𝐂𝐨𝐦𝐨 𝐞𝐥𝐞 𝐟𝐚𝐳 𝐢𝐬𝐬𝐨?

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𝐈𝐒𝐀𝐃𝐎𝐑𝐀 𝐒𝐖𝐀𝐍

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𝐈𝐒𝐀𝐃𝐎𝐑𝐀 𝐒𝐖𝐀𝐍

Edward se despediu de mim com um aceno e de Bella com um beijo, nos deixando na porta de casa. Eu pensei que ele fosse diferente, mais chato, como o Charlie vivia comentando, mas não. Ele até que é legal e temos algumas coisas em comum, mas é claro que ele nunca vai saber disso.

Preciso manter a pose de irmã malvada.

Respirei fundo, encarando a casa. Estava nervosa; o carro da polícia já estava estacionado. Era por volta das três da tarde, e Charlie havia chegado mais cedo do trabalho. Minha irmã deu um passo à frente, pronta para sair da garoa e entrar em casa, mas quando percebeu que eu não a seguia e apenas estava encarando a porta espelhada, parou.

– Isa? O que há de errado? – perguntou ela, preocupada, virando-se para mim.

Balancei a cabeça, tentando afastar os pensamentos intrusivos que giravam em minha mente.

Charlie estava ali, esperando para conversar, e eu sabia que não podia adiar mais. Mas não queria falar sobre isso, não agora, e talvez nunca.

– Está tudo bem – murmurei, forçando um sorriso. – Pode ir na frente.

Bella franziu a testa, mas assentiu compreensiva. Ela sabia que não era uma boa ideia me pressionar quando eu estava assim.

– Estarei lá dentro se quiser conversar. – Ela sorri gentilmente, antes de seguir em direção à porta.

Assisti-a entrar, me viro para a estrada e fecho os olhos por um momento, apenas aproveitando a brisa gelada e úmida contra meu rosto. Fiquei assim por algum tempo, talvez tempo demais. Não consigo dizer, a dor que pressionava contra minha têmpora me deixava confusa. O som da porta da frente batendo e a voz de Charlie me fez abrir os olhos e respirar fundo, sentindo o peso das últimas semanas se abater sobre mim.

– Isa? – Ele me chamou, não respondi. – Está tudo bem?

Pensei em mentir e dizer que estava tudo bem, mas estava tão cansada de repetir a mesma coisa várias vezes que apenas disse a verdade:

– Não.

Charlie me amava, eu sabia que sim. Mesmo eu sendo um monstro estranho, ele ainda me amava, então acho que ele pode lidar com um pouco da verdade.

– Quer conversar? – Sua voz estava calma, mas apreensiva. 

Ele queria conversar. Eba.

A dor da minha cabeça era tão forte que sequer ouvi ele andando e parando ao meu lado.

– Não. – Não queria ser grossa com ele, Charlie não merecia isso. Mas estava de saco cheio de conversa, se eu quisesse falar com alguém sobre meus problemas, eu procurava um terapeuta.

E a última que conheci está morta, então eu passo.

O silêncio que se formou não chegava a ser desconfortável, apenas era... estranho. Se passaram longos minutos até ele finalmente quebrá-lo com a última coisa que eu esperava ouvir:

𝐒𝐄𝐂𝐑𝐄𝐓'𝐒Onde histórias criam vida. Descubra agora