O ano era 2031... Kim Taehyung, o grande ídol coreano, decidiu passar dois meses de descanso em Nova York. Mal sabia ele que sua vida mudaria para sempre ao conhecer sua vizinha, S/n, uma baterista de uma banda de heavy metal.
"Essa é minha primeir...
Já fazia um mês que eu tinha voltado para a Coreia. Estávamos no final de janeiro de 2032. Passei o Natal com minha família, como eu queria. Meu aniversário de 36 anos foi bom. Reuni meus amigos do grupo e do Wooga Squad na minha casa, em Seul, e nos divertimos a noite inteira. Ou melhor, eles se divertiram, porque minha cabeça estava longe... Estava em Nova York. Ela nem sequer me mandou uma mensagem. Pensei que, ao menos, uma amizade iria permanecer. Mas acho que Sn falou sério quando me disse para não me envolver. Ela saiu da minha vida, de fato.
Passei a virada do ano sozinho em casa. Não conseguia me animar, só pensava se ela estava bem, se suas dores haviam melhorado. Queria saber se estava segura e feliz. A vontade de ligar era enorme, mas respeitei sua decisão. Mergulhei de cabeça no trabalho: reuniões, campanhas de publicidade. Fiz dois shows solo, um em Seul e outro em Busan, e me preparava para a Paris Fashion Week. Eu iria como convidado da Dior e também faria presença no desfile da Celine. Jungkook me acompanharia no desfile da Dior. O evento seria na primeira semana de fevereiro e, depois disso, eu teria compromissos que me deixariam em Paris por dez dias.
Eu tentava ao máximo manter a cabeça ocupada, mas era difícil não pensar em SN. Os dias passavam, e eu vivia no automático. Demorou tanto tempo para eu me interessar por alguém, e, quando finalmente aconteceu, algo inexplicável nos separou.
O dia do desfile da Dior na Paris Fashion Week chegou. Eu e Jungkook éramos o centro das atenções. Tantos fotógrafos, tantas pessoas nos cumprimentando, a maioria por interesse midiático. Já estava acostumado com isso. Fui até meu lugar na primeira fila. Toda aquela agitação me cansava. Havia muitas celebridades no desfile. No dia seguinte, seria o da Celine, o que, para mim, era mais importante, já que sou acionista da empresa. Mas seria a mesma agitação: sorrisos e gestos repetidos.
— Já está quase na hora de começar... — disse Jungkook.
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— Não vejo a hora disso acabar logo. E olha, já vou avisando que não vou ficar em after nenhum depois — respondi, sério.
— Ah, você vai ficar sim. Sabe que precisamos cumprir a agenda. Pelo menos 20 minutos, tempo para algumas fotos — ele me olhou de lado.
Quando éramos mais novos, qualquer convite era motivo de alegria. Levou tempo para sermos reconhecidos, mas, depois que isso aconteceu, os convites não pararam. O grupo adorava estar em premiações, desfiles, eventos... Mas, com a carreira consolidada, eu já estava entediado. Revirei os olhos. Não tinha jeito.
— Cara, o que aconteceu em Nova York pra você estar assim? Você voltou de lá muito azedo — perguntou Jungkook.
Não comentei com ninguém o que aconteceu com Sn. Eles sabiam que ela era minha vizinha porque Suga contou na última reunião, mas o resto eu guardei para mim. Depois de Amélia, aprendi a ser mais reservado. Mas já estava ficando agoniado de segurar isso sozinho. Jungkook era meu grande amigo, e talvez compartilhar com ele me fizesse bem.
