"Continuar andando para frente não
é o mesmo que seguir em frente."A cidade tinha o sol estalando e parecia que havia um sol sobrepujando cada ser que caminhasse por aquelas ruas, e ao mesmo tempo tinha uma brisa gostosa e única pairando pelo ambiente, que quase compensava o sol irritantemente quente.
Neil tinha pensado muito em toda a paisagem durante a breve viagem de carro, tanto que mesmo quando já tinham deixado a parte mais habitada da cidade e já se encontravam em Irving, ainda se encontrava extasiado pelo ambiente tão singular que o local espalhava e se alojava nas narinas de qualquer um que passasse por um lugar como aquele.
Mesmo quando o carro estacionou por sua memória tão perfeitamente gravada sobre o esconderijo e onde ele deveria estacionar para o pegar.
Ele apenas fechou os olhos e tentou se apegar à lembrança da fumaça, de como ela tinha invadido seus pulmões há pouco tempo atrás, como tinha insistido em permanecer na cabeça de Neil.
A lembrança o fizera se acalmar suficientemente para que conseguisse achar o dinheiro em algum lugar de Irving e concentrar-se em outra qualquer coisa que não fosse o fato iminente de que eles poderiam ser pegos a qualquer momento.
O distraiu o bastante para que ele só se ligasse onde estava quando seu irmão saiu correndo do carro em direção a Neil, que andava lentamente para o carro.
Algo estava errado.
Ele teve certeza disso quando ouviu sirenes.
Polícia.
O irmão de Neil o alcançou e se agarrou a sua cintura, em pânico, com o pequeno corpo tremendo.
O menor tinha tanto medo da polícia quanto de Lola e o pai deles, por mais que ainda fosse tão jovem.
Neil o pegou no colo e fez o único gesto entre eles que poderia trazer um pouco de conforto para ambos.
"Estou aqui com você." Neil gesticulou silenciosamente para o seu irmão, com ele em seu colo.
Ele deitou a cabeça de seu irmão no seu pescoço e começou a correr, se escondendo no mato para se movimentar de forma furtiva, se encolheram longe da estrada, ao ponto de que se olhasse, achariam que os matos estavam apenas sendo afetados pelo vento, e por isso se mexiam com frequência. Só quem perdesse seu tempo olhando uma segunda vez perceberia a farsa.
Neil se arrastou mais para trás, sabendo que seria uma coceira terrível depois por se esfregar daquela forma no mato, enquanto mantinha em vista os policiais. Então ouviu o choro baixo de seu irmão, enquanto via uma viatura policial passar direto pelo carro roubado.
Então Neil apenas murmurou baixinho enquanto balançava seu irmão de levinho em seu colo.
- Sunny, Sunny, o que foi? - Neil perguntou passando os dedos pelo cabelo do mais novo com cuidado.
- Eu tô cansado... - Ele murmurou entre soluços, enquanto se encolhia mais. - Eu não quero mais fugir...eu não quero que você morra que nem a Mar-mãe - Ele quase a chamara de mãe, mas impediu a si mesmo, relembrando a resistência de Mary em ser mãe do pequeno, ser recorrente. - eu não quero mais fazer isso.
Neil sentiu seu coração afundar, enquanto o choro de seu irmão se tornava ensurdecedor e, mesmo assim, tão silencioso, como se fosse mestre em mantê-lo dessa forma, quieto. O que fez o coração de Neil quase explodir em raiva, seu irmão não conseguia chorar, ele estava cansado, com medo, e ainda assim não seria capaz de chorar livremente, como uma criança normal. E Neil não poderia o julgar por isso, era culpa dele e de sua mãe.
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Príncipio das Raposas
Fanfiction[Obra inspirada na trilogia da autora Nora Sakavic, "Tudo pelo Jogo"] E se Neil tivesse um irmão mais novo, que seu pai não soubesse da existência? E se essa criança se tornasse uma benção e uma maldição para a história de Neil? E se essa criança mu...