A manhã seguinte foi cinzenta e desolada. Estava chuviscando apenas o suficiente para molhar suas roupas e seu rosto, mas não o suficiente para notar ao olhar pela janela. A campainha do café tocou e Remus balançou a cabeça sem olhar para cima da bancada que estava limpando.
"James, bom dia," ele olhou para cima e viu James parado na frente dele e congelou por um momento. "Ok, o que é isso? O que isso significa?" Remus apontou para o terno perfeitamente ajustado de James. Ele sentiu como se tivesse sido transportado de volta para seis meses atrás.
James brincava nervosamente com as abotoaduras em suas mangas. "Eu tenho uma entrevista de emprego esta manhã," ele explicou, sentindo seu coração acelerar com a perspectiva. "Eu posso beber um pouco de café para acalmar os nervos."
"Uma entrevista, isso é ótimo James," Remus deu a ele um sorriso genuíno antes de se virar para fazer sua bebida. "Onde é? Para que serve o trabalho?"
"Uh, eu não tenho certeza", James respondeu honestamente, sentindo-se um pouco tímido.
Remus lançou-lhe um olhar incrédulo por cima do ombro e franziu a testa ligeiramente.
"Eu respondi aquele panfleto que foi colocado ontem e eles estão sendo muito... secretos sobre a coisa toda. O endereço que eles deram para a entrevista também está um pouco distante. Tentei pesquisar, mas era mais um armazém do que um negócio legítimo." James olhou para o panfleto e viu que dois outros números haviam sido retirados do anúncio.
"Oh meu Deus James, você não pode estar falando sério. Eles vão te matar. Você vai ser assassinado e acabar em algum podcast sobre crimes reais," Remus zombou. "Falando sério! Por apenas ser em um armazém e baseado em um anúncio anônimo de uma cafeteria! Você não pode ir."
"Eu vou mesmo assim. Eu tive uma pré-entrevista ontem por telefone e passei...
"Você não pode 'passar' em uma entrevista," Remus interrompeu categoricamente.
"Eu acho que você pode. Porque eu fiz. De qualquer forma. Eu sei que parece impulsivo, mas eu sinto que tenho que ir. Algo está me dizendo que isso é o que eu estava esperando."
"Você vai me ligar quando chegar lá e quando sair. Se eu não tiver notícias suas em três horas, vou mandar a polícia atrás de você," Remus suspirou, sabendo que era impossível mudar a mente de James uma vez que decidisse alguma coisa. Ele colocou o café no balcão. "Este é por conta da casa. Para boa sorte. Além disso, pode ser o último café que você bebe, então acho que posso dar a você."
James sorriu antes de pegar a xícara quente. "Obrigado, Remus. Se eu morrer, me enterre com esta roupa, ok?"
"Me mande uma mensagem assim que chegar lá, estou falando sério," Remus disse severamente para ele enquanto James se dirigia para seu carro.
Dirigir não era um dos pontos fortes de James. Ele podia dirigir se realmente precisasse, mas preferia caminhar e muitas vezes era conhecido por trazer alegria para o transporte público, e não porque não sabia estacionar em paralelo.
Ele colocou o endereço no GPS e praguejou um pouco para si mesmo enquanto dirigia pelas cidades e estradas sinuosas, tomando seu café que estava ficando mais frio a cada minuto. Ele dirigiu em silêncio naquela manhã porque estava nervoso e ensaiava suas respostas para perguntas típicas de entrevistas em sua cabeça. Ele conjurou imagens de como seria a aparência de Regulus, cada uma não fazendo jus à voz do outro lado da linha telefônica.
Quando finalmente chegou ao endereço que lhe deram, estacionou na estrada de terra e ficou ali sentado por um momento. Pela primeira vez desde que respondeu ao anúncio, James teve uma terrível suspeita de que isso possa ser uma brincadeira elaborada. James adorava brincadeiras, mas apenas quando era ele quem as fazia, não tanto quando estava no lado receptor delas.
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Art Heist, Baby! Starchaser
FanfictionQuando James Potter responde a um anúncio misterioso em seu café local, a última coisa que ele espera é ser jogado em um mundo de crimes de colarinho branco, mas como ele pode resistir quando o cérebro por trás da operação tem cabelos escuros e olho...