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Os próximos dias correram de maneira bastante agradável e, de certa forma, estranha para convivência de Max e Vienna.

Verstappen e Moore voltaram a se evitar novamente, não porque não sabiam como agir ou o que falar, mas porque os dois perceberam que ficar perto um do outro já não era mais insuportável como costumava ser.

Se Vienna acordava antes, ela deixava panquecas prontas para Max. Se Max acordava antes, ele deixava separado na bancada todas as coisas necessárias para a mulher fazer seu smoothie. Quando Vienna tocava piano, Max estava na sala lendo. E ele já não se importava mais se ela decidia cantar sobre as tarefas que estava executando.
E Vienna não o achava mais um insuportável quando abria a boca, mesmo em silêncio, ela adorava prestar atenção nas conversas que Max e Daniel tinham. Ela gostava de ouvir em como ele falava sobre a elevação de certa pista, de como não virava muito o volante.

Mas apesar de tudo isso, os dois não trocavam muitas palavras. Apenas um bom dia e um boa noite em alguns dias, se eles precisavam conversar sobre algo, simplesmente sorriam um para o outro sem mostrar os dentes e saíam do cômodo. Havia ficado implícito, através de seus olhares, que esse era o novo acordo dos dois.

Entretanto, mesmo com a tranquilidade superficial que permeava sua convivência diária, havia algo inquietante no ar, como se eles estivessem dançando em volta de um assunto delicado que pairava sobre suas cabeças como uma nuvem escura. Essa tensão silenciosa começou a pesar sobre eles, deixando um gosto amargo em suas interações cada vez mais limitadas.

Foi nesse clima de expectativa silenciosa que Max, Vienna e Daniel tomaram café da manhã juntos naquele dia.

Vienna observava o prato com seu omelete preparado por Danny, que por sinal, ele não havia queimado dessa vez, deixando o tilintar dos talheres preencherem o ambiente e sentindo o olhar de Daniel sobre si.

Max, por sua vez, parecia perdido em seus próprios pensamentos, seus olhos fixos no horizonte distante. Quando arriscava uma rápida olhadinha para Max, Vienna podia ver a tensão em seus ombros, a preocupação em sua expressão, e se perguntou o que estaria passando pela sua mente naquele momento.

Daniel, como sempre, era o animador de grupo, fazendo piadas e contando histórias para animar o ambiente, mesmo que os outros dois se mantivessem em silêncio e, ocasionalmente, rindo das suas piadas. Sua risada era contagiante, seu otimismo irradiante, e Vienna não pôde deixar de sorrir ao vê-lo tão feliz.

Daniel falou alto com um sorriso travesso. "Quem está pronto para uma competição de cantadas?"
Max e Vienna trocaram um olhar cúmplice, um sorriso brincalhão passando pelos lábios deles. Era como se um entendimento silencioso tivesse se formado entre eles, uma conexão que transcendia as palavras.

A medida que um contava sua cantada, a risada aumentava, Vienna percebeu que Max estava se tornando mais descontraído na presença dela. Suas conversas fluíam mais livremente, suas risadas mais genuínas. Era como se eles estivessem redescobrindo um ao outro de uma forma totalmente nova.

Enquanto Max ria, Vienna reparou mais uma vez em como ele sempre joga a cabeça um pouco pra trás e fecha levemente os olhos ao rir e logo depois leva as duas mãos ao rosto. Isso foi apenas um dos detalhes que Vienna vinha reparando em Max ao longo dos dias.

"Tá, tá." Disse Vienna espantando os pensamentos enquanto colocava suas mãos sobre sua barriga, de tanto que ela doía de rir. "Eu tenho uma boa". Ela continuou enquanto observava os meninos limparem as lágrimas provocadas pelo riso.

Os dois a olharam curiosos. Por algum motivo, ela queria muito olhar para Max, mas conteve sua natureza e desviou seu olhar para Ricciardo e soltou. "Gato, como faço para conquistar um Grand Chelem no seu coração?" Ela disse enquanto mandava um beijinho para Daniel, que se encontrava do outro lado da mesa.

Max olhou para Vienna enquanto ria, o cabelo feito em coque, o pijama amassado e uma caneca em sua mão. Ele a achava linda. Ele adorava o tipo de humor que ela tinha e adorava como eles se entendiam por um olhar, adorava seu jeito musical e adorava como ela não tinha vergonha em se expressar.

Tum-tum. Tum-tum. Tum-tum. Max sentia seu coração bater rápido com aquela visão.

Tum-tum. Tum-tum. Tum-tum. Vienna também sentia seu coração curiosamente descompassado.

Eles voltaram a rir enquanto concordavam que aquela havia sido a melhor do dia.

🏎️

Ao terminarem a louça, Vienna falou que ia subir e ligar para seus pais, antes que ficasse muito tarde no Brasil.

Quando o almoço chegou, Max ficou encarregado de chamar Vienna enquanto Ricciardo punha a mesa. Ao se aproximar da porta, ele percebeu que estava ligeiramente entreaberta, permitindo que vozes suaves vazassem para o lado de fora.

Curioso, Max se aproximou silenciosamente da porta, seu coração batendo um pouco mais rápido enquanto ouvia as vozes familiares de Vienna vindo de dentro da casa.

Curvando-se um pouco para espiar pela porta entreaberta, Max viu Vienna deitada na cama, de costas para a porta e de barriga para baixo, com seu celular em mãos enquanto conversava animadamente com seus pais através do FaceTime.

De repente, o pai de Vienna começou a cantar suavemente, desafinado, porém com a voz cheia de amor.

The monster's gone
O monstro se foi

He's on the run
Ele está correndo

And your daddy's here
E seu papai está aqui

Beautiful, beautiful, beautiful
Beautiful girl
Linda, linda, linda, linda menina.

Um sorriso involuntário se formou nos lábios de Max ao perceber que o pai de Vienna havia mudado o final da música. Os pais de Vienna pareciam tão calorosos e acolhedores. A diferença gritante entre suas famílias passou pela cabeça do piloto.

Ele não precisou interromper o momento; logo após a canção, eles desligaram. Max observou Vienna suspirar e levantar-se da cama, dirigindo-se à porta. Ele juraria que ela brigaria por ele estar "espiando" suas conversas.

"Ele cantava para mim todas as noites essa música quando eu era criança, é a minha parte preferida da música. Me fazia sentir segura." Ela explicou enquanto fechava a porta do quarto.

Max acenou com a cabeça e sorriu. "Vocês tem um bom gosto musical." Ainda sorrindo, ele olhou para Vienna que agora olhava para ele, ela não falou nada, mas não precisava, aquele olhar era suficiente para Max.

Sem entender o motivo, Verstappen sentiu-se grato por ter presenciado a cena.

🏁
Oi, galera!

O que acharam do capítulo? Eu achei bem fofinho.

Eu adorei em como max e vienna começaram a reparar um pouco mais no outro, em como a tensão está escancarada.

Estou gostando do desenvolvimento deles, e vocês? O que estão achando?

Eu acho maravilhosa a música que o papai da Vi canta pra ela 😭 eles são muito fofinhos, né? (Inclusive, a música está lá no início do capítulo)

A música original é "beautiful boy" mas o pai da vi adaptou pra ela, eles tem uma conexão muito especial.

Até logo, beijinhos

🏁

SEVEN || Max Verstappen M.VOnde histórias criam vida. Descubra agora