Chapter Eight - present

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"Você esteve lutando contra a memória, por conta própria
Nada piora, nada melhora
Eu sei como é ficar sozinho na chuva...
Todos nós precisamos de alguém para abraçar."

Someone To Stay -
Vancouver Sleep Clinic

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Observo Ava caminhando até a saída do cemitério

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Observo Ava caminhando até a saída do cemitério. Seus cabelos ruivos soltos balançando conforme ela andava. Olho para baixo e vejo sua bunda gostosa, ela vestia uma calça de moletom cinza que realçava sua bunda, ela estava com um top preto que também realçava seus seios.

Ava é linda demais, e isso me irritava, pois todos olhavam para ela, eu odeio isso, ninguém merece ter o privilégio de ver a beleza de Ava, ela é linda de mais para ser admirada por qualquer um.

Assim que Ava some da minha vista volto meu olhar para a frente, onde está a lápide de Amélia. Vejo Quinn agachada, olhando para a lápide em silêncio.

Sinto alguns pingos em mim, olhos para cima e o tempo tava nublado, prestes a chover um pouco mais forte, não me incomodo com isso continuo no lugar esperando a chuva se tornar forte.

Quando cheguei aqui, não sabia que Ava estava presente, embora soubesse que ela vinha todos os dias. Ryan me contou isso quando eu pedia para ele ficar de olho nela. 

Ouvi tudo o que Ava disse para sua irmã. Não liguei para o que ela disse sobre mim, mas doeu ver que a garota por quem sou obcecado desde criança acha que eu matei sua irmã e que ela estaria disposta a tirar sua própria vida apenas para estar ao lado de Amélia.

O amor dela por Amélia é muito forte, elas eram muito unidas. Ava era a âncora de Amélia, e Amélia era seu porto seguro. Quem não via isso não entendia o amor entre irmãos.

Amélia morreu nos braços de Ava. Isso saiu no jornal, que a garota morreu nos braços da irmã que era tudo para ela. Eu não duvidaria se Ava se matasse para ter alguns segundos ao lado de sua irmã, apenas para matar a saudade. Mas não seria o que Amélia gostaria. Mesmo que isso significasse vê-la, Amélia iria querer muito mais que Ava tivesse uma vida boa e feliz, antes de morrer.

- Por que?

Sou tirado dos meus pensamentos quando ouço a voz calma de Quinn. Olho para ela e a vejo de pé, olhando para mim. Franzo as sobrancelhas, confuso com sua pergunta, enquanto ela caminhava até mim e encostando na lápide, onde eu estava antes.

- por que?

Ela perguntou novamente, me deixando mais confuso. Encosto também na lápide ficando ao seu lado.

- Por que o que? - pergunto sem a olhar apenas olhando para frente na lápide de Amélia.

- Por que a matou? - Quinn perguntou em um sussurro.

Eu não a matei, as pessoas que me acusam disso.

- Não faz sentido - disse Quinn, consigo sentir em sua voz que expressava dor - vocês eram amigos, por que iria matar-la?

Não respondi, pois realmente não sabia o que dizer. Ninguém me fez essa pergunta. As pessoas apenas me olhavam e me julgavam, rotulando-me como traidor e assassino.

Ninguém quis ouvir meu lado da história, ninguém se dispôs a entender o que realmente aconteceu. Preferiram escolher o caminho mais fácil em vez da verdade. Apontaram para mim, acusando-me de tê-la matado.

Eu tirei a vida de alguém, mas matar minha melhor amiga, matar Amélia, isso eu jamais seria capaz de fazer. E muito menos mataria ela sabendo que Ava sofreria.

Passei três anos na prisão, sendo alvo de cerca de oito prisioneiros que me agrediam. Ninguém interveio em meu favor, todos apenas observavam enquanto eu era espancado. Consegui reagir e ferir alguns deles, fraturei a costela de um e quebrei a perna de outro, mas eram muitos e me seguravam para continuar me agredindo até desmaiar.

