Capítulo 07

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                                                                                                  Alina

Assim que chego ao meu antigo endereço, olho em volta e vejo que nada mudou, o porteiro continua o mesmo e a má vizinhança também. Subo as escadas e uso minha chave para abrir a porta do apartamento. Assim que entro dou de cara com meu chefe Aleksander sentado no sofá.

- Caralho! Que susto homem, digo senhor. – Engulo em seco e fecho a porta atrás de mim.

- Sente-se oficial, espero que tenha uma boa desculpa pelo tempo que ficou sem nos contatar.

Ele descruza as pernas e me analisa. Sento no sofá a sua frente e conto todos os perrengues que passei nas últimas semanas. Ele nem parece piscar enquanto me ouve, depois do que pareceu ser um século, ele se levanta e pega seu casaco.

- Entendi então conseguiu se infiltrar, a parabenizo por isso. Assim que estiver devidamente instalada, entre em contato para as demais etapas a serem seguidas. – Ele se dirige até a porta e a abre para sair.

- Sim senhor. – Digo enquanto ele acena e sai do apartamento.

Jogo-me no sofá, sinto que uma dor de cabeça está próxima. Meus pensamentos me levam a tudo que passei nessas últimas semanas, sei que todos eles são mafiosos e merecem a prisão, mas confesso que acabei me apegando um pouco ao Lucca. Ele está sendo extremamente cuidadoso e gentil, como um irmão. Talvez se tivéssemos nos conhecido em outras circunstâncias pudéssemos ser grandes amigos.

Afasto o pensamento e me levanto, tenho que organizar o que vou levar para a casa de Lorenzo e o que vou jogar fora. Vou até o quarto e seleciono as roupas que irei levar, na gaveta debaixo de minha cômoda, encontro uma foto de papai. Estou agarrada as suas pernas enquanto ele olha sério para o fotógrafo. Guardo a foto em um dos compartimentos da bolsa de viagem.

Assim que encerro a organização, olho pela última vez para o meu apartamento antes de fechar a porta, não vou sentir falta nenhuma dessa possilga. Deixo as chaves com o porteiro e pago o restante da rescisão de contrato ao síndico. Assim que coloco os pés na calçada, uma caminhonete preta estaciona a minha frente. Lucca sai de dentro sorrindo e vem até mim.

- Sei que não pediu por ajuda, mas imaginei que precisava para levar suas tralhas.

Ele pega minhas bolsas e coloca na carroceria.

- Obrigada Lucca, você me fez economizar uns trocados. – Dou um soquinho em seu braço enquanto entro do lado do carona.

Viajamos num silêncio tranqüilo, ele coloca rocks antigos para tocar e vou cantarolando algumas músicas. Ele me olha surpreso.

- Garota! Tu é minha alma gêmea! Quem gosta de Guns Roses tem uma vaguinha no meu coração.

Sorrio e por um momento acabo me esquecendo de que o que estou vivendo é baseado em mentiras.

Assim que chegamos, ele me ajuda a subir com as bolsas até meu novo quarto e me intima para sairmos, dizendo que precisamos comemorar minha passagem pelo teste. Combinamos de nos encontrar do lado de fora da casa ás 20hrs, já que amanhã eu começo no trabalho e não posso ficar fora muito tempo.

Vou até minhas bolsas e procuro algo para vestir, mas infelizmente só encontro moletons, leggings e calças de montaria. Bufo indignada por ser pobre, parece que a Alina infiltrada não tem muito dinheiro para comprar roupas. Tomo um banho rápido e resolvo olhar em meu novo closet, vi anteriormente que tinha muitas peças novas de roupas penduradas, acho que um guarda-roupa estiloso vem acompanhado do serviço, afinal, irei acompanhar o chefe em vários tipos de locais.

Infiltrada na MáfiaOnde histórias criam vida. Descubra agora