AT NIGHT

208 10 0
                                    

(S/n) trancou o telefone e enterrou a cabeça no travesseiro com um suspiro. Era meio da noite e ela simplesmente não conseguia dormir. Embora fosse improvável, poderia ter sido o fato de ela não estar hospedada em seu próprio quarto. Seus pais foram embora no fim de semana e, como ela ainda era uma “menininha inocente que precisava de proteção constante”, insistiram que ela ficasse na casa de uma amiga. Caramba, se eles soubessem que sua filha lutou em guerras e liderou exércitos. Com um aceno de cabeça, ela rolou de costas e olhou para o teto. Ela gostava desta casa, passou grande parte da infância aqui, brincando com os amigos, mas mesmo assim preferia estar em casa agora. Ela estava grata por poder ficar com eles, mas preferia ficar sozinha em sua cama no momento. Ela teve um dia horrível e não queria preocupá-los. Embora... Na verdade, ela já havia falhado nisso...

(S/n) bateu o armário e encostou a cabeça nele, cansada. Este dia realmente não poderia ficar pior.

"Ei, (eu/n)!"

Deixa para lá. Poderia.

Ela se virou com uma carranca e olhou para a ruiva.

"O que foi dessa vez, Trent? Você vai tirar sarro da minha aparência de novo? Do meu jeito de falar? O quê? O que vai ser, hein? Mas está ficando meio chato. Não é exatamente o desafio que costumava ser, você saber."

"Bem, eu ia, mas... Você conhece Karen, certo? A garota que trabalha na secretaria da escola? Ela me devia um favor e eu consegui algumas informações bem interessantes sobre você e sua família."

Ela ficou completamente tensa. Oh não. No entanto, ela não demonstrou nenhuma emoção.

"Eu não sei do que você está falando." ela disse calmamente e virou-se, afastando-se dele.

"Então me diga: como é ter seus próprios pais tentando matar você, 'criança demônio'?"

Ela parou abruptamente e cerrou os punhos, os nós dos dedos ficando brancos e as unhas cravando formas crescentes nas palmas das mãos.

"Honestamente, que tipo de bruxaria você usou para fazer seus novos pais te adotarem?"

Ela tentou conter as lágrimas, mordendo o lábio até sentir gosto de ferro.

"Nenhum. Os pais dela a escolheram porque a amam." uma nova voz disse.

(S/n) não precisou se virar para saber quem era.

"Ao contrário dos seus pais, pelos quais sinto muito, afinal eles estão presos a pessoas como você. E é realmente um milagre que eles ainda não tenham afogado você como o rato sujo que você é."

(s/n) sentiu um pequeno sorriso aparecer no canto de sua boca e continuou andando; apenas ouvindo "Cale-se, Pevensie, isso não diz respeito a você." antes que a porta se fechasse atrás dela.

Poucos momentos depois, ela ouviu a porta se abrir novamente e passos rápidos a seguiram.

"Ei! Desde quando você deixa um camarada para trás no campo de batalha?" ele perguntou quando chegou ao lado dela.

"Achei que você tinha tudo sob controle."

"Eu fiz. Mas normalmente você também teria feito isso. O que aconteceu?"

"Não sei... Tópico delicado, eu acho..."

"Oh, vamos lá, não dê ouvidos a um idiota como ele! Ele não dá - ei, o que é isso?"

Ele agarrou seu pulso e a virou para encará-lo. Ele ergueu o queixo dela e olhou para ela com olhos preocupados. Então ele suspirou, tirou um lenço do bolso e gentilmente enxugou o lábio dela.

"Honestamente, você tem que parar de morder o lábio quando está nervoso. Um dia você vai mordê-lo."

Ele colocou o pedaço de pano agora ensanguentado de volta no bolso da calça jeans enquanto ela lhe dava um sorriso falso.

𝙄𝙈𝘼𝙂𝙄𝙉𝙀𝙎 - 𝘌𝘋𝘔𝘜𝘕𝘋𝘖 𝘗𝘌𝘝𝘌𝘕𝘚𝘐𝘌Onde histórias criam vida. Descubra agora