capítulo 7:Teu pai é agricultor?

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Isa Lopes.

Acordo em um pulo, Lorenzo também. Um barulho estridente domina o aconchegante quarto. Olho para Martins indignada.

-MARTINS, OCÊ É UM HOMI MORTO.

Grito, logo o Shawn avança em direção ao garoto. Vejo seus dentinhos pequenininhos morderem seu calcanhar.

-SOLTA, SOLTA.

Me levanto indo em direção ao meu filhão, pegando-o no colo. Deposito um beijo ao topo da cabeça dele obtive, como resposta, um latido seguido de várias lambidas.

-O que cê quer uma hora dessas, menino? Vai dormir fí.

-Preciso da ajuda de vocês. É sobre a Sabrina.

-Como ela disse dê seus pulos.

Olho para Lorenzo que está com o cabelo todo bagunçado, o rosto inchado e uma expressão de defunto. Me jogo na cama, ouvindo o barulho dele copiando meu movimento.

Fechamos os olhos tentando voltar a dormir, porém Martins começa a nos acertar com travesseiros.

-Tá bom, tá bom. Sai daqui agora. Vamos nos arrumar. Fique bem claro que vou querer dois pratos de lasanha como pedido de desculpas.

Digo ao me sentar na cama revirando os olhos de raiva. Não suporto quando me acordam. Observo o homem ao meu lado.

Seus olhinhos puxados estavam fechados. Sua testa um pouco enrugada pelo estresse e percebo que morde os lábios rosados levemente. "Tá bom, até que ele não é uma aberração de perto."

-O que tanto olha ai, pequena?

-Sua cara feia.

-Que você ama.

-Teu pai é agricultor?

-Não, músico. Por quê?

-Porque ocê é uma praga. Das piores existentes.

Ele rola pela cama, me puxando junto do lençol, para perto do seu corpo. Sinto sua respiração bater contra meu cabelo.

-(Você está me viciando no teu cheiro- em francês)

-Tá bebo ou com uns parafusos a menos, Lorenzo?

-Não, minha ruivinha preferida do meu coração.

Bato em seu ombro de leve. Por mais que eu não suporte esse garoto, gosto desses momentos zero provocações.

-Vamo logo. Antes que o Martins apareça aqui gritando como se tivesse no carnaval.

-Você é uma peça, Isa.

Levantamos em um pulo da cama avançando em direção ao banheiro o mais rápido possivel. O som parece desaparecer, corremos tão rápido que tudo fica em câmera lenta em minha visão.

Passamos pela porta do toalete ao mesmo tempo, quase nos esmagando. Não sei como, porém conseguimos nos manter de pé.

-Cai fora, Lorenzo.

-Não, senhora. Chegamos ao mesmo tempo!

-Fala sério?

Reviro os olhos, estressada. Será possível que nem fazer xixi em paz eu posso?

-Abre a boca, pequena.

Sem entender faço o que o garoto pediu e sou surpreendida quando ele começa escovar meus dentes com a maior atenção do mundo.

Ele me entrega sua escova e pede para eu fazer o mesmo. Isso parece ser estranho, mas até que eu gostei.

Só me estresso mais ainda quando ele mela a ponta do meu nariz de pasta colgate. Suas gargalhadas são fofinhas até, diferente da minha expressão de descontentamento.

-Tá,tá. Para, Lorenzo!- Grito quando suas mãos começam a fazer cócegas pela região da minha barriga.

Quando ele sai do banheiro faço xixi e tomo um banho rápido. Abro o armário procurando uma roupa decente para usar.

Escolho um short jeans básico, uma blusa branca folgada, um tênis branco, uma ecobag e acessórios.

-Oh Martins, o que ocê vai fazer pra Sasa?

-Tava pensando nisso, cara. Será que um jantar tá bom?

-Ela é caidinha pelo mar pelo que vi no quarto docês.

-Tem um restaurante novo beira mar.- Lorenzo fala surgindo na sala igual uma alma penada.-Acho que ela irá gostar.

Martins concorda com a cabeça e olho desconfiada para o garoto que acabou de sentar ao meu lado.

-Oh Martins, ocê confia? Do jeito que esse é, é capaz de levar a gente pra um lixão. Ou um lugar caindo os pedaços.

Lorenzo revira os olhos e faz uma cara de quem foi ofendido.

-Pessoal, a praia fica a quase uma hora daqui. Acho melhor passarmos a noite em algum lugar e de manhã cedo viajamos.

-Como assim, Lorenzo?

-Mentira,cara. Você não contou pra ela?

-Seguinte, Isa. Domingo é aniversário da minha mãe. Hoje é sexta então vamos amanhã cedo para lá e voltamos de tarde.

-Sim, e desde quando eu concordei, criatura?!

-Leve aquele seu vestido branco bonitinho que está na última parte do nosso guarda roupa.

-Eu num vo...

-Vai sim, pequena. Nem que eu tenha que te carregar no colo daqui até lá.

-Cê é todo gaiato.

-Deixa o papo furado de lado, galera. Vamos trabalhar.

-Num põe banca não, Martins.

Me levanto pegando as chaves. Saio seguida do Lorenzo que põe as mãos no meu ombro, imitando um trenzinho. Desço as escadas já irritada com as provocações do garoto.

Meus olhos percorrem o ambiente e na mesma da hora paro no lugar, observo surpresa, uma das sete maravilhas do mundo à minha frente.

-Valei-me minha nossa senhora, que coisa linda.

-Gostou, princesa? É minha.

Oie gente! Tudo bem? Desculpa a demora, mas por enquanto vou ficar sem prazo para postar. Dividi esse capítulo em dois para não deixar vocês tanto tempo sem atualizações.
Não se preocupem que espero não demorar muito dessa vez. Amo ocês 💙

Sob o mesmo teto: Quatro paredes, quatro destinos entrelaçados.Onde histórias criam vida. Descubra agora