Crescendo

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James completa uma turnê de amizade

Em algum lugar entre trinta e cinquenta dias após a morte de Regulus, todos retornaram às suas vidas. Suas novas vidas, onde o mundo não era o mesmo, mas radicalmente diferente em grandes e pequenos aspectos. James não consegue ouvir música sem pensar em Regulus. Essa é uma pequena diferença. Às vezes é bom pensar nele, às vezes dói mais do que ele pode suportar. Dormir em uma cama vazia, o que James ainda não conseguiu fazer, é uma grande diferença. Sentar-se à mesa da cozinha sem ele parece uma grande e pequena diferença. Desistir de todos os planos que fizeram juntos é uma diferença esmagadora.

Quando todos moravam no apartamento de Sirius, era melhor. Havia barulho, movimento e tagarelice constante. Ajudou. Ninguém precisava trabalhar e podiam pedir quanta comida quisessem quando não tivessem vontade de cozinhar porque tinham dinheiro para gastar. Eles viviam como eremitas, mas James sempre fazia questão de sair todas as noites por pelo menos trinta minutos para conversar com Regulus.

Peter foi o primeiro a sair. Ele não era o mesmo depois daquela noite, sempre assustado, pulando ao som de armários fechando e portas batendo. Ele estava mais quieto do que nunca e andava por aí como se todo mundo o odiasse, mesmo quando James lhe garantiu profundamente que não. Bem, ele não tinha certeza. James ouviu que Barty e Evan gritaram com ele por quase uma hora antes de Remus intervir e acabar com isso.

Depois que Peter foi embora, Mary e Lily foram embora. Elas prometeram ficar por perto e visitá-los o tempo todo, mas também estavam prontas para seguir em frente. Para retomar uma vida que haviam colocado em pausa. James não as culpava, ele estava feliz por elas. Elas conseguiram seguir em frente e começar a vida que imaginavam viver após o assalto, mas James estava preso. Ele sabia que não conseguiria isso. Essa possibilidade de seguir em frente. Ele nunca seguiria em frente sem Regulus Black. Mas tudo bem. Ele também não queria.

Marlene e Dorcas foram as próximas a sair. Houve muitas lágrimas de Marlene e James. Elas já haviam tentado sair uma vez antes, mas Marlene não conseguiu. Elas chegaram até a rua antes que Marlene e Dorcas se virassem e voltassem.

"Eu simplesmente não posso deixar você ainda", Marlene fungou, jogando os braços em volta de James quando ele abriu a porta.

A segunda vez foi diferente. Duas noites antes, James riu.

Sirius tinha feito alguma piada às custas de Barty e isso fez James quase se dobrar e engasgar com a água. Esse tipo de risada.

Era a primeira vez que ele ria daquele jeito desde a morte de Regulus.

Ele sabia disso, e pelo olhar que Marlene estava dando a ele, ela também sabia. Dois dias depois, ela estava em um avião com Dorcas rumo à Itália. Elas não tinham casa lá, não tinham planos e não conheciam a língua italiana, mas ambas disseram que dariam um jeito. Elas tinham dinheiro e queriam morar lá para fazer acontecer.

Surpreendentemente, por sua natureza de ir e vir, Barty e Evan foram as duas últimas pessoas a sair. Eles ficavam para jantar na maioria das noites ou dormiam no apartamento quando não tinham vontade de sair. Em seus piores dias, eles ficavam grudados em James e Sirius e até em Remus. Eles disseram que estar perto de outras pessoas ajudava em suas tendências autodestrutivas, e conversar os ajudava a se sentirem menos sozinhos.

"Nós só queríamos que você soubesse que Barty e eu vamos para Las Vegas na próxima semana," Evan disse, entrando pela porta quando Remus atendeu. 42 dias após a morte de Regulus.

James ouviu o barulho de pratos vindo de Sirius na cozinha. "Vocês estão indo embora?" Sirius perguntou, aparecendo.

"Ah sim. Está mais quente lá e é movimentado, barulhento e claro. Vai ser bom para nós,” Evan assentiu com segurança.

Art Heist, Baby! StarchaserOnde histórias criam vida. Descubra agora