7. Exagerados

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Antes de tudo:

Quem é vivo sempre aparece né? 

Peço perdão pelo sumiço, sei que to devendo cap de todas as fics pra vcs há semanas, mas vou recompensar

Já adianto que amanhã vai sair outro capítulo de Depois do E Se, e talvez saia cap de uma das outras também.

P.o.v. João

Os meses iam passando e eu e Pedro íamos cuidando das coisas do meu próximo álbum, a maior parte delas à distância.

Algumas vezes nos reunimos no estúdio com o Zebu para terminar algumas letras.

Naquele fim de dia, quando voltávamos para a casa Pedro disse que queria passar no mercado, e apesar de eu ter insistido em ir junto, para ele não ter que carregar o que quer que fosse comprar até em casa, ele me convenceu a voltar sozinho, dizendo que eram só algumas coisas e que alguém tinha que ver como estavam os gatos, que estavam sem a gente o dia inteiro.

Pensando nos meus filhos sozinhos em casa desde cedo, eu cedi.

Voltei para a casa, mas achei meio estranha essa atitude dele, principalmente porque ele tinha ficado meio calado hoje no estúdio.

Encolhi os ombros, e servi o jantar dos meus gatos, não tinha porque ficar especulando coisas a essa altura, quando ele chegasse eu perguntaria se algo tinha acontecido.

Quando ele volta do mercado, é o ritual de sempre, ele vai se trocar e eu esterilizo as compras.

Ouço o barulho do chuveiro e presumo que Pedro decidiu tomar um banho.

Se não fosse pela circunstância em questão, eu admito que isso me deixaria meio chateado, não que o Pedro não pudesse tomar banho sem mim, mas é que esse banho da noite especificamente era algo que tinha se tornando um hábito nosso tomar juntos.

Na maioria das vezes sem segundas intenções, era mais um momento para gente passar junto conversando ou só trocando carinhos, principalmente nos dias mais agitados, em que tínhamos pouco tempo a sós sem ter que resolver alguma pendência do trabalho.

Principalmente em dias como hoje.

Afasto os pensamentos e volto minha atenção aos borrifadores de álcool, minha carência às vezes fala demais.

Noto que as tais compras de Pedro, são em sua maioria bobagens como lanches e doces, além de um vinho da nossa marca favorita, estranho porque hoje é uma quinta-feira e nós temos mais idas no estúdio amanhã e uma reunião importante no sábado.

Pedro: — Já tomou banho, vida? — Ele diz voltando para a sala.

Jão: — Não, mas acho que vou agora. — Resmungo.

Pedro: — Vai lá. — Ele me dá um selinho rápido e vai em direção à cozinha.

Tomo um banho rápido, sentindo uma sensação estranha.

Logo que saio ouço uma música vindo da sala, me visto e vou até lá.

Pedro está sentado no sofá com os olhos no celular mudando as músicas incessantemente.

Jão: — Amor? — Chamo.

Pedro: — Ah, — Ele levanta num pulo. — Nem te ouvi saindo do chuveiro. — Diz rindo, em seguida pega um embrulho em cima do sofá. — Comprei para você... — Me entrega um rosa, com o sorriso mais lindo do mundo. — Sei que não são mil, e eu não roubei, mas é de coração.

Jão: — Nossa... — Digo meio emotivo sem saber como reagir. — Que linda... Obrigado meu amor... — Me aproximo dele o beijo, meu peito fica um pouco mais tranquilo.

Ele volta para o sofá e serve duas taças de vinho.

Pedro: — É só que eu não queria que passasse em branco e como a gente tem aquela reunião com a Ufo no sábado...

Jão: — Sábado? — Forço a minha mente para tentar lembrar o que teria de importante no sábado. — Ah... é Dia dos Namorados?

Pedro: — Sim, mas como a reunião já ta a agendada há tempos, não ia da para simplesmente adiar.

Jão: — Por que a gente tem uma reunião marcada para o Dia dos Namorados? Quem foi que marcou essa data?

Pedro: — Acho que a Gio ou o Renan.

Jão: — Óbvio que isso tinha que vir dos únicos solteiros...

Pedro: — Mas não tem problema, amor, a gente comemora hoje mesmo. — Aponta para as taças de vinho. — Meu plano era fazer isso amanhã, mas pensei que talvez fosse péssima ideia acordar de ressaca no sábado, então.

Jão: — Nossa, Pepê era por isso que você estava todo calado hoje?

Pedro: — É, eu tava pensando no que fazer para você.

Jão: — Eu não te comprei nada. — Abaixo a cabeça envergonhado.

Pedro: — Não tem problema, amor, até porque que só te comprei uma rosa.

Jão: — Mas é alguma coisa.

Pedro: — Eu sei que presente você me dar.

Jão: — O quê?

Ele volta até o celular e dá play em uma música.

Na nossa música.

Pedro: — Dança Exagerado comigo outra vez... —Ele estende a mão para mim com o sorriso mais lindo do universo inteiro.

Sinto vontade de chorar.

Jão: — Como todo prazer do mundo, meu amor...

Talvez de todas as coisas incríveis que o Pedro me proporciona e que me fazem amá-lo, uma das maiores é esse jeito que ele tem de sempre tirar o melhor de qualquer situação e de transformar qualquer fim de quinta comum na nossa festa particular.

Beijo ele logo nos últimos acordes da música porque não consigo traduzir em palavras tudo o que eu sinto por ele.

Jão: — Te amo vida. — Sussurro contra os lábios dele. — Obrigado por tornar qualquer momento especial.

Pedro: — Também te amo, meu amor, — Ele me beija outra vez. — E meus momentos são especias porque eu tenho você do meu lado.

Nos beijamos mais um tempo.

Pedro: — Quer dançar outra música?

Jão: — Como você? Com toda certeza

Dançamos várias músicas do Cazuza e sinto que cada uma cria mais uma memória linda no meu peito.

Depois tomamos vinho e descobro que o Pedro também pediu nhoque para a gente jantar, às vezes desconfio que esse homem exista mesmo.

Após decidimos deixar a louça para amanhã e ficar só de dengo no sofá.

Jão: — Eu tenho o noivo mais perfeito do mundo. — Digo entre os beijos.

Pedro: — Impossível. — Ele me dá mais um selinho antes de terminar. — Porque quem tem sou eu.

Rio e beijo ele de novo.

Jão: — Por mim a gente podia comemorar todos os dias dos namorados assim. — Digo. — Mesmo depois que a gente se casar.

Pedro: — Eu vou amar, meu amor.

Nós dançamos mais um pouco e depois nos aprontamos para dormir.

Pedro: — Feliz dias dos namorados adiantado, meu menino. — Pedro sussurra sonolento.

Jão: — Feliz Dia dos Namorados adiantado, Pepê.

E mais uma vez, naquela noite, nós dois dormimos abraçados.

Depois do "E se?" - Pejão (Segunda Temporada)Onde histórias criam vida. Descubra agora