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Na manhã seguinte, Celeste despertou cedo, apesar de ter passado a noite revirando-se na cama. Estava preocupada e ansiosa, diferente de sua colega de quarto, que roncava alto.

Com a varinha já em mãos e os pensamentos voando desordenadamente, ela deixou os cobertores desarrumados para trás e caminhou para fora do dormitório.

— Onde vai? — Cedrico apareceu em meio ao corredor, sua cara estava amassada e os seus cabelos apontavam para todas as direções.

— Por que está acordado tão cedo?

— Ah, é o Ethan — Cedrico esfregou os olhos. — Ele está determinado a levar a taça de quadribol no próximo ano e já deu início aos treinos...

O garoto se espreguiçou abrindo a boca com sono.

— Ei! Não tenta me enrolar, safada! Onde você vai?

— N-Na cozinha, vou ver se os elfos me dão alguma coisa —  murmurou a primeira desculpa que lhe veio à mente e apressou-se para longe do corredor, passando pelas grandes janelas que revelavam a escuridão. Ela seguiu em direção às escadarias que conduziam ao dormitório da Grifinória, conforme o plano.

Lá, o trio inseparável — Harry, Hermione e Ron — já a aguardava.

— Cheguei a pensar que você não viria — confessou Harry, um suspiro de alívio escapando de seus lábios.

— Aqui, você precisa comer algo — Ron estendeu um pedaço de pão generosamente coberto com geleia e uma garrafa de suco de abóbora gelado, provavelmente 'emprestado' dos elfos da cozinha.

— Espero que você tenha lido o livro — alfinetou Hermione, visivelmente irritada.

— Ela está assim porque vai perder a prova de hoje — sussurrou Ron no ouvido da morena, um pouco alto demais.

— Estamos quebrando várias regras e nem sabemos se Snape realmente deseja a pedra. Se estivermos errados, corremos o risco de ser expulsos ou reprovados.

Com passos apressados, o quarteto avançava pelo corredor do quarto andar, esquivando-se para evitar o olhar de Madame Norra e os passos de Filch. Entre sussurros, repassavam o plano.

Hermione, com a varinha em punho, liderava o grupo até a porta proibida. Seu rosto sério e concentrado não demonstrava hesitação. Ao chegarem, ela agiu.

— Pra trás — Com um movimento, agitou a varinha e um clarão brilhante irrompeu da ponta, atingindo a fechadura que explodiu em um estampido abafado, liberando a passagem.

Harry, logo atrás dela, colocou um dedo nos lábios, sinalizando silêncio.

— Não grite — murmurou ele, sua voz quase inaudível sobre o som de suas próprias batidas do coração.

A porta se abriu com um rangido lento, revelando a escuridão que escondia o desafio que os aguardava. O coração de Celeste falhou uma batida quando a luz do amanhecer revelou a imponente figura do cão de três cabeças em um sono inquieto. Ela sentiu um calafrio ao ver as enormes patas do monstro se contraírem.

Foi o cheiro dos intrusos, porém, que despertou a fera, cujos olhos se abriram, fixando-se neles com fome.

Celeste recuou instintivamente, seu coração batendo acelerado. Os rosnados graves de Fofo preenchiam o ar, e por um momento, o medo ameaçou paralisá-la.

— Concentre-se, Celeste! — A voz de Hermione cortou o ar, mais penetrante que os latidos ameaçadores. Imóvel, ela era uma estátua de coragem diante do perigo iminente.

Celeste engoliu em seco, a ansiedade queimando em seu peito como fogo de dragão. Ela apertou a varinha com tanta força que seus dedos empalideceram.

Sonorium Harmonius! — gritou, balançando a varinha. Os amigos viram então instrumentos mágicos surgirem em cima de um pequeno palco, tocando sozinhos.

A melodia encantada de Celeste se espalhou pelo ar, envolvendo o cão de três cabeças. As feras, uma a uma, sucumbiram ao encanto da música, seus olhos pesados se fechando lentamente até que o último resmungo se transformou em um ronco profundo. O quarteto trocou olhares de alívio e admiração, mas sabiam que não havia tempo a perder.

— Vamos! — disse Harry, tomando a frente e começando a descer silenciosamente pelo alçapão que se revelou sob as patas do cão gigante. — Vem, Celeste!

— Não posso! Minha magia não é forte o suficiente para a orquestra funcionar longe de mim. Vão sem mim! Eu fico. Vocês precisarão passar por Fofo quando voltarem!

Let The Light In | Fred WeasleyOnde histórias criam vida. Descubra agora