capítulo 15 - the worst birthday

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Sentada nos degraus de entrada da enfermaria. 2 da manhã e minhas pernas balançavam inquietas com oque poderia acontecer, afinal, foi um tiro no olho. Tem como sobreviver a isso?! Eu espero que tenha.

Sinto meus olhos marejarem com o pensamento de perder Carl. Ele é realmente uma pessoa importante pra mim.

Não posso perder ele.

Eu acho que me importo um pouquinho demais com esse Grimes. Nesse mundo isso não é bom. Odeio me apegar tão fácil a pessoas que podem facilmente ir embora... Eu deveria parar de me importar tanto. Isso está arruinando minha vida.

Eu não consigo aguentar mais perdas. Saber que Carl está a uma porta de mim, me assusta pra caralho. Eu posso nunca mais ver ele, e isso me assusta ainda mais.

Começo a chorar silenciosamente. Meus olhos e minha garganta ardem. Tudo que eu quero agora é a minha mãe.

Corro as pressas para minha casa em busca do meu caderninho de anotações. Não o considerava um diário. Era mais como um refúgio da vida real. Tinha poemas e desabafos que se você não tiver uma boa interpretação de texto, talvez não consiga entender tudo que eu quero dizer.

Enquanto corro, vejo brevemente algumas pessoas ainda acabando com alguns zumbis. Parecia tudo estar voltando ao normal. Em algum momento daquela noite, soube que Diana havia morrido. Confesso ter me abalado bastante.

Provavelmente agora, a comunidade está nas mãos de Rick. Ele sempre dá um jeito de ser um ótimo líder, mesmo quando não é uma escolha sua.

Chego na casa e subo os degraus apressadamente. Eu usava aquele caderno como uma droga. Se eu estava mal, eu escrevia. Se eu estava bem, eu escrevia. Eu escrevia sempre que sentia que precisava sair daqui

"Eu odeio isso aqui então eu vou para os jardins secretos da minha mente" - I hate it here

Pego o caderno e uma caneta com as mãos trêmulas. Pode parecer estranho, mas são em momentos como esse que coloco maior sinceridade e criatividade no papel.

Me escoro na porta e deslizo vagarosamente pela porta branca enquanto abro o caderno.

Algumas lágrimas caem e minhas mãos voam para o papel.

Sempre se lembre
Lágrimas na carta
Eu jurei nunca mais chorar
Se sobrevivermos a grande guerra

Soldado caído naquele chão gelado
Me olhou com honra e honestidade
Quebrado e triste, então cancelei as tropas
Aquela foi a noite que quase te perdi
Eu realmente pensei que havia te perdido

- the great war

Fechei o caderno ainda com o sentimento ruim de saber que Carl está na enfermaria. Não iria conseguir dormir sabendo disso então voltei para o mesmo lugar e esperei até a porta da enfermaria ser aberta.

- ele está bem, não se preocupe querida. - disse a simpática médica passando a mão pelos meus cabelos.

Me levando em um pulo, lançando um olhar preocupado para mesma. Com os olhos marejados e sem esperar a mulher falar algo, entro pela porta desesperada. Rick estava lá. Ele esteve aqui desde o momento que Carl passou pela porta. Eu estaria do lado de dentro também se não fosse pela incapacidade de continuar ali se alguma coisa desse errado na cirurgia.

Esse é o pior aniversário de todos.

Rick sai da enfermaria massageando as pálpebras. Ele parecia cansado e preocupado. Não o julgo.

Não consigo tirar os pés para fora da enfermaria mesmo sabendo que Carl está bem. Eu preciso o ver acordado. Me incomoda o fato de não poder abraça-lo nesse exato momento e perguntar se ele estava realmente bem.

Sento ao lado de sua cama temporária e o observo dormir com a expressão relaxada. Da última vez que reparei em tantos detalhes de Grimes, foi no dia da árvore.

E, uau. Ele parecia cada dia mais lindo. Mas ele obviamente não precisa saber disso.

Observo suas bochechas rosadas que agora estavam cobertas de sangue. Seu nariz perfeito e angelical e por fim seus lábios finos e muito atraentes.

Sou tirada de meu transe com uma mão no meu ombro e uma voz suave.

- se ele acordar, me chame, querida - a médica disse logo após um sorriso suave - vai passar a noite aqui?

- sim, Rick está cansado demais e eu quero que ele veja alguém quando acordar - digo sorrindo amigavelmente para a mulher. Ela era tão simpática comigo. Adoro ela.

- claro, meu amor. Boa noite - disse bagunçado meus cabelos de leve - e feliz aniversário - ela sussurra e sai da enfermaria trancando a porta. Não me precupei pois sabia que havia uma reserva dentro da gaveta.

Simplesmente o pior aniversário de todos.

Teria sido um aniversário maravilhoso até a parte sobre os zumbis, mas desde o momento em que Carl foi afetado negativamente, o resto da minha noite acabou.

Sou grata pela festa, foi incrível! Mas Carl sendo baleado tornou o dia ruim. Talvez não estivesse tão ruim se Carl estivesse acordado agora.

Como se o universo lesse meus pensamentos, vejo Carl abrindo seu olho.

-onde eu estou? - pergunta confuso com os xenhos franzidos.

Notas da autora

Oque acharam galerinha?

Amaram minha aparição do nada?

Até daqui quando meu coração mandar, bjosss
💋💗

Músicas: fortnight, the great war, I hate it her

𝐌𝐢𝐧𝐞 - 𝘊𝘢𝘳𝘭 𝘎𝘳𝘪𝘮𝘦𝘴Onde histórias criam vida. Descubra agora