Três.
Três dias haviam passado desde a chegada de Max na casa de Ricciardo. Três dias de Vienna e Max trocando, se possível, nenhuma palavra. Se um entrava na sala, o outro ia pra cozinha, um ia pra cozinha, o outro ia para o banheiro.
A tensão entre Vienna e Max fervilhava como uma panela de pressão pronta para explodir. Daniel, preferia manter-se à distância, observando as faíscas voarem, algumas vezes achando divertido, embora preocupante, o nível de ódio compartilhado.
A panela de pressão explodiu numa manhã quando Vienna decidiu fazer um smoothie. O barulho do liquidificador já estava no terceiro ciclo contínuo, cada vez mais irritando Max, que tentava ler em uma poltrona que se encontrava na sala.
O andar de baixo era todo em conceito aberto, então tudo o que acontecia na cozinha, era possível ver (e ouvir) da sala de estar.
Max bufando, se levantou e colocou seu livro lentamente na mesa de centro.
"Você realmente precisa disso para sobreviver, ou está tentando me irritar até a morte?" Max finalmente estourou, incapaz de se concentrar em sua leitura.
Vienna desligou o liquidificador, colocando as mãos na cintura. "Oh, me desculpe, não sabia que a sala tinha se transformado em sua biblioteca privada. Deixe-me anotar as regras do reizinho Max Verstappen sobre onde posso fazer meu café da manhã."
"Você é impossível! Eu não sei como o Daniel aguenta você!." Max retrucou, levantando-se tão bruscamente que sua poltrona quase caiu para trás e aproximou-se da ilha da cozinha, onde estava o liquidificador. "Tudo o que você faz é barulho, seja com isso," apontou para o liquidificador, "ou assassinando músicas no piano!"
Vienna pegou uma banana da fruteira e a atirou em Max com uma precisão irritante e surpreendente. "Prefiro ser barulhenta do que um rabugento insuportável que pensa que o silêncio é uma forma de comunicação! E talvez te irritar até a morte não seja uma má ideia."
Daniel, espiando das escadas, abafou uma risada. Apesar da intensidade do conflito, havia algo quase cômico em ver dois adultos jogando frutas um no outro.
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Os dias após a briga pelo barulho, voltaram a ser silêncio. As vezes um dos dois bufavam quando precisavam assistir TV juntos, porque, depois confessavam para o Daniel, que a forma que o outro respirava era muito irritante.
Mas a paz reinou durante pouquíssimo tempo, até o dia que Vienna se ofereceu para fazer o jantar. Logo as faíscas entre Vienna e Max se acenderam novamente. O tópico? A preparação da comida.
"Você realmente acha que colocar pimenta em tudo é cozinhar?" Max provocou, tossindo após uma garfada particularmente picante.
Vienna, cujo prazer em cozinhar era quase tão intenso quanto sua aversão por Max, respondeu com fogo nos olhos. "Melhor do que comer comida sem gosto, que é sua especialidade, não é? Pelo menos eu tento trazer alguma vida para esta mesa!"
"Vida? Você quer dizer morte por capsaicina?" Max rebateu, bebendo um copo de água.
Com um olhar furioso, Vienna depositou os talheres no prato com uma violência quase palpável. "Ah, me desculpe por ser latina e apreciar comida com tempero de verdade, ao contrário de você. Europeu sem graça," ela soltou a última sentença em português, carregada de desdém. E, apesar dos dois homens presentes não entenderem uma palavra da última frase, eles não precisavam, o tom já denunciava que era melhor os dois não entenderem mesmo.
Daniel ponderava se essa intensidade poderia, de alguma forma, transformar-se em uma forma muito estranha e única de respeito mútuo... eventualmente. Mas, por enquanto, ele se contentava em assistir ao espetáculo que os dois davam, secretamente esperando por um desfecho menos tempestuoso.
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Capsaicina: "é uma substância orgânica produzida na placenta, semente e pericarpo dos frutos das plantas do gênero Capsicum, que possuem como exemplos de frutos as pimentas e os pimentões. A presença dessa substância dá ao fruto uma pungência, isto é, uma sensação de ardência."
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SEVEN || Max Verstappen M.V
FanfictionVienna não gostava de Max Verstappen, na verdade, ela o odiava, profundamente. E o sentimento era recíproco. O contraste entre a personalidade dos dois era evidente, palpável. Nada como umas férias na casa de um amigo em comum. Nada como o tempo. Af...