Não compreendia por que me batiam, afinal, mal me conheciam. Acredito que desejavam demonstrar domínio sobre mim e que queriam que eu abaixasse a cabeça, como todo mundo faz, mas não cedi, encarei-os. Deve ter ferido consideravelmente o ego deles.

- Era o aniversário dela, ela sempre sonhou com isso - diz Quinn cheia de emoções em sua voz - ela queria sua festa dos sonhos, e teve, mas no final deu tudo errado - olho para o lado onde estava Quinn e a vejo olhar fixamente para a lápide da frente - Ela não mereceu uma morte daquelas, ela merecia viver encontar o amor da sua vida se casar e ter seu casal de gêmeos como ela queria. Amélia é a luz de toda escuridão.

Vejo uma lágrima escorrer pelo rosto de Quinn. Engoli seco, Amélia me disse uma vez que queria se casar com um casamento grande e inesquecível, ela também desejava muito ter gemeos, uma menina e um menino.

- Quando eu e Amélia nos conhecemos, nós nos odiávamos. Tínhamos 6 anos quando nos tornamos amigas inseparáveis. Lembro-me da primeira vez que nos vimos na escolinha, durante o recreio. Eu estava com muita fome e o lanche era um hambúrguer, não muito grande, mas suficiente para matar a fome. Quando chegou a minha vez na fila, eu era a última e era o último hambúrguer. Foi então que Amélia correu e pegou meu hambúrguer. Ela foi para a sua mesa, onde já havia um hambúrguer, comeu um e pegou o meu para comer. Furiosa, fui até ela e puxei seu cabelo, não tão forte, mas o suficiente para fazê-la sentir dor. Começamos a brigar pelo hambúrguer, até que a tia que cuidava de nós brigou conosco e fomos parar na diretoria. Eu disse que estava com muita fome, mas Amélia pegou meu lanche e disse que eu bati nela e puxei seu cabelo. Ambas levamos bronca. Quando saímos da sala da diretora, fui para a sala, mas Amélia não me seguiu. Sentei lá no fundo sozinha e, de repente, Amélia apareceu e sentou ao meu lado. Ela disse que foi ao refeitório verificar se seu hambúrguer ainda estava lá, e só havia um. Ela pegou e dividiu comigo. Comemos na sala escondidas para não levarmos bronca. Foi assim que nos tornamos amigas.

Não perguntei a ela, não quero saber como elas se conheceram, mas nao falo nada e ouço tudo com atenção, ouço também seus soluços com o choro, se misturando com a chuva, não sabia que Quinn também sofreu com a morte de Amélia, elas eram próximas, mas achei que Quinn seria a que superaria mais rápido.

- Você não a matou, né? - perguntou Quinn me deixando aflito - bom eu prefiro acreditar que não, pois Amélia amava muito você.

Assim que Quinn fala sinto meu coração se apertar, eu e Amélia não demonstramos tanto amor um pelo outro a gente vivia se xingando na brincadeira, não sei realmente a amava, mas ela era minha amiga de infância, nossos pais eram muito amigos eu e Amélia também.

- Eu nunca faria isso - sussurrei baixo mas o suficiente para Quinn ouvir, ela vira a cabeça para me encarar - Não tem motivo para ter "matado" ela, as pessoas não acreditam mas eu não a mataria.

Falo rápido, não me explicou nem nada, não tenho vontade de desabafar e muito menos com a namorada do meu amigo.

Ouço Quinn suspirar e sinto sua mão em meu ombro, olho para ela que já estava me olhando e me lança um pequeno sorriso confortante.

- Eu acredito em você - Assim que ela fala, ela se levanta e caminha até a saída do cemitério, por onde Ava saiu.

Volto meu olhar para a lápide de Amélia, não digo nada apenas encaro em silêncio, ouvindo o som da chuva. É apenas disso que preciso agora.

Dark NightsOnde histórias criam vida. Descubra agora