020

660 82 8
                                    


Não vou ter tempo de revisar hoje, então pode ter erros e furos.





Arrastaram-se seguindo a fila de recém-chegados que serpenteava desde os portões principais em direção a uma grande tenda, negra com uma faixa que dizia: JULGAMENTOS PARA O ELÍSIO E PARA A DANAÇÃO ETERNA. Bem-vindos, Recém-Falecidos!

Do fundo da tenda saíam duas filas muito menores. À esquerda, espíritos flanqueados por espíritos maligno de segurança marchavam por um caminho pedregoso rumo aos Campos de Punição, que incandesciam e fumegavam a distância, uma vastidão desértica e rachada com rios de lava e campos minados, e quilômetros de arame farpado separando as diferentes áreas de tortura. Mesmo de longe, puderam ver pessoas sendo perseguidas por cães  infernais, queimadas na fogueira, forçadas a correr nuas por plantações de cactos ou ouvir música de ópera. Puderam apenas distinguir uma colina minúscula com o vulto do tamanho de uma formiga de Sísifo lutando para empurrar sua pedra até o topo. E viram também torturas piores, coisas que nem conseguiam descrever.

A fila que vinha do lado direito do pavilhão dos julgamentos era muito melhor. Dava num pequeno vale cercado de muros - uma comunidade com portões, que parecia ser a única parte feliz do Mundo Inferior. Além  do portão de segurança havia belas casas de todos os períodos da história, vilas romanas, castelos medievais e mansões vitorianas. Flores de prata e ouro floresciam nos campos. A grama ondulava nas cores do arco-íris. Dava para ouvir os risos e sentir o cheiro de churrasco. Elísio. No meio daquele vale havia um brilhante lago azul, com três pequenas ilhas como um hotel de lazer nas Bahamas. As Ilhas dos Abençoados, para pessoas que escolheram renascer três vezes, e três vezes conquistaram o Elísio.

— É isso mesmo — Annabeth disse — Este é o lugar para os heróis.

Havia poucas pessoas no Elísio, como era minúsculo em comparação com os Campos de Asfódelos ou até os Campos da Punição. Portanto, poucas pessoas se davam bem em suas vidas. Era deprimente.

Deixaram o pavilhão dos julgamentos e se aprofundaram mais nos Campos de Asfódelos. Ficou mais escuro. As cores se esvaíram das duas roupas. As multidões de espíritos tagarelas começaram a rarear. Depois de alguns quilômetros de caminhada, passaram a ouvir guinchos familiares à distância. Agigantando-se longe estava um palácio de obsidiana negra, brilhante. Acima dos baluartes rodopiavam três criaturas escuras semelhantes a morcegos: as Fúrias.

— Talvez seja tarde demais para voltar atrás — Grover disse triste.

— Vai dar tudo certo — Percy tentou soar confiante.

— Talvez devêssemos procurar em alguns dos outros lugares primeiro — sugeriu Grover. — Como o Elísio, por exemplo...

— Venha, garoto-bode — Annabeth agarrou-lhe o braço.

Grover gritou. Seus tênis criaram asas e as pernas saltaram para a frente, puxando-o para longe de Annabeth. Ele aterrissou de costas na grama.

— Grover — Annabeth ralhou — Pare de embaçar.

— Mas eu não... — Ele gritou de novo.

Os tênis estavam agora batendo as asas como loucos. Levitaram do chão e começaram a arrastá-lo para longe.

—Maia! — Grover gritou, mas a palavra parecia não fazer mais efeito — Maia, agora  mesmo! 190! Socorro!

Percy tentou agarrar a mão de Grover, mas era tarde demais. Ele estava ganhando velocidade, escorregando colina abaixo como um trenó. Correram atrás dele.

— Luke, o que tá acontecendo com os tênis?! — Ashley gritou.

— eu não sei! Ele não é desobediente! — Luke tentou agarrar a mão de Grover, mas não funcionou.

ASHES, Luke Castellan - PJOOnde histórias criam vida. Descubra agora