𝙄𝙈𝘼𝙂𝙄𝙉𝙀𝙎 - 𝘌𝘋𝘔𝘜𝘕𝘋𝘖 𝘗𝘌𝘝𝘌𝘕𝘚𝘐𝘌

EVERDREAM

Cair Paravel estava linda ao entardecer. Laranjas e vermelhos brilhantes misturavam-se com o azul fresco da noite para manchar o céu com cores magníficas. Os tons quentes e frios se entrelaçaram para formar uma barreira verde profunda entre o dia que passa e a noite que chega. Era absolutamente deslumbrante aos olhos de S/N, e é por isso que ela sempre fazia questão de estar ao ar livre nessa hora. Ela adorava admirar como os últimos raios do sol refletiam nas paredes de pedra branca e como o ar quente da noite ficava fresco. Tudo e todos ao seu redor começam a se acalmar e o tempo parece passar de forma diferente.

Seu lugar favorito para absorver a atmosfera era um muro de pedra logo à direita de um grande jardim. Aqui, ela poderia olhar para a água e ver o sol desaparecer atrás das árvores altas. Aqui, ela pode observar as cores dançando nas velas de enormes navios como projetores e sentir o fluxo de ar fresco ao seu redor. Claro que a pedra era irregular, irregular e afiada em alguns lugares e ela havia rasgado muitos de seus vestidos por causa disso, mas este era o seu lugar. E o lugar dela era onde ela gostava de estar.

Às vezes, alguém da família real se juntava a ela em seu silêncio. Lucy viria quando ela estivesse feliz; ela adorava a companhia de S/N e gostava de admirar o céu. Ocasionalmente, ela quebrava o silêncio para apontar uma estrela que estava começando a aparecer ou um coelho que passava correndo. No geral, ela era uma garrafa de energia calorosa e convidativa. Ela sempre era bem-vinda com S/N em sua parede. Susan viria sempre que quisesse conversar. Ela sabia que S/N iria ouvir. Seus irmãos e irmã mais nova tendiam a interrompê-la antes que ela pudesse se explicar completamente, então o silêncio contínuo de S/N era como uma lufada de ar fresco. Peter vinha sempre que tinha um dia estressante ou sempre que sabia que um momento difícil estava por vir. Ele apenas sentava ao lado de S/N na parede como se estivesse meditando. Se ele quisesse conversar, ele poderia, mas se quisesse

não, ele não foi pressionado a isso. S/N era uma boa companhia e o silêncio sempre era reconfortante antes de dormir. Edmund vinha sempre que queria, o que acontecia com mais frequência do que seus irmãos. Ele e S/N estavam namorando há quase três anos, então meio que contava como um encontro. Os dois sabiam que não precisavam de nada chamativo; apenas estarmos juntos era mais que suficiente. Ele sempre esperava um pouco, porém, para ter certeza de que seus irmãos não estavam planejando se juntar à sua garota no muro. Edmund sabia que se eles estivessem lá, precisavam dela e quem era ele para se intrometer nisso? Às vezes, S/N ficava sozinha com seus pensamentos.

Edmund sentou-se em silêncio ao lado dela, olhando para a água. Ele havia se livrado da armadura e da coroa, então suas roupas largas e cabelos bagunçados balançavam com a brisa. Seus pés balançavam livremente, enquanto os dela estavam cruzados na altura dos tornozelos.

"Haverá lua cheia esta noite", a voz de S/N era suave enquanto ela olhava para Edmund. As sombras em seu rosto mudaram quando ele encontrou o olhar dela. S/N observou. Parecia contornar sua mandíbula, fazendo com que suas feições parecessem nítidas e como se ele fosse esculpido em mármore. Ed sempre ficava ótimo no crepúsculo, S/N pensou.

"Sim?" Ele se inclinou levemente para trás, seu peso sendo sustentado por ambas as mãos segurando a parede. "Isso significa que será claro o suficiente para ser visto sem uma tocha."

"Eu estava pensando que talvez pudéssemos dar um passeio." S/N voltou sua atenção para um grande navio da Marinha flutuando diretamente no meio da baía. "A menos que você precise descansar para amanhã. Grande reunião, certo? Podemos simplesmente ir para a cama."

"A reunião não é realmente importante e, além disso, Pete faz a maior parte do trabalho de qualquer maneira."

Ed havia se tornado extremamente indiferente às reuniões desde que os quatro desembarcaram em Nárnia. Quando ele era mais jovem, ele costumava se estressar com isso dias antes. Acho que quando você assiste a tantas reuniões sobre a mesma coisa, a ansiedade se transforma em familiaridade.