Capítulo 16

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Depois daquele teatro todo, eu me retirei da mesa e fui para fora da casa

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Depois daquele teatro todo, eu me retirei da mesa e fui para fora da casa. Estava entrando em meu carro quando vejo Morgan correndo em minha direção, rapidamente entro no carro e tranco as portas e fecho as janelas, a garota irritada começa a bater com força na janela e me xinga logo em seguida.

— Abre a porta! Eu quero ir com você. — Gritava enquanto batia no vidro.

— Da o fora, Aurora.

— Como é? Eu não te escutei. — Disse enquanto se afastava do carro. Olho para a janela e não vejo mais a garota ali.

— Puta merda! — Desço rapidamente do carro quando escuto barulho de pneu sendo furado, vejo Morgan agachada e com um canivete na mão. — Qual a porra do seu problema?! — Pergunto alterado.

— Nada amor, eu apenas quis mostrar quem é a louca aqui. — Levanta do chão e caminha em minha direção.

Ela passa os braços em volta dos meus ombros e aproxima seu rosto do meu.

— Vamos no meu carro. — Sussurrou próximo a minha boca. Apenas dou um aceno de cabeça.

Olho para a garota que estava com uma jaqueta de couro preta e uma calça jeans, e por baixo usava uma regata preta.

Paro o carro em minha vaga e percebo alguns olhares confusos em direção ao veículo de Morgan.

— Todo mundo olhando, que vergonha. — Digo enquanto tiro o cinto.

— Você não gosta de atenção, Ocean? Eu adoro. — Ela desce do carro e eu logo em seguida faço o mesmo.

Olho para os lados e vejo todos olhando para nós, nego com a cabeça e sigo em direção a Theodore que estava encostado no carro do seu irmão enquanto segurava um canivete.

— Theo! — O garoto olha pra mim e solta um sorriso de lado. Demos um aperto de mão e logo em seguida um abraço.

— Nossa vocês dois juntos? Esperei muito por isso. — Ele diz empolgado e me dar um empurrãozinho.

— Não estamos juntos, eu não suporto ela! Ela furou o pinel do meu carro, então ela se ofereceu para me trazer e acabou vindo. — Digo com tédio. Olho na direção da morena e a vejo conversando com Akira, ele estava com uma mão na cintura da garota e a outra estava em seus cabelos.

— Que palhaçada. — Sussurro.

— Vamos, vai começar a corrida! — Theodore grita para que todos que estavam ali pudessem escutar.

Todos vão para as grades e vejo Aurora correr para o meio dos quatro carros, ela coloca sua mão por dentro da sua blusa e logo em seguida tira seu sutiã dando a partida. Ela olha pra mim enquanto os carros arrancavam pneu fazendo uma fumaça.

— Aí gostosa, não quer ser minha acompanhante essa noite? — Escuto um cara gritar, logo em seguida todos gritam pedindo para Morgan aceitar.

— Não, obrigada. — Morgan disse enquanto caminhava em minha direção e de Theodore.

— Não sabe o que está perdendo, vadia. — Ele grita.

— Qual foi cara? Qual necessidade desse drama todo. — Escuto a voz de Theodore.

Olho para Theodore que já estava olhando pra mim, foi um aceno de cabeça e Theo caminha na direção do garoto loiro.

— Você não vai fazer nada?! — Morgan grita comigo enquanto bate em meu peito. — Faz alguma coisa. — Ela gritava desesperada.

Não digo nada.

Me escoro no carro de Jack e vejo Theodore acertando um murro no estômago do garoto, eles entram em uma briga corporal. O garoto fica por cima do Theo e acerta vários socos em seu rosto, um dos amigos desse garoto joga uma garrafa de vidro quebrada para ele, o menino pega a garrafa e enfia com toda força no pescoço do Theo.

Corro até eles mas quando iria me aproximar já era tarde demais, já tinha uma poça de sangue ao redor dele. O garoto sai de cima do Theodore e corre com seus amigos, me agacho do lado dele e tampo seu sangue com minha mão.

— Vai, vai ficar tudo bem, Theo. — Digo com a voz trêmula.

— Liga pra emergência! — Digo para Morgan que estava paralisada apenas olhando.

Ela sai do transe e pega o celular, percebo que a garota estava se tremendo. Eu queria acalma-la, mas meu amigo estava morrendo e eu não iria deixar ele de lado.

— Eu não vou conseguir, Irmão. Eu quero dormir, eu tô cansado. Cuida dela pra mim.— Theodore sussurrou. Sua voz mal saia, seu rosto estava pálido, seus lábios estavam brancos e percebo que ele queria fechar os olhos — eu vou descansar Chase, vou ter minha paz agora. Amei você até meu último suspiro, irmão.

— Não, não fecha os olhos. Você tem que ficar acordado e continuar correndo comigo, e viver comigo! Você é meu único amigo, é meu irmão.

Ele dar um sorriso e fecha os olhos devagar, é ali que eu começo a entrar em desespero.

— Acordo cara, para de brincar comigo Theo! Isso não se faz. Acorda por favor Theodore! — Coloco a cabeça dele em meu colo delicadamente e dou tapas de leve em seu rosto.

— Para, Para Chase! Ele morreu, Perdemos ele. — Sinto Morgan me puxar para um abraço, mas eu não aceitava, deitei minha cabeça no ombro do meu amigo, e chorei como uma criança.

— Cadê a porra dessa ambulância?! Cadê Morgan? Cade eles? — Grito com a garota.

Ela se afasta de mim e sobra apenas eu ali.
Fecho os olhos e peço perdão a ele, sou empurrado para o lado e vejo Jack.

— Meu irmão! O que aconteceu com meu irmão? — Jack grita enquanto olha pra mim com lágrimas nos olhos.

— Não conseguir, eu não conseguir ajudar, me perdoa! Eu fui covarde.

Escutamos barulhos de sirenes e todo mundo corre dali, vejo Aurora parada no meio da pista avisando para os motoristas sairem dali. Os paramédicos descem da ambulância e checam Theodore, Morgan se aproxima da polícia e diz as caraterísticas do garoto que bateu no Theodore.

— Sinto muito garotos, não temos mais o que fazer, ele perdeu muito sangue. — O homem disse e nos olhava com um olhar triste, me afasto rapidamente e encolho meus joelhos. E Sinto braços me rodearem.

— Eu sinto muito, quero dizer a ele que eu sinto muito, eu vou me culpar pelo resto da minha vida. Me perdoa Theo.

Jack olha pra mim com raiva e sai em seu carro, creio que vá para o hospital.

Os paramédicos levam o corpo do garoto, e logo me vejo sozinho com ela. Apenas nós dois naquela estrada.

— Precisamos ir embora, Chase. — Ela passa seus braços embaixo dos meus e usa sua força para me levantar, ajudo a garota nisso e logo depois sou levado para o carro.

Eu perdi meu melhor amigo, e me perdi junto.

Meu doce garoto - livro único Onde histórias criam vida. Descubra agora