10. Tempos de Glória (parte 1)

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P.o.v. Pedro

Jão saiu da pequena sala segurando um pequeno pedaço de algodão no braço e o maior sorriso do mundo.

Pedro: — Como você se sente? — Pergunto sorrindo.

Jão: — Mais vivo que nunca! — Ele sorri empolgado.

Logo em seguida chega a minha vez, e quando saio também estou me sentindo mais vivo. 

Voltamos para a casa e, apesar de eu só ter ficado com o braço dormente, o Jão teve mais efeitos colaterais que eu e ficou o dia de cama.

Mas ainda assim, era uma sensação boa de que em breve tudo aquilo passaria. 

E nós podemos passar o dia juntinhos na nossa cama, então não vejo razão para reclamar.

Pedro: — Vida, está acordado? — Chamo ao ver ele se mexer.

Jão: — Sim... — Ele murmura.

Pedro: — Como você tá se sentindo?

Jão: - Ainda meio mal, faz parte e eu estou feliz, mas enfim.

Pedro: — Que tal tomar um banho quentinho para descansar? — Sugiro.

Ele acata a minha ideia e logo que entra no banheiro eu vou em direção à cozinha, queria aproveitar nossa noite, então eu decidi fazer um jantar especial para meu menino.

Liguei para o restaurante com a entrega mais rápida que conhecia e pedi nhoque. Nesse meio tempo, arrumei a mesa com nosso vinho favorito e algumas decorações para deixar bonito.

Servi a comida dos gatos e me recordei de como era bom estar em família assim e podermos sentir que em breve poderíamos ver nossos amigos.

E voltar com os shows, eu ficava empolgado só de pensar que em breve o Jão poderia voltar a fazer shows.

Com toda a UFO vacinada, nós poderíamos ir fazer reuniões de forma presencial para cuidar do álbum e, mais para frente, da próxima turnê. 

E, modestamente, essa era a parte que mais me animava, eu poderia cuidar dos detalhes artísticos dos palcos, eu amava isso tanto quanto compor ao lado do Jão. 

Enquanto eu arrumava as coisas, fiquei pensando em como as coisas aconteciam, em como nós dois tínhamos certos.

A pouco mais de dois anos atrás, ele ainda sonhava em ser cantor e eu ainda escondia que era apaixonado por ele

Nem nos meus melhores sonhos eu imaginaria que um dia nós dois estaremos aqui, noivos, com dois gatos e fazendo a carreira dele acontecer.

Eu me sentia sortudo por ver o Jão sendo ele dia após dia, de poder crescer junto com ele. 

Meus olhos foram até o livro que ele tinha me feito ler, "The Song Of Achilles" que estava sobre a mesa de cetro da sala, e logo que terminei a leitura, eu entendi porque ele achava a história tão linda.

Disse que me amava com Pátroclo amou Aquiles, e aquilo me deixou completamente eufórico.

Imaginar ser amado daquela forma era lindo, e eu o amava assim também.

Enquanto eu arrumava nossa mesa para a gente jantar, isso ficava martelando na minha mente. 

Decidi sentar e escrever um pouco, pensando e como era bom descansar depois de correr tanto, era bom que nós dois tínhamos um ao outro agora.

Digitei um pouco e fiquei animado para mostrar para meu noivo o que eu tinha começado, mas logo escutei o interfone e em seguida o chuveiro desligando, decidi correr para terminar de arrumar as coisas.

Teríamos tempo para escrever todas as músicas do mundo.

Atendi a porta e terminei de arrumar nossa mesa para jantarmos.

Pedro:- Boa noite, meu amor. - Disse entrando no quarto, ele tinha acabado de terminar de se vestir.

Jão: — Boa noite, Pepeu.

Pedro:— Está se sentindo melhor?

Jão: — Um pouco, acho que o banho quente ajudou.

Pedro: — E tá com fome?

Jão: — Um pouco, por quê?

Pedro: — Tenho uma surpresa para você. — Sorrio e estendo a mão para ele.

Jão: — Uma surpresa? — Ele sorri. — O que é?

Pedro: — É só me acompanhar. 

Ele enlaça a mão na minha e nós eu o levo até a cozinha, onde está a mesa toda arrumada com nosso nhoque e vinho de sempre.

Jão: — Meu deus, o que nós estamos comemorando?

Pedro: — A imunização? A nossa vida? Ao mundo que está aos poucos voltando ao normal? Pode ser o que você quiser, meu amor. — Me aproximo e deixo um selinho nos lábios dele.

Jão: — Amo você, sabia? — Ele me beija. — Amo como você consegue transformar qualquer momento em algo especial para a gente comemorar. 

Pedro: — Também te amo. — Sorri.

Nos sentamos para jantar naquele clima gostoso de sempre, era a melhor coisa do mundo passar tempo com ele.

Pedro: — O que quer fazer agora? — Pergunto depois de jantarmos.

Jão: — Não sei, estou meio abatido ainda. 

Pedro:— Que tal a gente assistir filme abraçadinhos? — Sugiro, ele me sorri, o sorriso mais lindo do mundo.

Jão: — Me parece uma ótima ideia.

Nos deitamos no sofá para assistir a filmes, no momento em que meu noivo me abracou, eu quis ficar ali para o resto da minha vida.

Jão: — Obrigado por cuidar de mim, vida. — Ele diz e me beija suavemente. 

Pedro:— Estarei sempre aqui para cuidar de você, meu amor. — Beijo ele outra vez.

Ficamos assistindo até tarde, quando reparei que Jão havia pegado no sono, sorri vendo a cena, e por fim, decidi adormecer ali mesmo ao lado do meu noivo.

Depois do "E se?" - Pejão (Segunda Temporada)Onde histórias criam vida. Descubra agora