capítulo 4: ótimo no marketing.

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-Como assim, mamãe?

-Minha filha agora eu e seu pai não temos condições de comprar uma cama. Gastamos todas as nossas economias com sua viagem.

-Eu entendo, mas...

-Filha, pelo menos ele é bonitão?

-Mamãe!

-Sim ou não mocinha?

-Sim, porém isso não vem ao caso.

-Querida, mais tarde nós falamos. Seu irmão se machucou. Beijos, te amo.

-Beijos mãe, a senhora já sabe quand...

Ela encerra a ligação antes de eu terminar de falar. Suspiro frustrada.

-Quer dizer que eu sou bonitão, ruiva?

Meu coração erra uma batida, o susto que a voz dele me trouxe foi imediato. Que diabos ele tem que ouvir minha conversa?

-Sai daqui agora Duarte.

-Blá, blá, blá.

Seu corpo se joga sobre a cama perfeitamente arrumada por mim. Respiro fundo chateada. O que eu fiz para merecer isso?

-Tá triste, ruivinha do meu coração?

Me jogo na cama com os braços abertos igual o Duarte. Parecemos duas crianças deitadas na neve balançando os braços para cima e para baixo.

No nosso caso é um pouco diferente, estamos sobre lençóis fofinhos ao invés de neve e não sentimos frio e sim bastante calor, mesmo com o ventilador ligado no três.

-Ue, o que você acha?

-Acho que é falta de vitamina c.

-Como é a história homi?

-Cócegas.

Nossas gargalhadas são as únicas coisas que podem ser ouvidas no cômodo, suas mãos fazem cócegas pela minha barriga.

Ele só para quando meus olhos começam a lacrimejar, meu peito sobe e desce rapidamente pela perda de fôlego.

Continuo rindo mesmo que suas mãos estejam afastadas. O silêncio que se formou deixou um clima agradável.

-O que pretende fazer depois que se formar, abutre?

-Procurar um emprego na area em algum lugar desse mundo. E você, ruiva?

-Vou me formar, depois voltar para o lugar que vim.

-Como é lá?

-Muito, muito legal. Moramos em uma fazenda que fica em Betukah, uma cidade voltada para a agricultura. Ela é até bem desenvolvida, porém é toda cercada por fazendas.

-O que vocês cultivam?

-De tudo um pouco. Também temos bastante animais. E você? Como é a sua família e casa?

-Ah! Eu cresci com uma velha chata, rabugenta.

-Sua vó?

-Tá repreendido. Aquela veia dos infernos.

-E seus pais criatura?

-Morreram.

-Nossa... desculpa... de verdade... foi sem querer..

-To zoando, pimentão.

Acerto uma almofada em seu rosto sorridente. Por um segundo esqueci de como ele é um ser insuportável.

-Calma mulher, minha mãe me deixou aos cuidados da tia dela desde pequeno.

-Como é sua casa?

-Um horror igual uma casa de bruxa.

Sob o mesmo teto: Quatro paredes, quatro destinos entrelaçados.Onde histórias criam vida. Descubra agora