SEVEN || Max Verstappen M.V

05

A luz da manhã começava a esquentar a cozinha, criando um ambiente tranquilo e acolhedor. Vienna já estava acordada, sentada em uma banqueta na ilha no meio da cozinha de Ricciardo, imersa em um livro, quando Max desceu as escadas com passos pesados, anunciando sua presença com um resmungo. A mulher preferiu ignorar a presença dele e continuar lendo.

Ele parou abruptamente ao entrar na cozinha, observando Vienna por um momento antes de se aproximar da cafeteira. Seus olhos captaram o título do livro que ela segurava, e uma expressão de surpresa momentânea cruzou seu rosto por um breve momento.

Ele se lembrou daquele livro. Tinha lido anos atrás e gostado. Talvez, por um breve instante, Max tenha considerado a possibilidade de que Vienna pudesse ter um bom gosto literário, um sinal de que ela não era tão superficial quanto ele imaginava.

No entanto, antes que mais algum pensamento pudesse cruzar sua cabeça sobre isso, Vienna levantou os olhos do livro e o encarou. "Tem algo em mim para estar me encarando dessa forma?", ela perguntou, sua voz misturando curiosidade e uma leve irritação.

"Não se iluda, não é você que estou olhando. Estou apenas surpreso em como alguém tão vazia e com o cérebro do tamanho de uma azeitona como você  pode se dar ao luxo de ler um livro desses." Verstappen soltou um risinho amargo.

Um silêncio tenso pairou no ar durante alguns instantes, enquanto Vienna absorvia o impacto das palavras cruéis de Max. Ela sentiu um aperto no peito, uma mistura de tristeza e raiva fervendo dentro dela. "Bem, desculpe por tentar me educar um pouco", ela murmurou, sua voz carregada de amargura.

Sem dizer mais nada, Vienna se levantou da mesa e deixou a cozinha, sua expressão fechada e seus passos pesados. Ela não queria mostrar a Max o quanto suas palavras a haviam machucado, mas a dor estava lá, pulsando em seu peito como uma ferida aberta.

Vienna sempre fora ensinada em casa que, só porque uma pessoa foi má com ela, não significava que ela deveria se rebaixar ao nível do outro indivíduo. Vienna era melhor que essas pessoas. E ela sempre havia concordado com seus pais sobre isso. Mas quando se trava de Verstappen, ela sentia tanta vontade de machucá-lo na mesma intensidade que ele a machucava. Ela não queria ser melhor que Max, ela queria ser pior.

Max observou-a sair, ele quase sentiu culpa pelo que havia falado. Quase.

Com um suspiro resignado, Max voltou sua atenção para a cafeteira.

Enquanto isso, Vienna se refugiou em seu quarto, sentindo-se desanimada e desiludida. "Meu Deus, eu realmente o odeio", ela pensou, suas mãos tremendo ligeiramente de raiva contida.

Ela não entendia porque as palavras dele a machucavam tanto. Vienna pensou também em como Daniel estava errado sobre as coisas que havia falado na noite passada. Max Verstappen não se importava.