A casa

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Não sei bem o que se passou em minha mente quando pensei que convidar o filho do falecido Lorde das Trevas para minha casa era uma boa ideia. Depois de tudo, do seu descaso, depois de uma suposta greve de silêncio dada como um enigma, eu não sabia os verdadeiros motivos daquilo, mas no final eu não parecia me importar tanto. Não sei bem o que se passou em minha pequena cabeça quando imaginei que levar aquele garoto mágico ao mundo mortal seria uma boa ideia. Ele já tinha estado lá algumas vezes, mas não em Londres, não naqueles dias que mais pareciam a depressão física, naquela cidade movida a mal humor e poucos sorrisos. Não havia magia lá, não havia pelo que estar feliz o tempo todo, não que o mundo bruxo fosse assim, mas as coisas pareciam mais fáceis... Ou realmente eram.

Eu não tinha a menor ideia do que estava se passando na mente complexa e intrincada de Mattheo naquele preciso momento em que ele colocou os olhos no Expresso Hogwarts. As portas do expresso estavam abertas, convidativas, enquanto ele apertava firmemente a alça da pequena maleta que carregava consigo. Um turbilhão de emoções invadia sua mente e coração, mas dentre todas, o nervosismo parecia ser o mais predominante. Ele estava entrando em um mundo desconhecido, sem saber o que esperar ou como seria recebido pelos demais. Não era como se ele estivesse prestes a conhecer figuras de grande influência ou que desempenhassem um papel importante em sua vida. No entanto, para Mattheo, era crucial causar uma boa impressão, uma que fosse distinta daquela que seu nome carregava. Pobre menino, carregava uma maldição pesada, o peso de seu sobrenome o seguia como um fardo que não podia ser descartado.

— Por favor, não se atrase - Theodore me lembrou, enquanto me envolvia em um caloroso abraço. Ele estava ansioso para chegar cedo na casa dos Weasleys para o Natal.


— Eu prometo que não vou demorar - respondi, retribuindo seu sorriso. Eu não pude resistir à tentação de fazer uma brincadeira - Só por favor, não coloque fogo em Hogwarts enquanto estamos fora.


— Ah, não se preocupe! Ele estará sob minha vigilância. Nada de ruim vai acontecer. - Blaise, que estava ouvindo a nossa conversa, falou em alto e bom som.


— Isso deveria me fazer sentir menos preocupada? - Blaise, chateado com a minha resposta, bateu levemente no meu ombro, o que nos fez cair na risada.

Foi nesse momento que Pansy chegou. Ela estava vestindo suas roupas comuns, que desta vez eram de tons um pouco mais vivos do que ela costumava usar. Ela estava sorrindo, claramente feliz por voltar para casa, mesmo que isso significasse deixar o namorado para trás. Mas Theo gostava de ficar em Hogwarts, mesmo que eu tenha insistido várias vezes para que ele viesse conosco para minha casa. Ele nunca quis... Parecia que havia algo em Hogwarts que o fazia lembrar de tempos que ele preferia manter enterrados.

— Bem, onde está o estúpido afinal? - Pansy perguntou, expressando uma mistura de impaciência e irritação. Ela jogou a mala volumosa no chão com um suspiro exasperado, franzindo o cenho de maneira dramática.


— Estou aqui - Mattheo respondeu, virando-se para ela com um sorriso ladino. Ele estava, como sempre, exalando uma aura de despreocupação e deboche.


— Por incrível que pareça, não estava me referindo a você - Pansy retrucou, sorrindo de forma cínica. Ela levantou uma sobrancelha em desafio - Estou falando do outro estúpido de sangue Black.


— Por favor, Parkinson, lave bem a sua boca antes mesmo de citar meu nome. - Draco entrou na conversa, aparecendo com uma leve cara de sono. Ele esfregou os olhos cansados, mas conseguiu esboçar um sorriso para seus amigos - Podemos entrar agora? Não tenho muita paciência para as baboseiras de vocês, para ser sincero.

𝕿𝖊𝖒𝖕𝖙𝖆𝖙𝖎𝖔𝖓 - Mattheo Riddle FF.Onde histórias criam vida. Descubra agora