Somos Apenas Animais: Livro 1 - (Legouis) - | TRADUÇÃO |

Instinto no nevoeiro e sob a luz da lua cheia

Capítulo 1 - Instinto no nevoeiro e sob a luz da lua cheia 

Legosi esfregou os olhos. Estava completamente escuro agora. Sua visão noturna tornava isso um problema, mas esse não era o ponto. Ele já havia saído depois do toque de recolher e, se fosse pego, enfrentaria consequências. Suspensão? Expulsão? Ele não tinha certeza. Tudo o que ele sabia era que não poderia deixar isso acontecer. Se ao menos Kabu-chan não tivesse voado pela janela quando o trouxe hoje... 

Isso foi há cerca de 2 horas e ele ainda não estava tendo sorte. Afinal, os insetos eram difíceis de rastrear pelo cheiro. Legosi levou as mãos à boca, respirou fundo e congelou. Ele abaixou os braços, sentindo-se um idiota. Ele estava realmente prestes a chamar seu nome? Ele deve estar ficando louco. Ele não iria chegar a lugar nenhum esta noite, então ele percebeu que deveria simplesmente desistir por esta noite. Talvez ele pudesse colocar alguns pôsteres amanhã. Jack ajudaria com isso. Ele não tinha certeza de quão eficaz seria, no entanto. Ele voltou para seu dormitório, derrotado.

Enquanto isso, Louis já vinha praticando falas com a cabra Zoe há algum tempo. Só que desta vez eles não estavam praticando com as luzes apagadas. Afinal, Louis sabia que não fazia sentido fazer um animal não noturno como Zoe praticar no escuro. Zoe não era o substituto perfeito. Ele definitivamente tinha o hábito de engolir suas falas, o que Louis achava incrivelmente irritante. Cabras. Comedores de papel. Inútil.

“Ok, Zoe-kun, vamos fazer uma pausa. Você está indo bem, mas o fato de você constantemente se atrapalhar com suas falas está me incomodando. Pare de comer os scripts. Vou sair por um momento.” Ele tirou uma pilha de papel de uma sacola que trouxe. “Este é um roteiro extra que fiz para você. Estude enquanto eu estiver fora.” Ele olhou para ele com uma expressão de expectativa.

A cabra olhou para ele. “O que... Por que você não me deu isso antes!?” Ele fez uma cara confusa e franziu a testa para o veado vermelho.

Luís se virou. “Porque... Não há roteiros no palco. Você já deveria ter memorizado suas falas. De qualquer forma, voltarei em alguns minutos. Por favor, estude isso e não trate isso como um lanche desta vez.” Ele se virou e foi embora, não confiando que a cabra não iria comê-lo de qualquer maneira. Ah bem. Ele caminhou lentamente em direção às grandes portas do teatro e saiu.

A noite foi legal. Havia uma névoa espessa vindo sabe-se lá de onde. O cervo passou pela fonte e ficou com as mãos na cintura. Ele olhou para a lua e suspirou. Ao longe, atrás dele, Legosi se moveu.

“Kabu-chan... Onde você poderia estar...?” Legosi murmurou para si mesmo. Seu amigo Tem morreu recentemente e agora seu querido besouro de estimação desapareceu. É claro que os dois não eram comparáveis! Ele deu um tapa na cabeça por pensar nisso. Mas a perda menor, combinada com a maior, fez com que ela afundasse mais profundamente em suas entranhas do que provavelmente aconteceria normalmente. Afinal, Kabu-chan era sua responsabilidade e ele sentiu que havia falhado com ele.

De repente, ele ouviu o barulho de sapatos no cimento, fazendo-o ficar rígido. Ele aprimorou seus sentidos, tentando reunir o máximo de informações que pôde. O som veio da frente dele, perto da fonte. Muito longe para que alguém pudesse vê-lo, graças à neblina que havia se instalado. Por sua vez, ele próprio não conseguia ver ninguém. O que ele viu, porém, foram as luzes do teatro iluminando a neblina. Não era preciso estar no clube de teatro para saber que aqueles não deveriam estar no ar neste momento. Nem mesmo os funcionários iriam bisbilhotar lá. O que estava acontecendo…?