Capítulo 2

507 51 5
                                    

Essa era sua segunda visita ao pequeno país pertencente à aliança política do Reino Unido

Ops! Esta imagem não segue nossas diretrizes de conteúdo. Para continuar a publicação, tente removê-la ou carregar outra.

Essa era sua segunda visita ao pequeno país pertencente à aliança política do Reino Unido. Gales fazia fronteira com o leste da Inglaterra, e possuía o inglês como língua oficial, e o galês, uma língua celta,  como dialeto predominante. 

Lorenzo, apesar de ser um bon-vivant, apreciador nato de novas culturas e entusiasta viajante, não sentira nem por um segundo, ânimo durante seu trajeto de barco até Gales, pelo contrário, seu humor estava tão azedo quanto limões velhos. A ideia de se casar, ainda que por vingança, nunca seria bem assimilada por ele. Lorde St. John era um homem de alma livre, cujo maior prazer encontrava na cama com distintas mulheres. E ainda que em seus planos, essa falsa união durasse até o dia em  que ele conquistasse seu objetivo, não podia  evitar de sentir uma forte angústia. Uma simples aliança no dedo esquerdo, causava-lhe mais alergia que todo pólen do mundo. 

Enquanto a carruagem sacolejava pelas ruas de terra batida, Enzo pensava em como essa viagem findaria com anos de cobrança da sua avó, Lady Marion, que fora sua tutora após a morte dos pais. Uma exigente dama, de postura inquestionavelmente aristocrática, mas amarga devido aos impropérios da vida. Fora a condessa quem alimentou por mais de duas décadas o desejo de vingança dele. Fora ela quem lhe contara tudo que Rudy fizera de mal ao seu pai, toda dor que ele causara a sua amada mãe.

Essa viagem tinha uma importância imensurável para ele, estar ali, casar-se com a filha de Rudy e arruiná-la em seguida, seria como uma amostra de toda dor que Rudy lhe causara ao sequestrar sua mãe e logo depois matá-la. Rudy provaria do próprio veneno, sentiria na pele a mesma agonia a qual ele fora submetido quando descobrira que Alexandra, sua querida mãe, partira por causa de um infeliz como ele. 

A cidade onde Rudy morava com sua família se localizava em uma das mais pitorescas regiões do país. Observar a paisagem do lugar era como estar viajando para fora do tempo. O barão ficou levemente impressionado com os bosques que eram tão antigos que pareciam  abrigar criaturas míticas. E com o sol se pondo a névoa descia sobre o vale e cobria a estrada como um véu sobrenatural.

Quando a carruagem entrou na estrada particular da propriedade de Rudy, Enzo constatara a razão do homem ser tão estimado entre a aristocracia. Rudy tinha uma propriedade vasta. Era como a nata da burguesia local. Passando pelo portão aberto avistou a  casa principal, uma residência opulenta, composta de estilos arquitetônicos que lembravam as mansões medievais. 

-Chegamos, milorde- o cocheiro abriu-lhe a porta carruagem.

Enzo sentiu um desconcertante arrepio na nuca. Não sabia identificar bem a causa. Não era medo. Ele era o tipo de homem que nada temia. Também não era recato.  Timidez nunca fora uma de suas virtudes. Talvez fosse só precipitação. Em dias sairia dali com a filha do seu seu inimigo nos braços e arruinaria ela para  todo sempre. Esse talvez fosse um bom motivo para sentir-se ansioso.

 O cocheiro com ajuda de um lacaio carregou suas malas em direção a porta principal, onde uma serviçal já os aguardava em prontidão. Ela o saudou com uma mesura e o convidou para entrar. Fingindo cortesia, ele adentrou o  saguão  circular da sala principal. O cômodo era flanqueado por duas imensas escadas curvas e bem mobilado. Os cômodos principais da mansão ficavam convenientemente situados no térreo e se ramificavam em grupos de saletas. 

A perdição do Barão  (Bonenzo)Onde histórias criam vida. Descubra agora