oposto até a alma

Steven

Antes que eu conseguisse fazer qualquer coisa, aparecem Rubi e Saul e vão em direção à pista de dança. Vejo que Bianca já se acalmou e se aproxima da pista para ver o que está acontecendo. Observo Bianca e Jenne dançando, e Rubi está constantemente implicando com ela. Essa pessoa me tira do sério. Continuo prestando atenção até que Bianca explode com Rubi, mas como sempre, essa pessoa acha que é melhor que Bianca. Mas ela não é. Bianca é muito mais bonita, embora eu nunca vá admitir isso a ninguém, mas é a verdade. Vejo Jenne intervindo, e Maya e Samantha também, mas Bianca fica calada. Acho que há algo errado, especialmente porque ela adora debater com os outros. Olho para Mete, e já entendi o que eu quero fazer, e ele diz:

- Olha, Steven, a Rubi está de mau humor porque não quis ficar com ela.

- Nossa, que feio, Rubi, descontar nos outros só porque eu não quis te comer. Você é ridícula mesmo, e ainda por cima, é rodada.

- Saul, não fala assim da minha namorada, seu idiota! - Esse idiota tenta defender a namorada.

- Dou uma risada. Eu que sou o idiota? Sua namoradinha que me pediu, implorou para que eu a "comasse", mas como eu não quis, ela decidiu atormentar a Bianca.

- Saul, seu idiota, tá falando dela, mas você também atormenta a Bianca, ou estou enganado?

- Exatamente, aí está. Sempre fiz e sempre farei, porque sempre fui assim. Já a sua namoradinha dizia ser amiga da Bianca e a apunhalou pelas costas, além de ficar com o garoto de quem ela gostava.

- Saul, como se alguém fosse querer ficar com essa esquisita da Bianca.

- Esquisita ou não, não te dá o direito de atormentar a vida dela, especialmente porque esse papel é meu, seu idiota. Faça seu papel de homem e dê prazer para sua mulher, porque ela fica procurando alguém que faça isso por você. Ou estou enganado, Mickey?

- Mickey não. Ontem mesmo eu a "comi" de um jeito que ainda tá com a marca no pescoço.

- Saul, seus desgraçados, ainda vão se ver comigo. Vocês estão ferrados.

- Mickey, nossa, que medinho. Acho que você não nos conhece de verdade, não é mesmo? E outra, se mexerem com a minha amiga Bia de novo, vão se ver comigo, entendeu, seu desgraçado?

- Olha, Saul, não que eu esteja defendendo aquela, mas uma coisa que eu odeio é injustiça. Não gostar dela, tudo bem, mas agora atormentá-la só porque seu dia foi uma merda ou porque ela gosta de você e você não tá nem aí pros sentimentos dela, isso já é demais.

- Saul, vão se foder, como se eu me importasse com o que aquela vadiazinha sente.

- Mickey, como é seu playboyzinho desgraçado? Vadiazinha é essa sua namorada que abre as pernas pra qualquer um.

Antes mesmo que eu pudesse reagir, Mickey deu um soco naquele idiota. Ainda bem que ele fez isso, senão eu mesmo teria feito. Olho pela festa procurando Bianca. Quando a discussão começou, ela não sabia muito bem como reagir. Acabo encontrando-a sentada ao lado de Maya no sofá. Ela parecia estar mal, mas logo em seguida, Maya a traz de volta para a pista de dança. Ela começa a dançar, e nossa, como ela dança bem. Será que fica melhor sem roupa? Balanço a cabeça para tirar esses pensamentos absurdos da minha mente, até porque ela é uma nerd esquisita que eu não suporto. Vejo um cara chegando muito perto dela, e já quero socar a cara dele, mas não sei muito bem o motivo. O que sei é que é nítido pela cara dela que ela não está gostando. Vou em direção a eles, porque meus pés foram andando sozinhos. Chego perto deles e digo:

- Ei, cara, acho que você está um pouco perto demais, não acha? - Falo com voz firme.

Ele me olha surpreso por eu ter me intrometido, mas logo se afasta. Bianca me dá um sorrisinho de canto, que é bem fofo, aliás, e logo se afasta de mim e volta a dançar. Parece que ela não viu nem ouviu o resto da briga, senão estaria falando com Mickey, que é nosso amigo em comum. Vejo Mickey colocando gelo na mão e pergunto:

- Ei, seu idiota, machucou muito essa sua mão de princesinha?

- Mickey, vai se foder, Steven, claro que não. Tá me achando com cara de viado?

- Foi você que disse. Não eu. E aquele idiota foi embora?

- Foi, depois do soco que eu dei na vadia da namorada dele. Levei ele embora.

- Ele acha que pode ameaçar a gente?

- Pois é, né? Ele não sabe quem são nossos pais e o que eles fazem. Se soubesse, nem se metia com a gente, muito menos com a Biazinha. Tadinha, ela não gosta do pai dela por isso.

- Tá falando do senhor Oliveira?

- Não, cara. O senhor Oliveira é padrasto dela, criou ela como filha e ela o ama. Mas ela odeia o que ele fez para a mãe dela. O pai da Bianca é o dono da maior máfia daqui de Miami. Ele não fala com ela e nunca teve contato com ela porque a mãe dela não deixa e porque ela não sabe que o pai dela é dono da máfia. Ela só sabe que o pai a abandonou. Eu só sei disso porque escutei a mãe dela conversando com a minha mãe outro dia. Eu entrei em choque.

- Então, na teoria, a gente é subordinado da Bia. Se ela soubesse disso, faria da nossa vida um inferno.

- Mano,-se ela soubesse disso, faria da nossa vida um inferno.

- Mickey, conhecendo a Bianca, ela não iria nem querer saber dessa vida. Ela odeia tudo relacionado a essas coisas. E se ela fosse dessa forma e soubesse e gostasse disso, ela faria da sua vida um inferno, não a minha. Até porque quem perturba e irrita a garota é você. Então, só você sofreria as consequências.

- Eu estaria ferrado mesmo. Bom, vamos trocar de assunto e vamos beber, o que você acha?

- Mickey, concordo.

Eu, Mickey, e Mete bebemos várias bebidas. Acabei começando a ficar bêbado, continuo bebendo com os garotos e dou um pulo na piscina.
A água estava fria e refrescante, e eu me diverti nadando um pouco. Ao sair da piscina, percebi que minha cabeça estava girando um pouco devido à bebida. Voltei para perto dos meus amigos e me juntei a eles enquanto continuávamos a beber e a conversar.

Enquanto estávamos lá, vi Bianca dançando com um sorriso no rosto, parecendo completamente à vontade. Era estranho vê-la tão feliz, especialmente depois do que aconteceu mais cedo. Mesmo que eu não a suportasse, ainda assim me senti um pouco aliviado ao vê-la se divertindo.

Decidi me afastar um pouco do barulho da festa e fui para o terraço para respirar um pouco de ar fresco. A noite estava agradável, com uma leve brisa soprando. Fiquei ali por um tempo, perdido em meus pensamentos, até que ouvi passos se aproximando.