𝙄𝙈𝘼𝙂𝙄𝙉𝙀𝙎 - 𝘌𝘋𝘔𝘜𝘕𝘋𝘖 𝘗𝘌𝘝𝘌𝘕𝘚𝘐𝘌

SIMPLICITY

O zumbido baixo da música jazz, que vem do velho rádio crepitante da sala de estar - alto o suficiente para ser ouvido por todo o apartamento - preenche o banheiro e é uma linha cortante para o silêncio que antes se instalava.

O vapor quente encheu o pequeno banheiro, dando aos azulejos um brilho de gotículas, respirando no espelho e embaçando-o. Uma umidade agradável e confortável era para o corpo e o ambiente das mentes.

Você e Edmund ficaram juntos na banheira; você entre as pernas dele, de costas contra o peito dele e enquanto você esfregava o rosto na curva do pescoço dele, os braços de Edmund encontraram um local confortável ao redor de seu estômago, os dedos desenhando formas e cutucando sua pele.

A água estava tão quente quanto poderia estar, quase parecia uma panela fervendo. Durante os meses mais frios - final de outubro a meados de abril - era bom tomar um banho demorado em um calor tão ardente. Embora, para o seu gosto, a temperatura estivesse um pouco alta demais e você demorou mais do que alguns minutos para se ajustar a ela. Mas foi Edmundo quem preparou o banho e preferia muito mais essas temperaturas.

A versão instrumental de; Bei mir bist du schön, começou e você bateu, até tamborilou, seus dedos em ritmos contra os braços de Edmund e cantarolando, murmurando o trecho da letra que você lembrava - não completamente em sintonia - com ela.

Uma das muitas músicas que você gostava de ouvir, quando tocava na rádio - você ainda está em busca de um disco de vinil dela e mesmo que custasse quase metade do seu empréstimo, valeu a pena compre - como foi, durante os anos difíceis e de pesadelo da guerra, um dos poucos prazeres que você teve.

Tempos como este, a sós com Edmund e desfrutando de uma simples união, tornaram-se de curta duração e raros nos últimos meses. Com Edmund tendo seus cursos universitários do início da manhã até o final da tarde e vocês trabalhando no turno da tarde - das 17h à meia-noite - vocês dois mal se viam. Portanto, momentos como este são sagrados e os fins de semana repletos de atividades, tanto quanto possível.

"Você quer assistir ao próximo filme hoje à noite ou ler alguns livros?" A voz de Edmund era um sussurro profundo e baixo, te assustou e acordou depois de cochilar.

"Ambos. Embora eu não me importasse de tirar uma soneca também" você bocejou um pouco, toda a atmosfera, o calor corporal compartilhado, estava fazendo você se sentir sonolento e dormir (o dia inteiro) parecia atraente.

"Eu acho que fazer as duas coisas seria um pouco demais para se dar atenção. Um cochilo que você também não pode tirar, amor, você já dormiu até o almoço.” risadas profundas ressoaram no peito de Edmund, ecoando pela sala e soando agradáveis aos seus ouvidos.

A água, que perdeu significativamente a temperatura nas últimas duas horas e meia - arrepios subindo pela sua pele de vez em quando sempre que um de vocês dois se mexia demais. Criando uma peça de maré baixa e alta e com um pato de borracha e um barco de brinquedo, daria uma ótima cena de fato.

Os cobertores macios e macios em sua pele agora são ásperos e ásperos, e uma coceira em suas coxas nuas é irritante.

As almofadas do Sofá não pareciam tão confortáveis hoje como você imaginava.

Rígido, tenso e elegante, como um convidado ou amigo que visita seu amigo pela primeira vez, você se sentou ao lado de Edmund - que provavelmente começou a ler Moby Dick novamente e já está no Capítulo 4.

Você não tinha vontade de ler, nem de assistir televisão e nem de tirar uma soneca, embora antes se sentisse sonolento - mas agora bem acordado.

"Ed, estou entediada" você proclamou o mais dramático que pôde, arrastando as palavras no final e balançando os lábios, jogando-se ao lado do seu namorado.