Prólogo

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4 maio de 2001

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4 maio de 2001

A fama dos Malfoy ainda era ruim.

Não foram poucas as vezes que Draco recebeu olhares raivosos e - alguns - horrorizados em todos os lugares que frequentou a vida inteira e, agora, já não era mais bem vindo. Então, Draco decidiu deixar de sair.

Sua pele alva já não era mais viçosa como a de uma pessoa saudável. Há anos ele não sentia o calor do sol aquecendo seu corpo, ele era frio assim como o interior da mansão vitoriana e suas orbes prateadas agora eram rodeadas por círculos roxos. As bochechas que um dia foram gordinhas e rosadas, sendo uma exibição explícita de uma criança feliz e de boa vida, agora eram fundas, deixando seu rosto melancólico.

Draco não se reconhecia mais.

Já foi um menino criativo, um menino adorado, um menino que tinha amigos. Tinha. Agora eles estão mortos, os que sobreviveram estão presos e os que sobreviveram e não foram presos, não querem ser associados a ele.

Então só ficaram Theodore Nott e Pansy Parkinson, os dois que já foram aliados dos comensais, os dois que também não tinham mais ninguém.

Lucius Malfoy, seu pai, estava preso em Azkaban e sua mãe passava seus dias solitários da mesma forma que o filho: trancada em sua casa de veraneio na França. Era lá em que as festas do solstício da primavera aconteciam - quando a família ainda era respeitada e admirada. A casa um dia já foi iluminada, com paredes cor de creme e o chão sempre bem lustrado, brilhando tanto quanto o grande lustre de cristal que iluminava o salão. Agora era apenas um aglomerado cinzento, escuro e frio, assim como Narcisa se sentia desde 1995.

A volta de Voldemort mudou muitas coisas na dinâmica familiar. Lucius se afastou - emocionalmente - da família para se concentrar nas obrigações com o Lord das Trevas. Narcisa ficou sozinha em casa, sem o marido que estava trabalhando, sem o filho que estava na escola, somente ela e os elfos. Eventualmente, a irmã, Bellatrix, apareceu e as coisas só pioraram.

Draco, assim que voltou do seu quinto ano em Hogwarts, precisou assumir o papel do seu pai que, graças a Batalha do Departamento de Mistérios, foi preso em Azkaban pela primeira vez. No começo ele estava animado, ansioso para orgulhar seu pai, seguir seus passos, ser um verdadeiro Malfoy. Ele pensou no quanto seria incrível poder aterrorizar todos aqueles que ele não suportava. Ele se sentiria poderoso sobre a vida dos outros, seria tão grandioso quanto ele estava destinado a ser. Ele era sonserino e correria atrás da sua ambição do jeitinho que foi criado, como herdeiro da família Malfoy.

No começo tudo era divertido, até que deixou de ser.

Seu trabalho sendo um Comensal da Morte não era apenas se exibir e assustar os outros, ele tinha obrigações. E a maior delas era matar Alvo Dumbledore, o maior bruxo vivo - na época - e o diretor de Hogwarts. Draco falhou e Severus o matou em seu lugar.

Rapidamente, ele se desiludiu do estilo de vida que levava e começou a se questionar - a passos de bebê - do que ele acreditava.

Mas Dumbledore não foi seu único dever enquanto soldado de Voldemort. O rapaz de dezesseis anos continuou cumprindo outras funções, dessa vez por medo. Sua única saída foi se tornar um desertor, assim como toda a sua família. Isso, é claro, não os impediu de serem investigados, de seu pai ser condenado e eles continuarem a serem destratados - mesmo três anos depois - mas isso os manteve vivos.

Herança de Sangue × Draco MalfoyOnde histórias criam vida. Descubra agora