VALEU TUDO A PENA?

XVI

— Vou pegar o próximo voo para Paris. Mas só devo chegar amanhã — ele respondeu ao telefone.

— Tudo bem, só preciso que você esteja aqui. Não sei se vou conseguir aguentar tudo sozinho — eu precisava da tranquilidade que ele sempre trazia.

Assim que desliguei, liguei para Park Seo-Joon. Expliquei rapidamente o que estava acontecendo e avisei que não seria possível jantarmos no dia seguinte. Ele me perguntou se eu queria que ele viesse agora, mas eu disse que não era necessário, pois eu ficaria no hospital e já havia muita gente lá. Mesmo assim, ele disse que passaria por Paris para passar ao menos um dia comigo, oferecendo o apoio de que eu tanto precisava.

Quando desliguei, me aproximei de Alexander, que estava conversando com Marcus.

— Quem será que deixou isso vazar? Inacreditável! — Marcus estava visivelmente irritado.

— Provavelmente alguém de dentro do hospital, já que a notícia só menciona a partir do momento que ela chegou aqui.

— O que está acontecendo? — perguntei, curioso.

Alexander me entregou o celular dele. Ao olhar a tela, vi a foto de Sn estampada em uma manchete: "Estrela do Midnight Reviere internada em estado grave no hospital central de Paris após show." Li a matéria rapidamente, que mencionava apenas que ela estava entre a vida e a morte, sem informações adicionais. Era o último tipo de problema que precisávamos naquele momento.

— Taehyung, acho melhor você voltar para a cobertura. A imprensa vai chegar a qualquer momento e vai ser um caos se te virem aqui — sugeriu Alexander.

— Você acha que minha preocupação é a imprensa, Alexander? Eu só quero saber se vou poder ver a Sn — respondi, exausto.

Marcus interveio:

— Deixa ele, Alexander... O Brian está a caminho, e ele vai resolver isso. É para isso que pagamos ele, para ser o assessor de imprensa.

Alexander olhou para mim e disse:

— V, a Sn está na UTI, entubada e em coma. Tem certeza de que quer vê-la?

Eu apenas o encarei, e ele entendeu a resposta. Sem dizer mais nada, ele se virou e saiu, e eu o segui até uma sala antes da UTI. Uma enfermeira me entregou jaleco, máscara e luvas. Depois de me preparar, fui levado ao quarto onde ela estava. Respirei fundo e entrei. A cena partiu meu coração: tantos fios ligados a ela, aparelhos monitorando cada detalhe... Sn parecia tão frágil, tão indefesa. Aproximei-me e segurei sua mão, deslizando meus dedos pelos seus cabelos. A enfermeira me ofereceu uma cadeira para que eu pudesse sentar ao lado da cama.

— O senhor tem apenas 10 minutos — ela avisou.

Sentei-me, ainda segurando a mão dela.

— Sn... Sou eu... Não sei se você pode me ouvir, mas quero que saiba que estou aqui esperando você voltar. Eu tentei entender por que senti algo tão forte por você em tão pouco tempo, mas não encontrei explicações e nem preciso delas. Eu só sei que te amo e que quero você de volta. Demoramos tanto a nos encontrar, mesmo nos conhecendo pela música. Sempre me perguntei quando minha vida faria sentido ao lado de outra pessoa, e agora eu tenho todas as respostas. Todas as pessoas que conheci me prepararam para chegar até você.

Ela continuava imóvel. Eu olhava as marcas no pescoço dela e sentia uma raiva imensa daquele homem.

— Volta para mim... Ainda podemos ter muito tempo juntos. Por favor, volta para mim... Eu te amo...

Assim que terminei de falar, a enfermeira entrou no quarto, avisando que meu tempo havia acabado. Dei um beijo na testa dela e saí. Eu estava tão esgotado que nem forças para chorar me restavam. Ao chegar ao hall, os membros da banda me informaram que o circo da imprensa já estava armado lá fora. Os seguranças conseguiam barrar a entrada deles no hospital, mas ninguém sabia por quanto tempo mais isso seria possível.