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Andavam pelos bosques ao longo da margem do rio, em Nova Jersey, as luzes de Nova York tornando o céu amarelo e o fedor do Rio Hudson os rodeando.

Grover estava tremendo e balindo, seus grandes olhos de bode, cujas pupilas agora eram fendas, estavam aterrorizados.

— três Benevolentes. As três de uma vez — ele resmungou ainda em choque, Percy não parecia muito diferente.

— Vamos! Quanto mais longe chegarmos, melhor — Annabeth disse.

— todo nosso dinheiro ficou lá atrás — Percy lembrou. — nossa comida e nossas roupas. Tudo.

— nem tudo. Peguei a mochila da Ashley — Luke disse.

— por que voltou pela mochila? — ela o olhou irritada. — podia não ter conseguido sair a tempo.

— seus colares tão aqui — ele disse. — foram presente do seu pai.

Ela franziu o cenho irritada por ele ainda se importar com aquilo.

— bem, quem sabe se você não tivesse decidido entrar na briga... — Annabeth disse pra Percy.

— o que queria que eu fizesse? Deixasse vocês serem mortos?

— você não precisava me proteger, Percy. Eu ia ficar bem — ela disse.

— fatiada como pão de forma — Grover se intrometeu. — mas bem.

— Cale a boca, garoto-bode — Annabeth brigou.

Grover baliu.

— as latas... Uma sacola de latas perfeitamente boa — resmungou triste.

Continuaram andando através das árvores retorcidas que tinham um cheiro azedo de roupa suja. Foram longos minutos em que Ashley ficou em silêncio e tomou a frente do caminho, já que era a única que enxergava no escuro.

— ei, as minhas flautas de bambu ainda funcionam! —Grover disse depois de soprar uma flauta e a fazer um piado falho. — se ao menos eu pudesse me lembrar de uma melodia de “achar caminho”, poderíamos sair desses bosques! — ele soprou algumas notas.

Ashley se moveu incomodada pelo som, logo ouvindo um gemido e se virando.

— Percy deu de cara na árvore — Annabeth avisou e Ashley franziu os lábios pra evitar um riso.

Voltaram a andar e Percy tropeçou e xingou umas par de vezes, isso durou por quase 1 km, até Ashley parar, vendo luzes ao longe. Eles a alcançaram e viram as luzes de um letreiro neon. O cheiro de comida chegou a eles e Ashley sentiu seu estômago roncar, estava faminta.

Seguiram as luzes até acharem uma estrada deserta de duas pistas, do outro lado havia um posto de gasolina fechado, um cartaz de um filme dos anos 90 e uma loja aberta, que era a fonte de luz neon e do cheiro de comida. Era uma dessas estranhas lojas de curiosidades de beira de estrada, que vendem flamingos de jardim e coisas do gênero. Um armazém  comprido e baixo, cercado por quilômetros de estátuas.

— que diabos quer dizer aquilo? — Percy perguntou sem conseguir ler o letreiro neon.

— não sei — Annabeth disse, o mesmo motivo que Percy.

— Empório de Anões de Jardim da Tia Eme — Grover leu, visto que os quatro semideuses tinham o mesmo problema pra ler inglês.

Luke e Ashley tinham conseguido melhorar nessa questão, mas estavam exaustos mentalmente.

Nas laterais da entrada, conforme anunciado, havia dois anões de jardim de cimento, uns nanicos, feios e barbados,  sorrindo e acenando como se estivessem posando para uma fotografia. Percy atravessou a rua.

ASHES, Luke Castellan - PJOOnde histórias criam vida. Descubra agora