Capítulo 15 (Final)

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Era uma tarde chuvosa quando Enzo desembarcou na pequena, mas elegante cidade francesa de Saint.

Segundo as investigações de Damon, Bonnie e sua família descansavam na residência, a qual costumavam visitar anualmente durante a temporada social.

O barão sentia no peito um misto de sensações, ora boas, ora desagradáveis. A ansiedade às vezes o levava para o fim do poço, e as vezes a esperança  o fazia sonhar.

Ora Temia ela o rejeitar. Temia perdê-la para sempre. Ora acreditava veementemente nas palavras dela que o amaria durante toda sua vida.

Enzo bateu na porta da família Hopkins, acompanhado de uma figura ilustre. Barãozinho fora seu companheiro de viagem. Seu confidente e fiel escudeiro, que ouvira sem parar suas inúmeras lamentações. Por seu desempenho e companheirismo, nada seria mais justo para ele, do que rever sua verdadeira e amável dona como bonificação pelo trabalho celebre que fez o aturado-o todo esse tempo.

Quando a porta foi aberta, uma criada pequena de pele clara e olhos grandes o avaliou intrigada.

-Pois não?

-Gostaria de falar com Sir. Hopkins.

-Quem gostaria, Monsieur?

-Lorenzo St John, o barão de Beaumont. -ele se apresentou ciente que seu título sempre intimidava as pessoas e lhe conferia certo prestígio.

E a reação foi imediata, ela se curvou em uma mesura desajeitada e o encarou vislumbrada.

-Entre, milorde. Vou avisar ao meu senhor que ele tem visita.

-Agradeço. -Enzo acenou com a cabeça

-Mas, por favor, não me anuncie. Diga apenas que é um cavalheiro que se recusou a se apresentar.

-Como desejar.- ela assentiu e saiu arrastando a barra das saias

A sala principal da residência era opulenta, grande e luxuosa, com mobiliário de qualidade. Poltronas com entalhes, estofado em veludo e um sofá  aconchegante. As paredes eram decoradas com papel de parede elegante de estampas que variavam entre verde oliva e dourado. O lustre de cristal brilhante, iluminava o ambiente de forma majestosa e o piso era revestido de tapeçarias oriental. O frio invernal francês, castigava, mas para o conforto de Enzo a lareira imponente, com uma grande moldura de mármore tinha suas chamas muito bem acesas, aquecendo a atmosfera.

Quando Rudy apareceu, Enzo sentira uma estranha sensação atravessar seu peito. Pela primeira vez na vida não sabia o que sentia pelo homem diante de si. Todo ódio cultivado por décadas agora não fazia mais sentido exibir, e ele ainda não sabia substituí-lo por algo positivo.

-Sabia que viria... não sabia como, nem quando, mas sabia que chegaria... e pelo visto não veio só. - o olhar do industrial repousou sobre o cão que farejava o ambiente.

-Ele estava com saudade da pequena Ayla. - replicou Enzo desajeitado.

-Ayla querida, venha aqui. - o pai gritou e imediatamente ela surgiu com seus cabelos esvoaçantes segurando a mão da mãe, que o encarou com semblante nada amistoso. Ele sabia que reconquistar Abby, depois do que fizera, não seria tão fácil, mas estava disposto.

-Olha quem veio visitá-la.- disse Rudy bem-humorado.

-Na verdade não é uma visita, Zinho veio para ficar.- informou Enzo com convicção.

-Como? Esqueceu que sou alérgico...

-Sabemos que isso não passa de uma desculpa esfarrapada, meu caro sogro.- disse Enzo em tom provocativo.

A perdição do Barão  (Bonenzo)Onde histórias criam vida. Descubra agora