16. A câmera secreta

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Localizada em Chelsea, uma das áreas mais cobiçadas de Londres, a mansão Seraphim chamava a atenção tando dos bruxos quanto dos trouxas que passavam por ali.

Como herdeira desse sobrenome, Celeste carregava em suas veias o sangue puro de uma linhagem de bruxos poderosos, tão influentes e ricos quanto os Black's. Não era de se admirar que sua residência espelhasse esse status.

— Senhorita Celeste — o alto auror postado à entrada da casa a cumprimentou, abrindo a porta para ela.

Colocando os pés para dentro de casa, prendeu a
respiração por um breve momento enquanto segurava firmemente a alça de seu malão.

Estava oficialmente em casa.

Um elfo doméstico surgiu com um estalo e desapareceu com a bagagem antes que ela pudesse reagir.

— Lar, doce lar... — Celeste murmurou com tristeza, percebendo que, mesmo após um ano fora, seu pai, a única pessoa de sua família que lhe restava, não havia feito questão de recebê-la.

Caminhando pelo longo corredor adornado por quadros de seus ancestrais, sentiu um calafrio ao passar pelo retrato de seu bisa-avô Abel, o qual possuía olhos tão amarelos e penetrares que pareciam a queimar viva.

Encarou o retrato e deu a língua.

— Esse velho sempre pareceu ter bosta debaixo do nariz — a voz soou de repente, assustando Celeste.

Seu coração disparou e suas pernas vacilaram por um breve momento. Com os olhos mais arregalados que o normal, virou-se para a porta do escritório de seu pai, Cassian, que a encarava. Desde a chegada da carta, não tinha tido mais contato com ele. A única memória que tinha desse dia era de uma discussão que lhe desencadeou um ataque epiléptico tão intenso que a fez perder a consciência por um tempo.

— P-pai, oi — Ele parecia mais velho, as linhas de expressão mais marcadas e olheiras profundas.

— Como você está? — perguntou se aproximando devagar.

— Estou em casa novamente, não poderia estar melhor — Um atrevido sorriso de escárnio se fez presente em seus lábios.

Cassian suspirou concordando.

— Acredito que a viagem foi exaustiva. Você parece cansada. Vou pedir para prepararem algo. Relaxe com um banho e depois conversamos, tudo bem?

Concordando, ela subiu as escadas. Ao abrir a porta de seu quarto, tudo estava exatamente como ela havia deixado. Após um longo banho relaxante, onde a água quente ajudou a soltar a tensão de seus músculos, ela se vestiu e desceu as escadas.

Um elfo a avisou que a refeição seria realizada no pátio.

Ela caminhou pelo trajeto de pedras até avistar a extensa mesa de madeira, decorada com belos arranjos florais, localizada no meio do jardim.

— Sente-se — indicou seu pai, apontando para a cadeira de estofado branco a sua frente.

Um silêncio desconfortável pairava ar quebrado apenas pelo barulho dos talheres. Cassian parecia querer dizer algo, mas hesitava, como se as palavras certas lhe escapassem.

Brincando com a comida em seu prato, Celeste ergueu os olhos, observando seu pai cortar o filé de dragão dourado, uma iguaria que poucos bruxos tinham o privilégio de degustar.

Relembrando da ceia de natal, sua mente vagou para longe, até George, o coitado provavelmente nunca teria oportunidade de experimentar tal prato, sua situação financeira mal lhe permitia comprar doces no carrinho da bruxa no trem.

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⏰ Última atualização: Jan 31 ⏰

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Let The Light In | Fred WeasleyOnde histórias criam vida. Descubra agora