza! - implora Dexter, assustado.

  - Vão para os botes, eu cuidarei dele. É uma ordem! - digo severa e tensa, passo por ele à caminho da fera. Não deixo os seus olhos ao ordenar. - Vão, agora!

  A fera para de encarar aos guardas, como se estivesse prestes a estripa-los com suas garras, que no momento estão fincadas no chão polido.

  Adam me encara agora, como se mudasse o seu alvo; e, ao mesmo tempo que os guardas erguem as suas lâminas, alguém me puxar por trás pela cintura e a Fera avança, ensandecida.

A Princesa do Submundo.Onde histórias criam vida. Descubra agora