Os miseráveis

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Fui arrancada dos braços do sono pelo som de um risinho baixo, uma risada quase imperceptível. Assim que abri os olhos, demorei um pouco para me acostumar com a luz do ambiente, ainda estava recuperando minha visão normal. Notei que a lareira estava apagada e a luz do dia começava a se infiltrar pelas altas janelas, preenchendo a sala com uma luminosidade suave. Bocejei, me esticando um pouco, então segui o som daquele riso que havia me despertado. Virei-me para a esquerda e ali estava Theodore, com os braços cruzados, me observando com um semblante brincalhão, um sorriso maroto esboçado em seu rosto.

— Por acaso esqueceu o caminho até o quarto? - ele perguntou, seu sorriso cheio de brincadeiras parecia dançar em seus lábios.

Encontrei-me apoiada contra uma das poltronas que ficava em frente à lareira. Eu tinha adormecido ali, sentada de forma desconfortável, e só então notei a presença de Mattheo. Ele estava deitado no chão, de barriga para cima, dormindo tão pacificamente, como se nada no mundo pudesse perturbá-lo naquele momento.

— Ficamos até tarde conversando - cocei a cabeça, um pouco confusa, tentando lembrar dos detalhes da noite passada - Acho que perdemos à hora, e acabei caindo no sono aqui.

— Bem, não sei o que você fez, mas Mattheo está dormindo profundamente, e isso é raro. Ele costuma acordar com qualquer mísero ruído. - ele riu, se sentando na poltrona onde eu estava com as costas apoiadas, jogando uma almofada de veludo preto no rosto do adormecido Mattheo. - Bom dia donzela! - gritou para que acordasse, tentando assustá-lo.

Mattheo acordou em um susto pelo objeto jogado nele, mas assim que viu que era Theodore, ele riu cansado, jogando a almofada de volta. Eles pareciam se dar bem, tinham essa cumplicidade natural, o que me deixava feliz. Era bom ver que eles estavam se entendendo, dava uma sensação de que as coisas estavam finalmente se encaixando.

— Bom dia grande cavalheiro - Mattheo respondeu Theodore, rouco, me fazendo sentir arrepios. - Acho que perdemos a hora na noite passada...

— Claro... Espero que não volte à acontecer - Theodore avisou, franzi o cenho para ele, não conseguia decifrar se ele estava apenas sendo engraçado, ou se falava sério.

— E então... Pansy Parkinson? - mudei o assunto, fazendo com que o semblante de Theodore se iluminasse. - Pode-se dizer que vimos tudo.

— Vou apenas ignorar o fato de que estavam nos espionando, apenas porque finalmente nos resolvemos. - ele empurrou minha cabeça.

— Resolver é um tanto quanto... - Mattheo parecia procurar o que dizer - Bem, subestimado, tendo em conta o beijo do qual presenciamos - Ele provocou o amigo.

— Pode se dizer que foi uma noite maravilhosa - aquele tom sedutor de Theodore me fez querer vomitar.

— Então, de fato, foi uma decisão acertada eu não ter voltado para o quarto - revirei os olhos, causando risos entre eles - E quanto a Draco e Astoria, onde eles estão?

— Ah, eles estão tendo uma conversa agradável nos jardins, pelo que eu sei... Depois do café da manhã, eles foram para lá com os outros. E eu, preocupado com o bem-estar de vocês, vim aqui para verificar se vocês dois estavam vivos - ele deu de ombros, demonstrando um ar de despreocupação.

— Então, você vai levar Pansy como sua acompanhante para o casamento? - perguntei, minha curiosidade despertada.

— Se você não se importar com isso... Sim, eu a levarei - Ele parecia um pouco preocupado, mas eu dei de ombros e sorri, demonstrando que não tinha problemas com isso.

— E eu vou levar Mattheo - sorri de maneira simples, fazendo Theodore gargalhar - O que você esperava? Eu sabia que você levaria ela e não queria ir sozinha... E nós sabemos bem que os outros nem sempre são tão bem-vindos lá.

𝕿𝖊𝖒𝖕𝖙𝖆𝖙𝖎𝖔𝖓 - Mattheo Riddle FF.Onde histórias criam vida. Descubra agora