𝟐𝟏

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(Narrado por João)

Acho que as coisas com a Luísa estão a melhorar aos poucos. Depois da conversa da praia, decidi dar-lhe espaço. Pelos vistos, resultou. Ela reparou nisso. Conseguimos ter uma conversa, na piscina do hotel, bastante agradável. Não senti a Luísa na defensiva, como tem estado sempre que conversamos. Talvez possamos ser amigos no futuro. Era isso que estava a contar ao António e ao André.

[Português]

António - Eu bem disse que dar-lhe espaço iria resultar. A Luísa não gosta de se sentir pressionada.

André - Ela reparou nisso e gostou dessa atitude.

João - Pela primeira vez, em muito tempo, a Luísa falou comigo com simpatia. Já não estava na defensiva.

António - Isso é bom. Agora vê lá o que fazes. Tens de ter cuidado para a Luísa não voltar à atitude antiga.

João - Eu vou fazer as coisas com cuidado.

Descansamos um pouco e depois fomos para o autocarro. A viagem demorou perto de uma hora. Quando chegamos ao estádio, fomos para o balneário. Mudamos de roupa. Como eu ia fazer parte do onze inicial, foi fazer o aquecimento. Depois de algum tempo, voltamos para o balneário para vestir o equipamento para o jogo.

(Narrado por Luísa)

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(Narrado por Luísa)

O Benfica já começou o jogo. Entrou bem. O João foi titular. No intervalo o Benfica já estava a ganhar. Durante a segunda parte, estava tudo a correr bem, até fazerem uma entrada mais violenta contra o João. Ele ficou a queixar-se. A equipa médica do Benfica entrou em campo e depois de algum tempo ele teve de sair porque não conseguia colocar o pé direito no chão. Ele estava chateado. O que é normal. Nenhum jogador gosta de sair magoado de um jogo. Ele foi para o balneário com o Nuno e eu fui também. O Nuno esteve a fazer uma pequena avaliação, depois pediu-me para ficar com o João porque podiam precisar dele no campo. Disse-me para colocar gelo no tornozelo do João para impedir que ficasse inchado. Assim fiz.

[Português]

Luísa - Está a doer?

João - Um pouco.

Luísa - O gelo vai ajudar a que o tornozelo não fique inchado.

João - Achas que é algo de grave?

Luísa - Acho que não, mas ainda é cedo para dizer.

João - O jogo estava a correr tão bem. Tinha logo de acontecer isto.

Luísa - Era por estares a jogar bem que isto aconteceu. Se não estivesses a fazer nada, o jogador da outra equipa não fazia o que fez. Tu ias todo lançado para a baliza.

João - Espero que não seja nada de grave.

Luísa - Esperemos que não. Vais ser muito bem tratado.

João - Já estou a ser. Tens jeito para isto. Ainda te lembras quando eu me magoava nos jogos e depois eras tu que tratavas de mim?

Luísa - Claro que me lembro. Foste o meu primeiro paciente.

João - Sinto-me lisonjeado por ouvir isso. Já eras boa nisto nessa altura.

Luísa - Obrigada.

O jogo terminou. O Benfica ganhou. O João chateado por não ter jogado até ao fim, mas ficou feliz pela vitória. Tal como eu. Depois eles foram tomar banho e mudar de roupa. O João precisou de ajuda para ir de autocarro porque não conseguia colocar o pé no chão. O Nuno me pediu para ajudá-lo, então tive de o fazer. Ele colocou o seu braço direito à volta do meu pescoço e eu coloquei o meu braço esquerdo à volta da sua cintura para facilitar a nossa caminhada até ao autocarro. Senti-me esquisita com a situação. Espero que a lesão do João não seja muito grave porque primeiro, não queria passar muito tempo com ele, e segundo, não dava muito jeito ao Benfica ter um jogador como o João lesionado.

Quando chegamos ao Benfica Campus, o João foi com o Nuno para que ele lhe pudesse colocar o famoso spray par aliviar a dor. Depois os rapazes combinaram ir ao restaurante da outra vez. Eu entrei no meu carro e segui até ao restaurante. Depois os jogadores foram chegando. O João veio com o António, uma vez que não podia conduzir. Entramos para o interior e fomos nós sentar na mesa que tinha vista para o mar. Fiquei no meio da mesa, entre o André e o Tiago, e na minha frente tinha Rafa e o Otamendi. O João e o António estavam um pouco mais afastados. Algo que eu agradeci. Embora a atitude do João me esteja a agradar, eu prefiro manter a distância. Acho que já convivemos demasiado este fim de semana.

O jantar estava a correr bem. Estavam todos contentes, também não era para menos, tinham ganho o jogo e estavam muito bem no campeonato até ao momento. Estávamos todos a conversar um com os outros. O Otamendi e o Rafa estavam a fazer-me perguntas da minha vida para me conhecerem melhor. Eu respondi a todas, não tinha razão para não o fazer. Eles sempre me trataram muito bem, por isso, o mínimo que podia fazer era responder ao que eles me estavam a perguntar. Até apreciei esse interesse da parte deles. De repente, vejo o João com uma rapariga, bastante próximos. Estavam aos risinhos. Não sei de onde se conhecem, mas parecia que ela conhecia o João muito bem e o António também. Não sei porquê, mas aquilo me estava a incomodar bastante. Decidi ligar à minha mãe, já que ela me pediu para lhe ligar quando eu chegasse a Lisboa. Aproveitei isso e fui para o exterior do restaurante para lhe ligar. A chamada não foi muito longa. Mas foi o suficiente para tranquilizar a minha mãe. Nós temos uma relação muito próxima. Eu conto tudo para ela e ela, não sei se é por ser psicóloga, tem sempre um conselho ótimo para me dar. Para mim, Mónica Lopes de Azevedo Veiga de Andrade é a melhor mãe do mundo. Do mundo não, do planeta. 🥰

Desliguei a chamada e quando ia entrar para o interior do restaurante de novo, vi que o João acompanhou a sua querida amiga até ao carro. Eu me escondi para que eles não me vissem. Certamente deve ser uma das amigas com quem ele andou quando nós terminamos. Voltei para o interior do restaurante e o resto da noite continuou de forma normal. Eles são muito engraçados e tratam-me tão bem que é impossível não querer passar tempo com este pessoal.

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First Love • João Neves Onde histórias criam vida. Descubra agora