confused mind.

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𝐀𝐍𝐀 𝐅𝐋𝐀́𝐕𝐈𝐀

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𝐀𝐍𝐀 𝐅𝐋𝐀́𝐕𝐈𝐀.
𝗉𝗈𝗂𝗇𝗍 𝗈𝖿 𝗏𝗂𝖾𝗐'
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— É que eu tenho medo, Jussara. — Resmungo, sentindo os dedos delicados da mais velha trilharem linhas pela minha bochecha.

Eu não sabia exatamente quando ela chegou aqui, mas era de manhãzinha e eu tinha dezessete chamadas perdidas de Gustavo, sem contar as de Felipe. Ela apareceu toda preocupada, pra me encontrar uma bagunça total. Por causa de um selinho.

— Onde você está agora, Ana Flávia? — Questiona, juntando meus cabelos agora.

— Em casa? — Murmuro, demora algum tempo até aquilo me atingir de verdade.

Eu estava na minha casa. Eu tenho quase dezoito anos, uma filha de quase um e estava morando na rua com ela até dois meses atrás. Eu passei por uns bocados até chegar aqui, e, de alguma forma, eu consegui.

— Exato. Você já conquistou muito pra estar com medo de uma coisa assim. — Afirma, a escuto suspirar. — Principalmente pelo Gustavo. Nós duas sabemos que ele cuida de você e da Aurora como se fossem de porcelana, e não é porque ele é meu filho, mas o Gustavo é um príncipe e nunca te faria nada de mal.

— Eu sei que não, Ju. — Me concentro em parar de chorar, agora sentada. — O problema sou eu, sabe? E se der tudo errado de novo?

— Eu não vou te falar mais nada, Ana Flávia. — Ela me empurra de leve, se levantando.

É incrível a capacidade de Jussara de parecer uma mãe e uma adolescente ao mesmo tempo.

— Vou ligar para as crianças e chamar eles pra comer aqui. Vamos fazer o almoço, vem.

( . . . )

— O Lucas chamou a gente pra passar o Ano Novo lá. — Gustavo anuncia, enquanto cortava a salada, de jeito preguiçoso e debruçado na bancada.

Os três chegaram aqui em dois tempos. Gabriela estava na sala com o pai dela e Aurora, enquanto Felipe, Jussara, Gustavo e eu preparamos o almoço. Eu não falei quase nada.

— Na Times Square? — Felipe questiona, as sobrancelhas erguidas e os pratos na mão. — Mamãe vai pagar minha passagem?

— Eu já pari e alimentei por tempo o suficiente, agora se vira. — Tia Jussara coloca os talheres sobre a mesa, passando por mim e não economizando tempo em me analisar. — Ana Flávia também vai, né?

— Vai sim. — Gustavo devolve, contornando a ilha de madeira e parando ao meu lado, sua mãe já havia sumido do cômodo. — Senti sua falta lá em casa ontem. Ainda não me acostumei em acordar e não achar vocês.

Sinto meu coração acelerar quase que instantaneamente. A faca escorrega entre meus dedos e por um milagre eu não machuquei.

— Cuidado! — Ele ri, tirando metade das cenouras que eu descascava e colocando em seu pote. — Quem deixou a criança mexer com faca?

— Deve ser a mesma pessoa que deixou você sair de casa com esse celular pendurado no quadril. — Brinco, erguendo as sobrancelhas e indicando para as correntes que seguravam o aparelho.

— Você está muito ousadinha, Ana Flávia. — O de moreno se aproxima, o antebraço apoiado na bancada agora. — Eu sei que você está um pouco confusa por causa de ontem.

— E-eu não estou, é só que...

— Que eu te beijei e saí, é isso, mas eu realmente quero colocar as coisas no lugar, e... — Foi a minha vez de interrompê-lo, com as sobrancelhas juntas e um sorrisinho um tanto debochado.

Selinho não é beijo, Gustavo.

— Selinho não é beijo, Gustavo

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𝗮𝗹𝗿𝗶𝗴𝗵𝘁 | 𝗆𝗂𝗈𝗍𝖾𝗅𝖺 ✔︎Onde histórias criam vida. Descubra agora