Lee observou Taehyung com um olhar penetrante, a atmosfera carregada de uma seriedade inesperada.
- Taehyung, o que aconteceu? - perguntou ele, sua voz ecoando pelo corredor silencioso.Com a postura impecável e a voz formal que lhe eram características, Taehyung respondeu:
- Amanda está ciente de que o senhor estava informado sobre o uso do carro.O Sr. Lee assentiu, um vislumbre de preocupação passando por seus olhos.
- Irei falar com ela mais tarde - disse ele, ponderando as palavras adequadas para a conversa que se aproximava.— Vejo que mudou seu estilo.-comentou notando as roupas novas do robô -
— Amanda solicitou que eu me vestisse com mais modernidade. Segundo sua percepção, fiquei "um gato"
Lee revirou os olhos mas não pode deixar de rir.
— Sim, acho que esse estilo combina com você. Mas vamos ao que interessa, Taehyung. Como foi o passeio? Você foi notado?- Não, Sr. Lee. Ninguém percebeu que eu não sou humano. Ajustei minhas configurações conforme Amanda solicitou - relatou, sua voz desprovida de qualquer inflexão emocional.
Lee pareceu curioso e ao mesmo tempo satisfeito com a resposta.
- Interessante. Após o jantar, precisarei verificar suas configurações - comentou, já planejando os ajustes que poderiam ser necessários.- Concordo, Sr. Lee - respondeu, a obediência programada em sua essência.
Desde a morte do Sr. Choi, o criador de Taehyung e pai de Amanda, o Sr. Lee dedicava-se a estudar Taehyung e suas configurações. Apesar da aparência perfeita, havia algo nele que ainda não estava completo. Era como se, em algum lugar dentro daquele emaranhado de circuitos e códigos, residisse a última peça de um quebra-cabeça que o Sr. Choi havia deixado para trás.
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Eu estava em meu quarto, um santuário de infância que o meu pai, Dr. Choi havia preparado com amor e esperança. As paredes eram pintadas de um rosa suave, e pelúcias e bonecas estavam espalhadas com carinho, cada uma delas uma lembrança do pai que eu mal conheci. Me sentei na cama, cercada por esses tesouros, sentindo-me ao mesmo tempo protegida e invadida pela presença constante do Sr. Lee.Enquanto eu contemplava meu quarto infantil, a porta se abriu suavemente e Taehyung apareceu, a imagem da cortesia robótica.
- Posso entrar? - perguntou ele, sua voz tão formal quanto sua postura.Assenti, e ele entrou, sentando-se ao meu lado na cama. O contraste entre o ambiente infantil e a sofisticação de Taehyung era notável.
- O que você quer, Taeh? - perguntei, olhando para ele com curiosidade.Taehyung inclinou a cabeça, seus olhos artificiais brilhando levemente.
- Você demonstrou um comportamento que sugere a necessidade de conversar - disse ele, sua voz desprovida de qualquer calor humano, mas cheia de preocupação programada.- E por que você acha isso? - perguntei enquanto pegava uma das sacolas de roupas que comprei.
A presença de Taeh ao meu lado era uma mistura de conforto e estranheza. Ele começou a falar, sua voz clara e desprovida de emoção humana.
- Amanda, após uma análise detalhada de suas expressões faciais, tom de voz e linguagem corporal, que apresentaram variações de 67% em relação ao seu comportamento padrão, concluí que há uma probabilidade de 84% de que você deseje discutir os eventos recentes. Além disso, detectei um aumento de 40% na sua frequência cardíaca e uma elevação de 22% na sua temperatura corporal, indicativos de estresse emocional. Estou programado para oferecer suporte em tais circunstâncias. Por favor, informe como posso auxiliá-la.
- Quem te deu o direito de me analisar assim? - questionei, minha voz carregada de uma emoção que eu não conseguia esconder. - É assim que vai ser? Eu sendo vigiada e analisada o tempo todo?
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TAEH : Inteligência Artificial
Fanfiction"Mesmo se me machucar, não consigo desistir Mesmo se eu morrer, é apenas você"